sábado, 7 de fevereiro de 2009

Valhei-me, meu São Camus:

"O mar trouxe um sopro espesso e ardente. Pareceu-me que o céu se abria em toda a sua extensão, deixando chover fogo. Todo o meu ser se retesou e crispei a mão sobre o revólver. (...) Sacudi o suor e o sol. (...) Então, atirei quatro vezes ainda no corpo já inerte (...)."

Trechinho fofo de "O Estrangeiro", que me ocorreu quando um mala dum feirante enchia meu saco pra tentar me convencer a levar três caixas de morango, e eu tive que repetir a ladainha de sempre: "É muito, moço. Eu moro sozinha, vai acabar estragando."

Saco. Fui. Manicure às três. Depois, filminho de La Streep.

4 comentários:

Anônimo disse...

foi ver a dúvida?
tô louca para ver também.
depois diz se gostou.
beijim
mirtes

ROZANE MONTEIRO disse...

mirtes, vai ver correndo. é sen-sa-cio-nal. não tem explicação. primeiro, o trio de atores Streep, o padre e a freira novinha dão show o tempo todo. depois, o texto, brincando com a parada da dúvida, é genial. e, pra completar, como a trama toda é numa escola de crianças, a garotada tam-bém dá show de interpretação e garante uns momentos leves. ah, sim, depois me fala se tu gostou do final, que é meio polêmico. ah, atenção pra cena do diálogo entre a Streep e a mãe do menino que é o centro da trama. é isso, pronto, desabafei. :))))

Anônimo disse...

Qual é o centro da trama?
O diálogo entre a Streep e a mãe do menino?
A mãe do menino?
Ou o menino?

ROZANE MONTEIRO disse...

cara, não vou poder ficar contando muito, senão perde o impacto. mas, basicamente, é o seguinte:

o menino é o estopim da trama toda. La Streep é uma freira austera, que comanda um colégio de crianças com mão-de-ferro. O bonitão de nome difícil (o que fez Capote) é um padre progressista, que cuida da paróquia. estamos na década de 60, e o menino em questão é o primeiro aluno negro aceito na escola de brancos.

a tal da dúvida é a suspeita da freira de que o padre estaria molestando o menino. ela é alimentada por informações de uma freirinha novata que dá aula pro moleque e tira suas próprias conclusões.

ah, sim, a conversa com a mãe do guri é a freira contando pra ela sobre suas suspeitas. a reação da mãe é do caralho, surpreendente. e por aí vai. mais, eu não conto. o melhor de tudo são as armadilhas do roteiro e do texto, que é sensacional.

ah, depois me diz o que achou do final. teve gente que não gostou. eu adorei.