Alguém aí tem alguma idéia do que é ficar 20 minutos inteiros com uma porra dum microfone de lapela cujo aparelhinho acoplado (não, eu não sei o nome) precisou ficar pendurado no sutiã, nas costas, fio passando por tudo que é canto da Ala Norte do meu corpinho? Claro que isso tudo foi porque fui de vestido. Se tivesse ido de calça ou de saia, teria ficado pendurado no cós, também nas costas, como acontece com os meninos e com as moças mais espertas.
Ah, sim, claro que o aparelhinho foi colocado, com todo o respeito do mundo (é sério, sem nenhuma sacanagem aqui), por um operador de som, me enfiando a mão vestido a dentro - o verbo é "ser microfonada", uma coisa supernatural no mundo ao vivo e a cores. E claro que, a cada vez que eu recostava na poltroninha fashion do programa, já ao vivo, eu achava que iria esmigalhar aquela merda e tomar uma bronca do diretor do programa (*) em rede nacional. Não, não ajudou em nada a alma tensa.
Isso, sem falar no fino que tirei com o bico do meu sapato-preto-básico da canela de uma das apresentadoras. Ao vivo, claro.
(*) Diretores de programas ao vivo são entidades que, nos intervalos, falam de uma salinha quase sempre colocada acima dos mortais (jornalistas e convidados), e o som ecooa estúdio afora. Pelamordedeus, alguém aí viu O Show de Truman? É igualzinho, eu juro. Pra quem não viu, explico. O Show de Truman é um filme do Jim Carrey em que ele é um personagem de uma novela no estilo Big Brother, desde o tempo em que era bebê, e só ele não sabe que todos, mesmo, a sua volta são atores - a mulher, amor da vida do mané, incluída. E o pobre vive a trama toda como se fosse a sua própria vida. Até que cai um refletor na frente dele, e ele começa a desconfiar da porra toda. Tudo isso, dirigido por um cara, na trama, a partir de uma sala de edição, que, no fundo, fundo, é apaixonado pela cria. Ih, viajei. Eu sei. Num tô nada bem. Argh.
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