quarta-feira, 4 de junho de 2008

Deu Obama, galera! Me recuso a sofrer hoje. A humanidade TEM jeito! O clip é chatinho? Foi mal. O sangue da minha metade preta tá pipocando

A letra, com a tradução, tá nos comentários (o que, aliás, acabou virando um debate acaloradíssimo).

26 comentários:

ROZANE MONTEIRO disse...

Tomem aí a letra de um neo-rap, ou sei lá que nome tem isto, que um povo legal fez em algum momento da campanha, em cima de um discurso que ele fez quando perdeu pra loura numa primária.

Yes We Can (Sim, nós podemos - eles não botam vírgula, sei lá por que diabos)

"It was a creed written into the founding documents that declared the destiny of a nation. (Foi uma espécie de credo estabelecido nos documentos de independência que declarou o destino de uma nação)

Yes we can. (Sim, nós podemos)

It was whispered by slaves and abolitionists as they blazed a trail toward freedom. (Foi sussurrado pelos escravos e abolicionistas enquanto eles abriram caminho, a ferro e a fogo, em direção à liberdade)

Yes we can. (Sim, nós podemos)

It was sung by immigrants as they struck out from distant shores and pioneers who pushed westward against an unforgiving wilderness. (Foi cantado pelos imigrantes enquanto eles se despencavam de litorais distantes e por pioneiros que foram para o Oeste, lutando contra uma selvageria sem piedade)

Yes we can. (Sim, nós podemos)

It was the call of workers who organized; women who reached for the ballot; a President who chose the moon as our new frontier; and a King who took us to the mountaintop and pointed the way to the Promised Land. (Foi o chamado de trabalhadores que se organizaram; de mulheres que lutaram pelo direito ao voto; de um presidente que escolheu a lua como a nossa nova fronteira (= Kennedy); de um Rei que nos levou para o topo da montanha e nos apontou o caminho para a Terra Prometida (= Jesus)

Yes we can to justice and equality. Yes we can to opportunity and prosperity. Yes we can heal this nation. Yes we can repair this world. Yes we can. (Sim, justiça e igualdade: nós podemos. Sim: oportunidade e prosperidade: nós podemos. Sim, nós podemos curar as feridas desta nação. Sim, nós podemos consertar esse mundo. Sim, nós podemos.)

We know the battle ahead will be long, but always remember that no matter what obstacles stand in our way, nothing can withstand in the way of the power of millions of voices calling for change. (Audience: We want change, we want change...). (Sabemos que a batalha à nossa frente será longa, mas, lembrem-se, não importa que obstáculos estejam a nossa frente, nada vai atrapalhar o poder de milhões de vozes exigindo mudança – público: "queremos mudança, queremos mudança")

We have been told we cannot do this by a chorus (...) who will only grow louder and more dissonant. We've been asked to pause for a reality check. We've been warned against offering the people of this nation false hope. (Nos disseram que não podemos fazer isso sendo um coro que vai ficar tanto mais alto quanto dissonante. Nos pediram para parar para um banho de vida real. Fomos alertados para não oferecer ao povo desta nação falsas esperanças)

But in the unlikely story that is America, there has never been anything false about hope. (Mas na sempre imprevisível história dos Estados Unidos "falso" é algo que não combina com esperança)

And the hopes of the little girl who goes to a crumbling school in Dillon are the same as the dreams of the boy who learns on the streets of LA; we will remember that there is something happening in America; that we are not as divided as our politics suggests; that we are one people; we are one nation; and together, we will begin the next great chapter in America's story with three words that will ring from coast to coast; from sea to shining sea: Yes. We. Can." (E a esperança de uma menininha que vai para uma escola caindo aos pedaços em Dillon é igual aos sonhos do garoto que aprende algo nas ruas de Los Angeles; vamos lembrar de que está acontecendo algo nos Estados Unidos; que não estamos tão divididos quanto nossos políticos querem nos fazer acreditar; que somos um único povo; que somos uma única nação; e que, juntos, vamos começar o próximo grande capítulo da história dos Estados Unidos com três palavras que vão ecoar de costa a costa, de um mar a outro: Sim. Nós. Podemos.)

Bernardo disse...

continuação:

Sim, nós podemos
Podemos invadir os resto do mundo
Podemos, por meio da tortura,
Ensinar ao oriente e aos subdesenvolvidos o que são direitos humanos e democracia

Sim, nós podemos
Destruir nossos índios (o rap "legal" diz que foi uma luta contra a "selvageria" na conquista do oeste) e lutar pela proteção dos índios da Amazônia brasileira (como se a preocupação fosse a cultura indígena e não a biodiversidade)

Sim, nós podemos
Bancar ditaduras no resto do mundo
Intervir na vida alheia
e dizer que propagamos a democracia

Bernardo disse...

A pretensão é tanta que há um verso no qual eles dizem que podem "consertar o mundo".

Cara, as multinacionais se instalam nos lugares mais pobres para explorar mão-de-obra.

O sistema democrático deles é um sistema preocupado apenas com o interno, os outros Estados que se danem. Eles querem o esvaziamento dos direitos trabalhistas, para poder "gerar" empregos aqui.

Eles querem o neoliberalismo, mas, internamente, intervém na economia, subsidiando a sua agricultura. E a UE faz o mesmo.

Cara, vc não está vendo o ataque que eles estão fazendo ao biocombustível? Vc se esqueceu do Iraque? Do apoio às ditaduras latino americanas? Da venda de armas às guerrilhas africanas?

A riqueza do norte é a miséria do sul.

Entendo seu entusiasmo com o fato de um negro ter chegado aonde chegou, mas isso infelizmente é pouco.

Vivemos numa plutocracia. O fato de o cara ser negro não quer dizer que ele defenderá o direito das minorias, dos excluídos etc.

Bernardo disse...

a abolição não foi feita pelos escravos.
O norte é que a impôs ao sul, por questões mercantis e não por questões humanitárias. Até mesmo porque, depois da abolição, os negros continuaram a serem tratados como bichos.

A escolha da lua foi conseqüência da guerra fria e, portanto, mera reação à URSS.

Questionável o gasto de milhões de dólares para ir a lua, enquanto milhões morrem de fome.

"You see men sailing on their ego trips
Blast off on their space ship
Million miles from reality
No care for you, no care for me"
(Marley cantou na década de 70)

O embargo econômico a Cuba ainda subsiste, só porque a ilhota quis fazer diferente.

Na prisão de Guantanamo ainda se tortura.

Que democracia e mudança há?

ROZANE MONTEIRO disse...

Bernardo, adorei o seu libelo poético contra uma nação que faz isso tudo. agora, se você não tem a percepção de algo pode estar mudando lá, aí, sim, é triste, mané. tu tem noção do que pode significar praquelas antas e pro resto do planeta um negão na Casa Branca? (com trocadilho). que saco.

ROZANE MONTEIRO disse...

quanto mais eu leio esse teu panfleto, mas eu me choco com a tua capacidade de não perceber o que tá acontecendo. fora a arrogância de achar que eu não sei disso tudo, muito mais até, porque estou, caro jovem, há mais tempo neste planeta.

ROZANE MONTEIRO disse...

a questão é que a generalização é sempre perigosa e burra, equivale à unanimidade. dizer que todo ser humano que nasce naquele país ´´e fascista equivale a considerar todo o árabe terrorista. não perceber que há gente naquela merda que discorda da "plutocracia" (adoro panfletos com palavras difíceis") é, no mínimo, falta de informação.

ROZANE MONTEIRO disse...

leia um pouco mais de Noam Chomsky, por favor. depois, eu volto a discutir com tu. mané.

Bernardo disse...

vc não entendeu então o q eu disse.

não estou dizendo q todo americano é fascista e que o resto do mundo é pobre coitado. Não mesmo.

Mas esse rap diz várias mentiras e eu tentei desconstruí-las.

Empreste-me um livro do Chomsky que eu leio.

Mas acho arrogante sua postura de só discutir se eu ler tal autor. É tão panfletário quanto o meu discurso.

Cara, essa sua esperança de que uma mudança nos EUA vai mudar o planeta, reforça a visão de poder deles. É como se os outros países não fossem capazes de mudar sozinhos; é como esperar que o "super herói norte americano" nos salve.

O que eu espero do EUA é que ponha-se no seu lugar: não intervenha no resto do mundo.

Já há a ONU e outros organismos internacionais que podem auxiliar e de forma mais democrática.

Cara, eu queria ter sua esperança, mas não consigo.

O tempo irá dizer se eu estou errado ou não.

Não defendi Cuba, apenas critiquei o embargo. Por que os EUA não embargaram o Brasil durante a ditadura? e o Chile etc?

Porque a ditadura era de direita. O problema é a ditadura de esquerda, então?

Cara, historicamente a democracia é alcançada pelo povo de determinado local, não é imposta.

Essa solução que vem de outro Estado é cômica: imagina os atenienses esperando que os espartanos lhes trouxessem a democracia.

Depende de nós, cara; é isso que eu quero dizer.
O seu comentário coloca a salvação neles e eu discordo disso.

Vc por acaso acompanha a escolha dos candidatos no Brasil com vc acompanhou a dos EUA?

ROZANE MONTEIRO disse...

cara, bernardo, tua capacidade de distorcer as coisas é impressionante. e eu é que sou jornalista. eu NÃO defendo que eles se metam no resto do mundo. eu NÃO acho que tenham que se meter. não sou maluca. o que eu tô te dizendo, e o farei didaticamente, já que a compreensão, ao que parece, está difícil. o que estou dizendo é que mudando algo lá, muda, sim, a geopolítica deste planeta. eu sei que, mesmo com o negão, eles continuarão imperialistas. ou você se esqueceu que negros vendiam negros aos brancos na África? a questão é humana.

mas, enfim, como você pode ser tão reacionário, cara? como você pode distorcer tanto o que eu digo? eu fui ao Irã. simples assim. não li sobre o Irã nos jornais ou nos livros. eu fui lá e vi de perto o mal que os EUA fazem ao Oriente Médio. eu VI a usina nuclear do Irã. simples assim. não li sobre ela em panfletinho de esquerda de boteco do Rio de Janeiro.

também não li sobre o estrago que foi feito na ex-cortina de ferro com a confusão da derrubada das ditaduras lá. eu morei um ano em Praga. simples assim.

quando falei de Chomsky, foi só uma citação porque o cara tem uma visão global desta merda toda, e o explica de forma coloquial.

caralho, que saco. que medo de um ser humano com menos de 30 anos que tem esta visão radical, generalizadora e panfletária.

e nem tenta insistir nessa bobagem de que eu defendo que os EUA têm que controlar o mundo. isso é ofensivo, caralho. é o cúmulo da distorção de um pensamento expresso aqui.

Bernardo disse...

vc exigiu q eu lesse o cara sim. não foi só citação, não. tá aí pra quem quiser ler.

Eu não distorci o que vc disse. Vc é que colocou um post com várias mentiras (rap) e disse que "a humanidade tem jeito" por acusa disso.

Agora, começou e me chamar de reacionário, querendo, obviamente, desviar o rumo da discussão para críticas pessoais. Não, cara, não tenho um rótulo: esquerda, direita, centro etc. Nem vou lhe imputar qualquer crítica pessoal, pois não quero desviar o rumo do diálogo.

O que eu fiz foi trazer fatos, não fazer acusações pessoais.

Eu nunca sai do Brasil. Mas o que eu vejo aqui é o bastante para eu me preocupar com a participação política aqui, cara.

Eu quero mudança também. Não estou contra vc.

Mas achei que esse clip publicitário é a maior demagogia. Seu entusiasmo com a campanha do afro candidato me surpreendeu. Só isso.

E mais: vc não respondeu a minha pergunta: Vc por acaso acompanha a escolha dos candidatos no Brasil como vc acompanhou a dos EUA?

Bernardo disse...

a crítica que fiz foi quanto à letra do rap, mas vc sentiu-se ofendida.

Releia o rap. a letra é pretensiosa e imperialista. Vc a colocou no blog como um lance legal e tá me chamando de reacionário por criticá-la.

Não quero impor minha visão pessimista, mas tenho o direito de dizer o que acho.

ROZANE MONTEIRO disse...

desisto, bernardo, eu simplesmente desisto. este post foi simplesmente pra comemorar o que acho um avanço do ponto de vista humano, de uma porra dum candidato negro ser indicado presidente daquele país. na boa, tô saindo de cena.

Bernardo disse...

dindinha, não fica braba comigo, não.

é legal um negro chegar aonde chegou, eu concordo com vc. eu entendi o que vc quis dizer, mas achei o clip muito falso e me empolguei.

vamos nos unir para mudar nossa terra, cara.

Os debates são importantíssimos para a democracia. É importante a gente expor o que acha.

ROZANE MONTEIRO disse...

afilhado querido da dindinha, a minha brabice é do ponto de vista filosófico. tu tá cansado de saber que não resisto a uma boa briga. especialmente com quem, embora discordando, é bem fundamentado. amiga, amiga

carajo, a gente tá parecendo a Hillary e o Obama, se matando, e se cumprimentando depois do debate. dã. foi mal. foi só uma última provocação. :)

Anônimo disse...

meninos,
pausa. os estados unidos não são um bando de porcos capitalistas. os estados unidos não são anjos celestiais. são gente como a gente.
agora, com uma diferença gritante. uma extraordinária democracia, um excelente sistema jurídico e uma sociedade que com todos os seus defeitos jamais admitiria um terço de escândalos que nós aceitamos.
não sou obama, acho ele uma mistura de caçador de marajá com sindicalista do abc, mas admiro um país que se colocou duas minorias no centro das atenções mundial.
mirtes

Anônimo disse...

Com o devido respeito à discussão, não resisti. Apesar de 54 anos nesse planeta e cheia de esperanças, sempre, nesse caso tenho que apoiar o Bernardo (correndo o risco de ser esculachada pela grande jornalista e escritora "d. Rozana") mesmo pq a Sra "Condolência" reúne as duas características: mulher, negra, etc...
E tb tinha a Sr. Collin Powell.
Carmen.

ROZANE MONTEIRO disse...

bela lembrança, Carmen. a Condoleezza é mais branca do que o Bush, aquela escrota. e pior do que ele, que é escroto desde a infância num rancho qualquer. aquela anta ter virado bandido interplanetário faz sentido. agora ela é pior ainda.

ROZANE MONTEIRO disse...

mirtes, menos, cara, menos. escãndalo nos EUA, quando estoura, derruba bolsa no planeta. é sempre algo mega. isso, sem falar nos esquemões que envolvem venda de arma e os caralho. ninguém mais lembra que o Cheney sempre foi ligado à empresa de reconstrução no Iraque da cagada que o patrão dele fez? isso, sem falar em Daddy Bush, que tá com o boi na sombra, mas bate um bolão nos bastidores com aquele filho anta dele.

Bernardo disse...

a mirtes merece um green card.
não ía fazer falta nenhuma por aqui.

Tô lançando a campanha: SE VC GOSTA DOS EUA, VÁ PRA LÁ.

Bernardo disse...

VÁ E FIQUE.

se deixarem, é claro. Porque a xenofobia contra latinos é forte.

afinal, somos cucarachas.

Viva os EUA!

Bernardo disse...

Mirtes, vc é a favor da pena de morte?

Deve ser, porque vc acha o sistema jurídico deles uma maravilha e sabe-se que vários estados americanos ainda matam seus condenados.

Por que será que eles são os maiores consumidores de drogas e vendedores de armas do mundo?
Estranho isso, não?

Parece q vc só conhece os EUA dos filmes.

Ah, vc já viu algum documentário do americano Michael Moore?

Veja, foi um americano q fez; não foi um brasileiro de esquerda, não.

ROZANE MONTEIRO disse...

bernardo, caralho, tu tá misturando alhos com bugalhos. e pára de sacanear a Mirtes, que é minha amiga, porra. que coisa.

quanto ao Michael Moore, é genial. ocorre que ele fica tão clownesco que muitas pessoas lá não o levam a sério, o que é uma sacanagem. o cara é bão demais.

Bernardo disse...

tô misturando nada.

a Mirtes-USA disse que:
os norte-americanos...
"são gente como a gente.
agora, com uma diferença gritante. uma extraordinária democracia, um excelente sistema jurídico e uma sociedade que com todos os seus defeitos jamais admitiria um terço de escândalos que nós aceitamos."

ela inclusive os colocou como superiores. eu tô sendo até pacífico com a mirtes-USA. Ela não consegue ver - apesar de TUDO - o que os EUA são, dentro e fora do país.

Michael Moore nela.

e o green card - ela merece!

ROZANE MONTEIRO disse...

bernardo, cara, tu não pára de generalizar. como alguns manés acham que brasileiro só pensa em futebol e samba. é o outro lado. cara, pensa no outro lado. eu conheci gente lá que odeia o Bush e que tem, literalmente, vergonha de ser americano, palavras deles. conheci gente em Praga que queria abrir mão do passaporte americano de tanta vergonha. pára de generalizar, porra.

Bernardo disse...

q generalizar o que, madrinha.

estou apenas brincando com a definição da mirtes.

eu sei q há estadunidenses conscientes e envergonhados - já citei até o michael moore. Não falo sobre a sociedade civil norte-americana, falo ds intervenção deles, do imperialismo.

vc ainda não entendeu isso?

Agora, vc vê: até os norte-americanos tem consciência dos abusos dos EUA e se envergonham por isso; mas a mirtes continua achando-os os superiores - os paladinos da democracia mundial.

coitada...