domingo, 3 de fevereiro de 2008

A Retomada e o cheiro do ralo

Na boa, eu sei que, assim, enquanto jornalista, a nível de ser humano, um ser suuuper antenado com a minha época, sempre torcendo pelo país que eu, às vezes, abandono, mas amo demais, devo sempre, sempre, sempre prestigiar o cinema nacional; não perco de vista nunca que o tal tá em plena Retomada, etc, etc, etc, qualquer leitor de caderno de cultura de jornal sabe disso.

Agora, por favor, acompanhem meu raciocínio. Eu fiz o favor de fazer a sacanagem comigo mesma de pegar O Cheiro do Ralo pra ver nesse domingão de Carnaval. Dei de cara com o sujeito que despacha a mané da noiva, "com os convites (de casamento) na gráfica". Também dei de cara com a louca, que não lançou blog, mas partiu pra dentro do cachorro de faca em punho. Amarelou, não abateu o dito e ainda acabou internada.

Juro que contaria mais, se pudesse, mas serei, agora, obrigada a interromper esse arremedo de resenha. Relevem, por misericórdia: não me orgulho disso, mas fato é que arranquei um dos melhores exemplos da Retomada do cinema nacional do DVD player antes do "desfecho trágico" que a sinopse promete na contracapa, irritadíssima com a percepão, tardia, de que, nesse início de ano, acabo de realizar o sonho do desfecho trágico próprio.

Ato contínuo, abri a louca da geladeira e dei de cara com um vidro de maionese, intocado, que tá vencido desde 27 de janeiro e virou, imediatamente, metáfora mané do que ando conservando pelos cantos do meu puleiro, aqui no Largo do Machado, achando que ainda tá na validade. Claro que o tal já tá no lixo, e claro que eu já desci pra devolver o raio do filme e pra me atracar com um Crispy Chicken do McDonald's, único prazer que a boca há de ter nesse Carnaval.

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