Às vezes, eu acho que o muso desta coisa morreu. Sumiu no mundo. Às vezes, só às vezes, tenho a certeza absoluta de que a existência do ser não afeta em nada mais a minha; cá pra nós, ele podia até morrer, mesmo, que não teria qualquer consequência na minha rotina. Às vezes, penso o famoso "meu Deus, como é que eu pude me apaixonar por um ser humano desses, covarde que nem sente?"
Na verdade, às vezes, acho que ele deve se perguntar o mesmo: "Meu Deus, como fui me envolver com uma louca que não consegue ficar calada depois que toma uma dispensada?" Aliás, no planeta dele, é uma coisa "não deu, Rozane, não deu", "você tem que aprender a conviver com suas frustrações", "são coisas que a gente fala por falar" (= "eu te amo", "quero casar com você", etc, etc, etc). Tinha, juro, me esquecido disso. Não, não tenho esperança de que ele tenha feito algum mea culpa desde o cisma. Nenhuma chance: ele é um ser superior, intelectual amante de Proust, politizado, e eu é que sou louca, como sabemos.
Na boa, pagava qualquer dinheiro pra saber como ele tá lidando com mulher agora, depois do susto de ter levado um blog e um livro pela fuça, coisa que não há de ter nunca acontecido nos seus, agora, 65 anos de cretinice pela vida. Acho que só aí, já economizei muito sofrimento de quem resolveu frequentar aquele corpinho. O gênio, agora, deve estar cuidadosíssimo com sua retórica frouxa (tá, eu caí nela, eu sei, me poupem).
Sei lá, me ocorreu isso tudo aqui, agora, pronta pra almoçar.
Culpa do lançamento de Minas. Tava aqui, ensaiando mentalmente o que dizer na rádio mineira, no sábado de manhã (sim, é ao vivo), acabei lembrando do muso, claro, e beirei novo surto - de raiva, só de raiva. Na boa, tinha vontade de perguntar pro mané se hoje ele consegue perceber o quanto foi escroto, mas o quase-surto já passou, juro, e a certeza de que ele deve estar "trombeteando" (palavra cara ao fofo) por aí que eu é que inventei a porra toda já me convenceu a ficar quieta. Por ora.
Enfim, almoço já.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
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