domingo, 12 de abril de 2009

Virada aos 46 acabou no zero a zero. Ou no 10 a 10. Sei lá mais. Só sei que empatou

A saga do Maraca eu conto daqui a pouco. Primeiro, cumpro o doloroso dever de comunicar a meus caros leitores que o alemão virou irmão. Ih, rimou. Também cumpro o nobilíssimo dever de comunicar a meus caros leitores que a pessoa tá muito longe de ser canalha, justiça seja feita. É só um trapalhão no quesito relações humanas, como minha leitora moradora da Alemanha, inclusive, já tinha me alertado, dado seu conhecimento de almas germânicas.

Chopão e jantar depois do Mengão, acabei puxando conversa. Pois é. Porque tava querendo discutir relação? Não, claro que não, tava era babando de vontade de possuir aquele corpinho, hormônios à flor da pele. A questão é que foi pintando um não-saber-onde-botar-a-mão de ambos os lados, um desviar de olhar de ambos os lados, tô-com-tesão-não-tô mais, de ambos os lados, devo admitir - depois da cagada do fofo de terça-feira, por mais que eu quisesse e por mais que tenha babado aqui, foi me dando certa paúra, é fato.

A certa altura, no jantar, levantei a bola, ambos chutamos e tivemos um papo que, acho, nunca tive com macho nenhum até hoje. É essa porra, inclusive, que mantém a gente grudado, à distância, um no outro há tanto tempo: o bicho parece que lê meu pensamento; eu acho que leio o dele; um começa uma frase, o outro acaba, e o um diz que era exatamente isso que queria dizer; um horror. E foi exatamente isso que aconteceu hoje. Vá entender.

Enfim, noves fora zero, concluímos (no plural mesmo, bati um bolão), dignamente, que algo que começou do jeito que começou (a chegada dele aqui) não tinha a menor chance de dar certo (muito menos com só uma semana pra tentar resolver) e que o babado todo tinha um significado. E tem. Também concluímos, que, se fôssemos pegação qualquer um do outro, era só se comer, que tudo bem. Só que eu sofri porque tava indignada com a terça-feira maldita. E ele, segundo relato do próprio, passou os últimos dias remoendo a culpa pela cagada, sem saber que diabos podia fazer pra reverter.

Mas vou poupar vocês e eu mesma, de novo, dos detalhes. É muita firula e muita exposição da vida do manezinho e da minha própria que não vai dar pra contar. Desta vez, não vai dar, galera - confesso que tive que editar a história da chegada dele aqui porque foi barra pesada demais, do ponto de vista da alma de ambos. Foi mal.

Tudo bem que ele não tá identificado aqui e que amigo nenhum dele vai ler este blog; tudo bem que eu não dou a mínima pra falar do que me dói em público, todo mundo aqui tá cansado de saber disso. Ainda assim, e essa é a boa notícia, depois da conversa de hoje, esse pateta continua num recanto sagrado deste peito vagabundo, até porque já falou um milhão de vezes que sabe que fez merda da boa e que tá amargando até hoje a culpa, aun. Não, eu ainda não sei - nem ele, aliás, ainda segundo relato do próprio - em que departamento dos dois peitos vagabundos um categoriza o outro. A gente, inclusive, desistiu de tentar chegar a alguma conclusão. Acreditássemos em reencarnação, tudo ficaria mais fácil.

Verdade absoluta: o tesão foi pro pré-sal, de ambos os lados, apesar do beijaralhaço que a gente deu um no outro ontem, depois de sambar na Lapa - ih, foi tanta confusão, que eu esqueci contar do momento despedida na porta do meu prédio. Por que que ele me beijou, todo cheio de graça, e promessas, assim, enquanto linguagem corporal, e se mandou pro hotel? Ninguém aqui sabe. E nem quer saber mais, aliás: o homem tá quase pegando o avião de volta. Fica prum próximo encontro, daqui a uns, seguindo nosso padrão, três ou quatro anos.

E quem quiser que conte outra.

5 comentários:

Anônimo disse...

Isso é bem alemao: entao, tá o nosso relacionamento acabou, mas a nossa amizade continua, ou melhor, nossa amizade passa ser algo mais intenso como irmao. Agora, eles fazem isso bem e sem problema. Nos temos dificuldades para entender este relacionamento e tambem para agir como eles. Se cuida ai! Schöne Grüßen, Luciana
conselho: agora é melhor vc nao se envolver, nao criar esperanca e nem sonhos. Seja feliz hoje e amanha seja feliz novamente. Terminado os dias de felicidade ha dois. Vire a pagina e nao pergunte mais nada.

Anônimo disse...

Voltei...a relacao de irmaos deles permite beijos na boca, neste tipo de relacao o beijo nao tem nenhum significado.
É um beijo, pronto acabou. Foi somente o momento.
Mit freundlichen Grüßen, Luciana

mirtes disse...

eu sinceramente acho papo muito doido, tipo para lá de maraqueshe..
mas, se tá bom para você...

ROZANE MONTEIRO disse...

babe, a gente nunca teve "relacionamento", caralho. é uma história maluca demais pra caber em qualquer modelo. não dá pra explicar. eu juro. só apelando pra vidas passadas. tô brincando, é claro. é só que é tudo absurdo demais.

eu sei que tu tem certa aversão a machos alemães em geral, mas esse, cara, esse é só mané. eu juro. tô na boa. brigada pela força. vou ser... aliás, não, já tô feliz. só de conseguir dar nó em pingo d'água pra levar a conversa de hoje, em inglês, sem nenhum palavrão dos bons em português, já valeu.

ROZANE MONTEIRO disse...

bom pra quem, mirtes/cara pálida? se for pra mim, bom porra nenhuma. como diria Lady Kate, bom, bom, bom num tá, mas tá bom, tá bom, tá boooom...

não tá bom, mané, mas é só uma questão de tocar um foda-se e tocar a vida. o mané pode até nem saber, mas ele acaba de perder a capacidade de me fazer chorar. simples assim. não tô tratando essa porra como derrota, muito pelo contrário. Sua Excelência... ainda é hors concours.

eu só não comi o fofo. dancei no quesito hormonal e tô aqui ainda me acostumando com o fato de não conseguir dar pra quem eu queria. mas, no fundo, no fundo, só agora eu sei, eu só não consegui dar. simplesmente, não consigo continuar a sofrer por isso. amanhã é segunda-feira, ele vai embora na terça, com a graça de São Guttemberg.

pois que fique no terreno das ideias, como, ao que parece, ele quer. tenho vida demais pra viver aqui no planeta terra antes de dar conta de alma gêmea platônica e metafórica. cumpra-se.