Bienal foi um horror, e eu digo de novo: um horror. Mas não posso desabafar aqui, abrir meu coração, porque ainda sou uma profissional mais ou menos séria.
Mas, enfim, já corri de tiro em morro do Rio; já fui perseguida, sem sacanagem, por agente do governo do Ahmadinejad, o cara do Irã, quando passei duas semanas no país do mala, como jornalista. Me sentir humilhada, um zero à esquerda, uma moleca, em Bienal do Livro foi a primeira vez.
O que me aconteceu de bom na Bienal? Descontos incríveis pra quem tem a credencial de "autor", de até 30%. Voltei pra casa com preciosidades a preço de banana. A saber, uma sensacional autobiografia da Billie Holiday, recém-relançada; dois livrinhos fofos do Schopenhauer: A Arte de Lidar com As mulheres, no qual ele "prova" que somos inferiores, aun; e A Arte de Ter Razão, no qual, ao que parece, andei folheando, ele "prova" como é possível ser escroto o sucifiente pra ter sempre razão ou, ao menos, aparentar ter razão; o manual da nova ortografia, claro; "As Comédias de Antônio José, o Judeu", um sujeito que sempre me despertou curiosidade, mas que nunca li; "Z, A Cidade Perdida", dum colega americano que chafurdou a história dum aventureiro que sumiu na Amazônia há trocentos anos enquanto buscava o "Eldorado brasileiro", com fotos espetaculares de época que ele conseguiu achar.
domingo, 20 de setembro de 2009
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5 comentários:
Vim aqui toda animada pq acabei de ler o livro e me deparo com esse seu relato... não aguento qd escuto alguém falar q foi humilhado, triste demais...
Bem... de qq forma... adorei o livro e gostei muito de te conhecer!
Obrigada pela atenção!
Beijo
que bom que tu gostou, esse comentário só vai me ajudando a parar de babar de ódio da Bienal.
ah, sim, além dos livros baratos, a outra coisa boa foi te conhecer. adorei. bjs
liga não rô. a vida tem esquina, e você um dia voltará lá com um bando de bajuladores a sua volta.
Não posso nem imaginar que tipo de humilhação você sofreu na Bienal... Confesso que não ponho os pés lá há anos. Gente demais... Tudo muito confuso. Tenho pavor. O fato é que, se aquele povo todo lesse ao menos dois livros por ano (ainda que fizessem as piores escolhas), o Brasil despontaria entre os principais países leitores. O Rio de Janeiro, então, seria uma Buenos Aires tupiniquim, com livrarias, sebos e bibliotecas concorridíssimas em cada esquina... Mas bem sabemos que não é o caso. Enfim, não me supreende em nada que você tenha se emputecido por lá. :-)
cara, tava aqui babando de ódio por uma parada operacional lá do lançamento, que me fez perder a linha internamente (não fiz nenhuma merda, fiquei surpreendentemente no controle, babando só por dentro). mas já tô baixando minha bola. acho que, no fundo, no fundo, supervalorizei o problema. já tá passando.
só me senti ridícula, humilhada, mesmo, o que me deixa enlouquecida de raiva. mas, enfim, como diz um amigo meu, vou é sofrer na medida, que não tô aqui pra ficar alimentando raiva por uma coisa que já passou e que não tem mais jeito.
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