Você sabe que a TPM é uma realidade quando:
1) Vai à farmácia pra comprar um babado pra cicatrizar um raio duma espinha que tá quase virando uma pereba na fuça e quase perde a cabeça porque um velhinho alugava o único farmacêutico da casa - como o babado é pra passar na cara, muito perto da boca, achei que tinha que consultar o fofo. Na boa, em algum momento, o ser idoso falando pelos cotovelos, ocupando o jovem, devolvi o remédio pra prateleira sem nenhuma doçura e saí babando de ódio. Cheguei a mandar chamar o gerente: "Preciso desabafar" (eu juro que eu disse isso). Nesse meio tempo, o farmacêutico se livrou e veio me perguntar o que eu queria (eu tava pagando outras coisas que comprei). Voltei, peguei o remédio, consultei o ser, resolvi o problema e entrei na fila do caixa de novo. Ah, sim, saí furiosa porque não consegui arrumar a briga de sempre na farmácia: os funcionários têm ordem de enfiar os remédios num envelope plástico, pra evitar roubos, o que sempre me ofende. Mas, ontem, por algum motivo, só pra me irritar, eles não fizeram isso, e eu não tinha nenhum motivo pra brigar com o gerente. Saí puta.
2) É ignorada pela jornalistada deste balneário e tem ímpetos de rasgar o diploma. Passei o dia ontem fazendo umas notinhas legais e nenhuma linha hoje. Ô, raça.
3) Pega o elevador, que demora horas pra aparecer, e percebe, ao adentrar o cafofo, que esqueceu de pegar na portaria todos os jornais que assina. Na volta da volta, dá de cara com um homem bacana, simpático, com seu bebê fofo e sua aliança fofa na mão esquerda e volta a babar de ódio. Na boa, de repente, o mundo tá bonito, casado e feliz. Ah, sim, entrou outro sujeito no elevador, ficamos brincando com o bebê, e eu encerrei a conversa, fofamente: "Que inveja que eu tenho dela, tudo o que eu queria era alguém pra me carregar no carrinho." Foi sincero, eu juro que não tava cantando o pai. Acho.
3) Quase agride outro ser idoso pela incapacidade de responder uma pergunta simples. Na volta da volta da volta pra casa, perguntei à ex-subsíndica se o povo da obra tava aqui no prédio - os caras arrancaram a mangueira do meu ar condicionado e até hoje não botaram de volta. Detalhe: perguntei isso apontando pra área de serviço: "Dona Fulana, eles tão aí?" "Estão, sim", disse a fofa. Fui lá e não tinha ninguém. "Dona Fulana, não tem ninguém lá." "Eles estão no prédio, não ali". Cai o pano. Mas, enfim, fui capaz de controlar a ira e mandar só um "tudo bem" e me calei com a boca de feijão. Não vou nem chamar a atenção pro sotaque luso da fofa porque pode parecer preconceito e periga vocês acharem que eu tô de sacanagem.
quinta-feira, 25 de março de 2010
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15 comentários:
Respira fundooo, que TPM é assim mesmo... e falando nisso, há qnt tempo vc não tira férias?
Olha , não precisar estar de TPM para ficar puto com estas coisas que vc. narrou. Mas se não tem solução, faça o que disse a ex-ministra: " Relaxa a goza".
Calma , tõ brincando...rs.
Ricardo.
Putz, morri de rir aqui... Principalmente na parte em que você falou do sotaque. Eu juro que, por uma questão de segundos, pensei em perguntar isso e desisti, por conta desse mundo politicamente correto em que vivemos. Daí, na sequência do texto, você respondeu. Meus olhos estão lacrimejando e mal consigo ler o que escrevo. Lamento pela TPM, mas isso é muito engraçado. :-)
brigada, Vivi, brigada. pois é, andei pensando nisso também hoje de manhã. férias de verdade, sem fazer nada, nem me preocupar, tem três anos. ai.
rinape, você não me provoque! :)))
beatriz, que bom saber que fiz uma alma feliz hoje, a despeito da minha miséria. :))))))
Quanto drama! O dia que vc tiver um problema de verdade nem sei o que será capaz de fazer...
Informações relevantes:
1 - pode rasgar seu diploma: o STF entendeu que não precisa de diploma para ser jornalista (coisa que todo mundo já sabia...);
2 - TPM é na verdade Tensão Pré-Morte: enquanto viver vai ser isso aí, essa raiva infundada - e o pior, justificativa para tratar mal o resto do mundo...
rsrs
Bernardo
Mas, Anônimo/Bernardo, é que são mesmo três as TPMs... A pré, a paralela e a pós. Não sabia?
obrigada, Beatriz, nem eu responderia melhor a Bernie Boy, que, aliás, devia rezar todo dia pra agradecer a Deus o fato de eu não morar perto dele o suficiente pra enfiar-lhe a mão na fuça. num tô nada bem.
bom, just in case, hoje, eu só vou mandar um beijim para a dona rozana... (rs)
Não é preconceito, mas conceito mesmo, de forma geral eles são muito literais. Não dá pra deixar de rir quando vc pergunta no boteco se tem café (a bica)e a resposta: 'Tem'. E é só.
Bj
brigada, Mirtes, brigada.
é isso, Mônica. lembro que o Mário Prata, um dia, escreveu que tava num hotel em Lisboa, esperando um carro "café com leite". ficou horas esperando e desistiu. no dia seguinte, tomou um esporro porque o carro estava lá e ele não apareceu. explicação: "café com leite" era preto e branco. cai o pano.
mônica, eu pirei em portugal
pedia uma coca e o cara respondia: eu a vendo, não a dou"
perguntava se tinha, e a resposta era a que você deu
usava queria, e ele dizia que quando eu quisesse de novo ele traria.
coisa de louco.
tive que reaprender o português para me comunicar com eles.
mirtes, sen-sa-cio-nal! tô aqui às gargalhadas.
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