sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sua Excelência..., o livro

Acabei não contando direito. Vou, mesmo, virar livro. Pela editora Litteris. Me aguardem.

"Manucu, mané"

O crédito não é meu. É de uma amiga querida. Tudo de bão. É assim, ó: ficou furibundo (a) com alguém?

"MANUCU, MANÉ".

A vida não faz sentido. Eu é que insisto

Ressaca industrial. Acho que foram, sei lá, umas 237 caipivodcas. Quanto é, mesmo, que dá 2 + 2? 5, né? Como diria o ET: "Ouch" ("Ai").

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

"Dona Rozana, a senhora precisa tirar a roupa do varal"

Vida no mais absoluto caos financeiro e profissional (vou dar um tempo no caos afetivo, senão o cachorro do editor mané me chama de "mal amada" de novo), desenvolvi a estranha mania de, sempre que chove, não recolher a roupa do varalzinho que fica embaixo, do lado de fora, da minha janela da sala. Sei lá, deve ter a ver com o urubu que me vigia do prédio vizinho há uns, eu diria, dois meses, uma coisa meta-rubronegra.

1h30 na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a chuva tá comendo solta lá fora. Eu sei, eu sei, podia ser pior, podia estar chovendo aqui dentro. A má notícia é que a boa Lourdes vem hoje de manhã pra faxina quinzenal, e lá vou eu tomar esporro de novo: "Dona Rozana, a senhora precisa tirar a roupa do varal".

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"Carioca mal amada"

Tá, eu sei, eu sei, eu sei que sumi, sem motivo aparente. Foi mal. Perdoem, perdoem, perdoem, misericórdia. Mas acho que fiquei foi no trauma depois de ser chamada de "carioca mal amada" por certo editor de certa publicação dominical.

Pra quem não viu certo jornal carioca no último domingo, foi o seguinte:

Há algumas semanas, uma repórter, toda fofa, me procurou pra fazer uma matéria de mulheres que criaram blogs como este ou similares. Lindo. A entrevista foi ótima. E, de quebra, iria, como o fez, divulgar o livro que lanço ainda este ano, baseado no blog - depois, conto direito. Bacana, não tivesse o trastezinho do chefe dela achado que fazia o maior sentido do mundo botar todas no mesmo saco e tacar na testa a alcunha de "cariocas mal amadas", o que, no planeta freudiano dele, deve equivaler a certa senhora que o gerou há algumas décadas.

Pensei em me rasgar toda, esculhambar, babando de indignação. Depois, achei melhor deixar quieto: a chance de o sujeito continuar não entendendo o que se passa era tão grande, que a emenda poderia ficar pior do que o soneto.

Foi isso.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Antropofagia no Largo

Desculpem a intimidade, mas num tô me güentando, auto-estima elevadíssima. Acabei de descobrir um sabonete líquido de chocolate sen-sa-cio-nal, a 4 reaus e 99 - pois é, já fui uma mulher chique.

Fato é que tô aqui quase me lanchando, com vontade de enfiar uma cereja em cada ouvido e sair disfarçada de mousse pelo Largo do Machado pra ver o que acontece. Vai que tem vaga de sobremesa em algum boteco por aqui, meu orçamento não anda nada bem.

Virou hors concours

Galera, por absoluta aclamação dos votantes presentes, o traste do post anterior sai da disputa pra brilhar no posto de hors concours. Que venham os candidatos menores, portanto.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

“Além de chata, você tá muito magra”. Diagnóstico: câncer

Aviso aos sensíveis demais que a história que passarei a relatar é de embrulhar o estômago. Tirem agora as crianças de perto do computador.

Foi assim:

Nossa narradora define a época do ocorrido como uma "fase bem difícil da minha vida: três filhos, separada, trabalhando que nem uma louca e apaixonadíssima pelo meu traste."

Como o que pode piorar quase sempre piora, começou a emagrecer mais do que merecia. Desmaiava. Baixou médico. Câncer de mama.

Mas achou que tinha um porto seguro. Ãrrã, ãrrã: "Após ler meu exame, ele não atendia mais o telefone e ainda me segredou algum tempo depois: 'Perdi o tesão por você. Além de chata, você tá muito magra'. Ele não tinha coragem pra ficar ao meu lado, e eu deveria ser compreensiva."

Passo seguinte: a cirurgia, processo que ele não acompanhou; nem visita fez.

"Um belo dia, tava saindo desolada pra fazer minha primeira sessão de quimioterapia, e o telefone tocou. Era o traste. Meu coração aos pulos: 'Vamos sair?', o que sempre queria dizer 'quero te comer'. Respondi que não poderia, já tinha horário marcado no Inca. O meu traste solidário me afirmou que não poderia ir comigo ao hospital (pro motel podia), mas que, assim que terminasse, que ligasse para ele. Fazia questão de ir me buscar."

"Ele me ama", pensou.

"Passei mal, e vomitei como uma vaca (nem sei se vaca vomita, mas era essa sensação). Eu era a única paciente sem acompanhante, mas me sentia importante já que meu 'amor' dali a pouco subiria aquelas escadas e me salvaria de tudo como um príncipe encantado. Mesmo sapo eu já tava aceitando. Não tava em condições de escolher muito."

"Quando a quimio acabou, telefonei pra ele meio grogue, com a roupa vomitada. Do outro lado, a resposta: 'Sabe o que é, meu bem, eu tive um problema muito sério'. Fiquei por segundos pensando: a mãe morreu, a filha sofreu um acidente, a Casa Branca foi atingida pelo Osama, sei lá. Do outro lado, com uma voz suave, ele disse: 'A minha cachorrinha tá com cistite, não posso deixá-la sozinha. Você entende, né? Pega um táxi, que depois eu pago.'"

"Peguei um táxi, e, na minha mente, que rodava mais que os casais no bolero em que Elis Regina toma uísque com guaraná, só pensava 'cistite da cachorra, cistite da cahorra...'. Ao mesmo tempo, refletia sobre as leis penais e os homicídios necessários. Chorava igual a uma louca e não sabia se era por ele, por mim, ou por pena do motorista de táxi que me acalmava, contando um milhão de casos de pessoas que não morreram de câncer."

"Duas semanas depois, ele me procurou, e, quando atirei a cachorra na cara dele, ele disse que, apesar de me amar, achava que eu não tinha coração, a bichinha tava sofrendo..."

"A pior parte? Às vezes, ainda penso nele. Ah, o táxi? Ele nunca pagou."

Pensei em alguma frase de efeito pra encerrar esse post. Mas não consigo. Simplesmente não consigo.

Lançada a candidatura da anta pro concurso Traste dos Trastes.

Já tomei bronca! Misericórdia, peço, misericórdia!

Atrasadésima. Enroladíssima. Envergonhadaça. Tá entrando! Tá entrando! O post do traste-candidato já vai pro ar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O plantão do Sua Excelência informa:

Daqui a pouco, retomo a postagem dos trastes alheios pra retomar a eleição do Traste dos Trastes.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Bye, bye, Roy Scheider

O clipe aí de cima é a cena final do "All That Jazz", que é o encontro do personagem com a morte, uma alegoria do diretor, Bob Fosse, para os problemas cardíacos que acabaram matando o próprio, oito anos depois do filme. O ator, Roy Scheider, foi encontrar o amigo no domingo.

O refrão arrepia: "I think I'm gonna die; bye, bye, my life, good bye" ("Acho que vou morrer; tchau, tchau, minha vida, adeus").

E, ah, sim, tem um trecho que diz assim: "I'm through with romance, I'm through with love, I'm through with counting the stars above..." ("Tô legal de romance, tô legal de amor, tô legal de ficar contando as estrelas...").

Pano rápido.

Yes We Can: desagravo a mim mesma + esse tal desse Obama vai dar trabalho

Fiquei quietinha uns dias, o povo me jurou de morte. Não posso achar que ninguém agüenta mais a minha ladainha, meu Deus do céu? Enfim, conversa vai, conversa vem; frila vai, frila vem; dei de cara com uma chatice duma matéria pra traduzir pra certo jornal daqui do Rio. Um clipe que um povo cabeça americano fez pro tal do Barack Obama, sobre quem só tenho lido nas mesmas matérias que venho traduzindo pro tal do jornal. Confesso que, ex-telespectadora assídua da CNN, andei montes pras matérias de TV da campanha presidencial nos Estados Unidos. Ando chatinha, eles também andam chatinhos, e eu ando preferindo, nessa ordem, o blog, minha vodka e um DVD vez ou outra.

Mas morri de curiosidade hoje e fui ver o raio do tal do clipe, enjoada que estou da minha bobajada de sempre – tá, tá, trata-se de um bloqueio criativo, já sei.

Não quero apavorar ninguém, não, mas, esse mané vai dar trabalho, o tal do Obama (um dia, tenho certeza de que vou errar e vou mandar um S no lugar do B e vou acabar demitida).

Aí, me ocorre, já botei meu coração e minhas tripas aqui nesse blog, portanto, admitir que me preocupo horrores com o que se passa ao Norte do planeta é pinto. E, como a gerente da Caixa hoje me ligou pedindo pra eu depositar 40 reaus na minha conta vermelhíssima no cheque especial, e eu falei que não ia dar, não, falar da democracia ianque me pareceu tarefa das mais fáceis. Senão vejamos:

O tal do Obama fala bacana e lembra o falecidíssimo, baleadíssimo, trastíssimo Kennedy, que, como sabemos, comeu uma parte considerável das gostosas de então, tendo a seu lado a Primeira Dama mais charmosa que aquela terra de mané já teve – inlcuindo uma certa Marilyn Monroe, que há quem jure que foi envenenada por saber demais e por ter dado mais do que devia pro clã.

Pior, o tal do Obama é nigérrimo, o que faz os ativistas de plantão imediatamente associarem sua imagem à do Martin Luther King, Jr, embora o candidato de agora não tenha nada com isso no que diz respeito ao movimento dos direitos civis naquela terra estranha.

Tem mais: embrulha com os discursos que faz uma tesezinha frágil, coitada, que dá conta de que o país precisa de união do povo contra o "sistema", colocando-se à esquerda num país em que nem sei mais se existe esquerda (tá bom, tá bom, aqui também o conceito do que não é direita nem centro já se perdeu desde que certo trabalhador subiu a rampa e desenvolveu a estranha mania de se auto-proclamar inocente e mal-informado, tadinho).

O bichinho, o tal do Obama, ainda inofensivo, proclama-se a voz dos oprimidos, e eu tenho a estranha sensação de que aquele inglês empolado dele e o tique de levantar a mão direita, viradinha pra dentro, polegar grudado no indicador, doce, doce, vai botar a ONU no bolso se for eleito. A boa notícia pode ser que ele quer dialogar com o Irã, demonstração teórica de que é um cara legal. Resta saber o conceito dele de "diálogo". Outra boa notícia é que os destratores do dito dizem que ele é muito rock'n roll, muito, adaptando pra nós, "uma idéia na cabeça, uma câmera na mão", com programas pouco definidos, o que, considerando aquela gente, vamo combinar, é lucro.

Ah, sim, ele fala no ritmo sincopado típico dos afro-americanos. Vou logo avisando que sou meio neguinha, portanto, se alguém me chamar de racista, o tempo vai fechar, vai ficar pretíssimo; afro-nigérrimo! Enfim, acabo de lembrar que, quando vagava sozinha pelas ruas de Nova York, quando tinha dinheiro pra isso, ficava ligada nos barulhos e, principalmente, nas vozes da rua. Quando vinha alguém atrás de mim, ficava apostando com meu anjo da guarda: é branco; é preto ("preto" pode? se não puder, também, sinto muito , que não tô boa hoje). Nunca errei.

É sério, os afro-americanos, não importando o sotaque regional que tenham, simplesmente falam num ritmo diferente, apaixonante. Se botar uma bateria atrás, vira hip hop. Se botar um pianinho, um contrabaixo, vira jazz. Se o Mississippi passasse ali, virava variante de "Old Man River" imediatamente – é aquela canção que todo negão da época do Tom Sawyer cantava, enxada na mão, pra água que corria e pra algum barcão, com aquelas rodonas enormes, fulo, com toda a razão do mundo, com o senhor de engenho de lá.

De novo, galera purista, dá um tempo, chamei de "negão" no maior carinho - aliás, já contei aqui que um mané branquíssimo me cantou uma cantiga indígena à beira do mesmo rio, e eu gamei no pateta, que tinha por diversão brigar com a Ku Klux Klan, currículo nobilíssimo, porra.

Fato é que o discurso do Obama é tão sincopado que o tal do Will.i.am, do Black Eyed Peas, pegou o discurso dele reconhecendo a derrota pra Hillary em New Hampshire e fez um clipe.

Tomem aí a letra do dito. Na verdade, eles pegaram um pedaço do discurso, adaptaram um trecho que o manezinho do Obama improvisou do texto distribuído à imprensa e mandaram um som por cima. Ix-pe-ta-cu-lar. Chega a fazer a gente acreditar que o hino nacional americano, em 2009, vai mudar de ritmo, vai fazer soldadinho se sacudir todo, com os ombrinhos sacolejando de lado, no contratempo do hip hop, pra-cima-pra-baixo, pra-cima-pra-baixo, comigoooooooooo, everybody, now, brother...

Yes We Can (sem vírgula, mesmo, não me perguntem o porquê)

"It was a creed written into the founding documents that declared the destiny of a nation. (Foi uma espécie de credo estabelecido nos documentos de independência que declarou o destino de uma nação)

Yes we can. (Sim, nós podemos)

It was whispered by slaves and abolitionists as they blazed a trail toward freedom. (Foi sussurrado pelos escravos e abolicionistas enquanto eles abriram caminho, a ferro e a fogo, em direção à liberdade)

Yes we can. (Sim, nós podemos)

It was sung by immigrants as they struck out from distant shores and pioneers who pushed westward against an unforgiving wilderness. (Foi cantado pelos imigrantes enquanto eles se despencavam de litorais distantes e por pioneiros que foram para o Oeste, lutando contra uma selvageria sem piedade)

Yes we can. (Sim, nós podemos)

It was the call of workers who organized; women who reached for the ballot; a President who chose the moon as our new frontier; and a King who took us to the mountaintop and pointed the way to the Promised Land. (Foi o chamado de trabalhadores que se organizaram; de mulheres que lutaram pelo direito ao voto; de um presidente que escolheu a lua como a nossa nova fronteira (= Kennedy); de um Rei que nos levou para o topo da montanha e nos apontou o caminho para a Terra Prometida (= Jesus)

Yes we can to justice and equality. Yes we can to opportunity and prosperity. Yes we can heal this nation. Yes we can repair this world. Yes we can. (Sim, justiça e igualdade: nós podemos. Sim: oportunidade e prosperidade: nós podemos. Sim, nós podemos curar as feridas desta nação. Sim, nós podemos consertar esse mundo. Sim, nós podemos.)

We know the battle ahead will be long, but always remember that no
matter what obstacles stand in our way, nothing can withstand in the way of the
power of millions of voices calling for change. (Audience: We want change, we want change...).
(Sabemos que a batalha à nossa frente será longa, mas, lembrem-se, não importa que obstáculos estejam a nossa frente, nada vai atrapalhar o poder de milhões de vozes exigindo mudança – público: "queremos mudança, queremos mudança")

We have been told we cannot do this by a chorus (...) who will
only grow louder and more dissonant. We've been
asked to pause for a reality check. We've been warned against
offering the people of this nation false hope.
(Nos disseram que não podemos fazer isso sendo um coro que vai ficar tanto mais alto quanto dissonante. Nos pediram para parar para um banho de vida real. Fomos alertados para não oferecer ao povo desta nação falsas esperanças)

But in the unlikely story that is America, there has never been
anything false about hope.
(Mas na sempre imprevisível história dos Estados Unidos "falso" é algo que não combina com esperança)

And the hopes of the little girl who goes to a crumbling school in Dillon are the same as the dreams of the boy who learns on the streets of LA; we will remember that there is something happening in America; that we are not as divided as our politics suggests; that we are one people; we are one nation; and together, we will begin the next great chapter in America's story with three words that will ring from coast to coast; from sea to shining sea: Yes. We. Can." (E a esperança de uma menininha que vai para uma escola caindo aos pedaços em Dillon é igual aos sonhos do garoto que aprende algo nas ruas de Los Angeles; vamos lembrar de que está acontecendo algo nos Estados Unidos; que não estamos tão divididos quanto nossos políticos querem nos fazer acreditar; que somos um único povo; que somos uma única nação; e que, juntos, vamos começar o próximo grande capítulo da história dos Estados Unidos com três palavras que vão ecoar de costa a costa, de um mar a outro: Sim. Nós. Podemos.)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Eu, na foto pra CIA do Irã, em 2006, com o humor de hoje. E olha que nem tem agente aqui achando que eu sou americana por conta do meu inglês ianque

Iansã 1 x 1 Iemanjá

O reloginho do computador me informa: 1h15. Não importa. O que importa é que a chuva que tá caindo me lembra de quando era menina, em Niterói, e esperava a água desabar pra sair de bicicleta São Francisco, meu bairro, afora, com tempestade na fuça, pra desespero da minha mãe.

Sem coragem de descer pra ensopar o corpinho aqui no Largo do Machado, devo dizer que vou me deleitar com a lembrança da infância deitando na minha cama de casal enorme, na diagonal, braços esticadíssimos, sem macho pra me empurrar prum lado do colchão, que, aliás, comprei com o suor do meu trabalho, em 10 prestações sofridíssimas no cartão.

P.S.: Essa coisa da chuva, um pai de santo amigo meu (pois é, eu tenho pai de santo) credita ao fato de eu ser filha de Iansã, mulé das tempestades. Mas, outro dia, uma amiga, bêbada, aqui em casa, disse que isso tudo é uma bobagem, e que eu sou é filha de Iemanjá. "Você não tem uma parada com o mar?", perguntou, enigmática. Eu confirmei que gosto de mar, sim, e lembrei de mais um monte de coisas que nem às paredes confesso, relacionadas ao Atlântico que nos banha. Ela riu, orgulhosa do tiro que julgou certeiro acerca da minha relação com o além e eu me fiz de atéia, especialmente quando perguntei pra moça por que diabos ela tava me dizendo isso: "Mandaram eu te dizer". Devo dizer que o plural do "mandaram" me irritou, mas ficou tudo por isso mesmo, e mudei rapidamente de assunto, que não tô aqui pra arrumar briga com o povo de lá.

Sei lá, deu vontade de contar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Feliz 2008 pra nóis tudo!

Num rompante de otimismo aqui, acabo de me lembrar do nosso Réveillon Fora de Época, pra dar a 2008 uma chance de começar de novo. Quem tá dentro? Como a vida financeira anda um horror também, tô topando qualquer cerveja ou chope barato em algum lugar que não fique muito longe pra maioria. Este post está, portanto, desde já, aberto a adesões. E, sim, vou correr aqui com as candidaturas ao Traste dos Trastes, que andei meio mané durante o Carnaval, tatu triste com a corda toda.

Lembrei de imediato de um boteco bacana em Botafogo, onde tomei cerveja com a galera daqui do blog há umas semanas. Cerveja de garrafa, petisquinhos bacanas, garçom legal, cuja alcunha é Saddam, divertidíssimo. A má notícia é que não faço a mais pálida idéia de onde é. Alô, galera da cerveja, lembra aí, pls!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

A Retomada e o cheiro do ralo

Na boa, eu sei que, assim, enquanto jornalista, a nível de ser humano, um ser suuuper antenado com a minha época, sempre torcendo pelo país que eu, às vezes, abandono, mas amo demais, devo sempre, sempre, sempre prestigiar o cinema nacional; não perco de vista nunca que o tal tá em plena Retomada, etc, etc, etc, qualquer leitor de caderno de cultura de jornal sabe disso.

Agora, por favor, acompanhem meu raciocínio. Eu fiz o favor de fazer a sacanagem comigo mesma de pegar O Cheiro do Ralo pra ver nesse domingão de Carnaval. Dei de cara com o sujeito que despacha a mané da noiva, "com os convites (de casamento) na gráfica". Também dei de cara com a louca, que não lançou blog, mas partiu pra dentro do cachorro de faca em punho. Amarelou, não abateu o dito e ainda acabou internada.

Juro que contaria mais, se pudesse, mas serei, agora, obrigada a interromper esse arremedo de resenha. Relevem, por misericórdia: não me orgulho disso, mas fato é que arranquei um dos melhores exemplos da Retomada do cinema nacional do DVD player antes do "desfecho trágico" que a sinopse promete na contracapa, irritadíssima com a percepão, tardia, de que, nesse início de ano, acabo de realizar o sonho do desfecho trágico próprio.

Ato contínuo, abri a louca da geladeira e dei de cara com um vidro de maionese, intocado, que tá vencido desde 27 de janeiro e virou, imediatamente, metáfora mané do que ando conservando pelos cantos do meu puleiro, aqui no Largo do Machado, achando que ainda tá na validade. Claro que o tal já tá no lixo, e claro que eu já desci pra devolver o raio do filme e pra me atracar com um Crispy Chicken do McDonald's, único prazer que a boca há de ter nesse Carnaval.