Não paro de fazer conta. Só hoje, sem sacanagem, só hoje é que me dei conta de que já se passaram quase dois meses do fim definitivo da ladainha. Pra mim, parecia que tinha sido semana passada, de tanta tristeza ainda que me tortura. Eu simplesmente não percebi o tempo passar. Simples assim.
Aí, também tá me passando toda a ópera bufa na cabeça, desde o início apaixonado, passando por um monte de momentos em que eu, mesma, percebia que aquela relação não era exatamente o que eu queria, por já perceber sinais de que havia diferenças irrevogáveis entre nós; por já perceber posturas dele que simplesmente não me desciam na garganta, mas que eu entubava, em silêncio, pra não me aborrecer e perder meu sonhozinho de princesa. Quando não, chutava o balde e iniciava discussões insanas, daquelas que você tem certeza de que não vão chegar a lugar nenhum, já que ninguém arreda pé dos argumentos. De quebra, ainda perdi uma grande amiga pelo caminho, num surto. Só não vai dar pra contar aqui, não vou expor personagem que não tem rigorosamente nada a ver com a confusão toda. O mesmo vale pra outros tantos, que acabaram participando da trama voluntária ou involuntariamente.
Mas pra que sofrer pouco, né? Fui levando a vida, o tempo foi passando, e eu achando que ia cair uma pomba do espírito santo na cabeça do fofo e ia fazê-lo ficar exatamente como eu sonhava ser meu companheiro ideal. Pra piorar, fui me distraindo da minha carreira absurdamente ou por estar absolutamente apaixonada, bancando a mulezinha feliz, ou por estar absurdamente no inferno, sofrendo igual a uma louca, achando que a vida não valia mais nem uma coroa tcheca furada sem o muso. Ou seja: um belíssimo festival de tiro nos dois pés e na testa.
Chamei de amor, mas agora tá me dando um enjôo por perceber que, talvez, o que me moveu nos últimos meses há de ter outro nome. Amor não pode ser essa mistura de cegueira, ilusão e masoquismo a que a gente, às vezes, se submete. Ou talvez tenha sido apenas a paixão pelo que eu tinha conquistado: um namorado pra chamar de meu, sexo de excelente qualidade e cafuné, fingindo não perceber que o personagem jamais caberia no meu modelo de homem (claro que ter um modelo, em si, já é um erro patético). Ou vai ver foi amor, mesmo, e eu é que não sei amar pouco, com calma. Na verdade, cansei de acusá-lo de ter medo de se envolver, sem nunca, nunquinha, mesmo, admitir que eu também não sou exatamente uma especialista em abrir a guarda pra dividir minha vida com alguém. Dã.
Não tô perdoando ninguém. Nem bancando a louca, achando que a culpa foi só minha. Mas a percepção de que esta dor toda, em parte, é simplesmente responsabilidade da anta aqui, que insistiu até o último instante no que já sabia que não tinha futuro, tá me enlouquecendo. Pior: foi preciso eu pastar esses meses todos pras fichas caírem todas num dia só. Hoje, domingão mais ou menos de sol. Ai.
domingo, 15 de junho de 2008
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2 comentários:
Baby, é mais fácil a gente tentar transformar o sapo em princípe do que admitir que a gente é meio masoquista e sim, procuramos as coisas boas nas pessoas erradas. No fim, mulher adora um desafio. E dói muito admitir isso...mas no fim, a gente se contenta em ter uma pessoa traste por achar que um cara bacana nem existe...e pessimismo é isso...a gente pensa pouco e ganha uma reles companhia (que obviamente vai ser uma imensa decepção se esperarmos algo).
Momento "deitei no divã e me asustei" mode off.
pois é, eu já nem sei mais de nada. nem tô jogando mais pedra nenhuma no rapaz. tô é me dando conta de que eu, simplesmente, insisti em algo que tava na fuça de todo mundo que não daria certo. é como falei aqui, a gente acha que o cara um dia vai acordar outro, só porque te ama pra caralho. dã. cara, tô tããããão Freud hoje. tá foda.
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