quinta-feira, 8 de maio de 2008

Foi assim, ó:

Fui eu na Policlínica de Botafogo pra primeira consulta que vai ajudar a descobrir por que diabos eu entupi no domingo, alergia a que que eu tenho, etc e tal. Aí, toda tatu triste, pra variar, ouvi o moço lá perguntar se eu queria um táxi. Orgulhosa, recusei: "Não, brigada, vou dar uma caminhada."

E saí. Só que fui por aquela agulha que vai sair na Praia de Botafogo, absolutamente inatravessável. Comecei a rodar e só conseguia era sair no mesmo lugar, até achar um doido dum outro pedestre que tava tentando atravessar pra praia. Tomei coragem, peguei carona no maluco e consegui cruzar a pista num intervalo do fluxo dos carros – não, Pedro Bó, a gente atravessou voando, dã.

Que graça tem essa história? Nenhuma. Só que, enquanto fiquei rodando igual a tatu tonto, foi me caindo tanta ficha na fuça, revendo os últimos quatro meses, percebendo o rolo em que me meti, mais esse sofrimento que não faz mais sentido nenhum, mais a quantidade de vezes que fui parar em emergência de hospital no último mês, mais o sol na lata, mais o perceber que tenho é que me mandar pra Minas por uns dias porque minha mãezinha não tá nada bem. Isso tudo, com o raio dessa música do Caetano na cabeça.

Não sei se meu anjo da guarda ainda tá no cargo, dado o caráter de periculosidade do emprego. Mas a impressão que eu tinha, enquanto andava igual a uma louca da Pasteur até o Largo do Machado, é que o coitado tava era me embolachando pra ver se eu acordava pra vida.

Fato é que vi a luz. Portanto, embarco amanhã pra Minas pra ficar uns dias com meu povo, e não faço nada além de carinhar minha mãe e cuidar do blog e do livro. E pronto. Na volta, vou dando meu jeito de tocar a vida, entre o Rio e Minas, já que as viagens terão que ficar mais freqüentes; fazer algum dinheiro; e me preparar pruma palestra que vou dar na Comunicação da UFF em junho, por conta do blog e do livro – aliás, é aberta ao público, depois confirmo dia e hora aqui.

E repito, mentalmente, aos berros, o título do post anterior: "O que eu herdei de minha gente eu nunca posso perder." Chega. Eu sei que já falei 30 vezes aqui, mas, na boa, este 2008 tem que começar pra mim antes que o primeiro semestre acabe.

Agora, vai.

P.S.: Ah, quando fui entrando no elevador, carregando todos os jornais do mundo, na volta da caminhada, bem teve um vizinho bonitão que ficou todo solidário quando eu enfiei o cotovelo na gradinha que tem ali e soltei um "ai" doído. Ajudou com a porta, comentou a primeira página da Folha, e ficou me olhando discretamente atéééé meu andar, eu toda distraída lendo as chamadas, com ar de nem-aí-pra-tu-ta-tu. I'm back in the game, folks!

9 comentários:

Anônimo disse...

Ô Rozane,
Acompanho seu blog desde o segundo post, e temos em comum o fato de sermos de Minas e deu querer que esse 2008 acabe ou comece logo. (Adoro seu humor, sua escrita.) Ou, eu me acabo. Estou tão casnada que eu queria ter piripaque tb, o lance é que sou forte pra burro.
Vem mesmo para Minas, nada como um colinho para freiar a ziquezira!
Torcendo por ti!
Valéria

Anônimo disse...

arre,
até que em fim esta aparecendo uma tênue parte da boa e velha rozane.
isto mesmo, vá para minas, recaregue as baterias e volte cheia de energia.
agora, duas pergguntas:
1-que professor maluco lhe convidou para a palestra?
2- pq nunca tive vizinho gostoso?
mirtes

Anônimo disse...

ah,
dá para trazer uma cachacinha de alambique para a amiga?
mirtes

ROZANE MONTEIRO disse...

Valéria, brigada, brigada, flor. E bem-vinda ao clube do Xô, 2008! :) de onde você é aí, em Minas?

ROZANE MONTEIRO disse...

também, né, Mirtes, vamo combinar que já deu. não posso virar o semestre sofrendo igual a uma louca. o coração ainda dóóóóói, mas, se doer muito, vou no cardiologista a arrumo uma droga qualquer. quanto às perguntas:

1) dã
2) tá, bão, devo admitir, nem tão gostoso. mas era bem ajeitado. morre fácil na minha mão. só preciso superar o trauma. :)

ROZANE MONTEIRO disse...

quanto à cachaça, SE EU LEMBRAR, vou bem comprar pra tu na rodoviária de Juiz de Fora na volta. tem uma centena lá.

Anônimo disse...

bom, como você ficou de trazer a cachacinha, nem vou insistir no professor maluco... (rs)
mirtes

ROZANE MONTEIRO disse...

paiaça

Unknown disse...

Rozane, preciso muito falar com voce...aparece aí