domingo, 28 de fevereiro de 2010

Por que...

... uma pessoa razoavelmente letrada e viajada bota na máquina de lavar as toalhas brancas novas junto com os lençóis rosinha e lilás igualmente novos?

Pra ter novas toalhas rosadas, claro.

Saco.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Não, o tsunami não chegou ao Havaí. Ainda. Tá dando nos meus nervos isso. Vou ver um filminho ou ouvir música, sei lá. Tô legal

Sim, a CNN continua ao vivo, com a galera lá, um monte de câmeras com imagens do alto, vendo se as ondinhas aumentam e jantam todo mundo. Ô, raça.

Claro que aqui, lá fora, como todo sábado à tarde, a galera da cultura popular tá aos berros e aos batuques numa roda de capoeira, no ginásio da escola do lado do meu prédio. Se eu fosse macha, ia lá rodar minha afrobaiana pra lembrar pra esses palhaços que, se eles têm o direito de festejar a herança africana, a afroneguinha aqui, muito orgulhosa também das suas origens, tem o raio do direito de ter um sábado em paz.

Não, não sou louca de comprar briga com os afromovimentos populares organizados. Melhor me calar, como o bom Chico, com a boca de feijão.

Ia fazer uma provocação sobre feijão preto e feijão branco, mas achei melhor não. Tô com muito ódio no coração agora, com o apê todo fechado pra tentar amortecer o barulho infernal que vem dos fundos do prédio, reverberando em cada parede do cafofo. Ia acabar na lista negra (foi mal) dos blogueiros por preconceito. Até eu explicar que eu também sou preta ia dar um trabalho enorme.

Fui.

Ó, o prêmio internacional aí, que foi dado ao jornal O DIA. Esta humilde autora foi a editora

http://office.snd.org/competitions/contests.lasso?contest=31&ID=2144

É um prêmio de excelência para design de jornal, dado todo os anos pra jornais e revistas de todo o mundo pela Society for News Design (SND). Foi a coleção Gigantes da História - 120 Anos da República, publicada em 12 fascículos ano passado, encartados no jornal toda segunda-feira. É claro que é um megaprêmio pra designers e os caras lá são bons demais, já ganharam esse prêmio uma dúzia de vezes. Eu entrei na equipe como editora, que é o ser que ajuda a chafurdar as melhores fotos pro projeto gráfico, tesoura os textos do ser que escreveu pra não deixá-los interferir na obra de arte (sacanagem, isso foi pura provocação com a galera), faz os textos da capa dos fascículos e por aí vai.

Na boa, não sou designer e editores e designers vivem às turras, mas fazer parte dessa equipe me mata de orgulho. Pronto, falei. Oh, and I wanna thank my Mom, my Dad, my dear friends and... Foi mal, me empolguei.

Meu Deus, a CNN tem um ser no Havaí, num "local seguro", esperando o tsunami chegar lá. Em 6 minutos. Que medo

Cara, deve ser horrível ser jornalista.

Nem sei por onde começar

Juro que pensei em parar e escrever aqui um monte de vezes, mas o trabalho me abduziu total este mês e fiquei adiando. Mas, enfim, vou atualizá-los.

1) Perdi uns quilos. Achei alguns. E vivo agora de adiar a consulta da nutricionista, que precisa ver se a dieta que ela me passou cumpriu a meta.
1.1) Minha sorte é que tenho adiado a consulta por conta, mesmo, de trabalho. Portanto, nenhuma culpa.

2) Ainda não deu pra comprar o Google, mas aquele caos financeiro de sempre, ao que parece, baixou na vida de algum outro infeliz. Por ora.

3) Vida profissional vai caminhando bem. Com um monte de coisas atrasadas ainda, claro. Mas com esperança de dar certo.
3.1) Excrusive, integrei, como editora, ano passado, a equipe de um projeto de um jornal que ganhou um prêmio internacional megafoda, considerado o Oscar do design de jornal (depois boto o link aqui). Não, não fiquei milionária, nem ninguém fez discurso comovente na entrega do babado, até porque não rolou esse momento Oscar; a gente só foi oficialmente informado e a divulgação do prêmio faz o nome da gente rodar mundo, o que significa que meu currículo deu um upgrade sen-sa-cio-nal.

4) Nesse meio tempo, passei pelo primeiro aniversário da minha mãe sem ela. Sabadão de Carnaval. Quase mastiguei a alma, mas sobrevivi. Acho.
4.1) Meu pai quase me levou às lágrimas outro dia ao me passar.. adivinhem... um e-mail. Aos 86 anos, ele tá todo, todo, fazendo curso de internet: já comprou uma câmera e um microfone pro computador, já nos falamos pelo GTalk e eu tô babando de orgulho do meu veio.
4.2) A ideia de adotar um guri anda me perseguindo. Por quê? Porque, quando esta autora morrer, a família Siqueira Monteiro terá encerrado sua passagem pela Terra. Aos 43, devo admitir que isso tá me dando nos nervos.

5) Ando suuuuuuperfashion: comprei um reloginho de pulso preto com discretíssimas borboletinhas lilazes (se é que podem ser discretas borboletinhas lilazes) e uns conjuntos de lençol e toalha, todos tendendo pra rosinha e lilás; virei uma pessoa BlackBerry, enlouquecendo com o bicho piscando, rosnando e apitando a cada e-mail ou torpedo; tô de ar condicionado novo, na sala, e só não comprei uma TV bacana porque vou perder um cliente de assessoria de imprensa em abril e parei de fazer graça pra manter o orçamento coberto, pelo menos, um mês adiantado. Viram? Quase um mocinha.

6) Fone no ouvido aqui, acompanhando a cagada no Chile pela CNN, um dos poucos canais que me sobraram porque os palhaços da NET estão substituindo os receptores analógicos (como o meu) pelos digitais. Só esqueceram de avisar pros cornos dos clientes que a transição iria significar corte de canais. Até ia ligar pro financeiro deles pra encher o raio do saco e pedir desconto, já que tô pagando o pacote completo e tô sem alguns canais. Mas resolvi dar folga pra esta alma hoje.

7) Sexo? O que é sexo?

É isso. Resumindo, é isso.