quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

“Além de chata, você tá muito magra”. Diagnóstico: câncer

Aviso aos sensíveis demais que a história que passarei a relatar é de embrulhar o estômago. Tirem agora as crianças de perto do computador.

Foi assim:

Nossa narradora define a época do ocorrido como uma "fase bem difícil da minha vida: três filhos, separada, trabalhando que nem uma louca e apaixonadíssima pelo meu traste."

Como o que pode piorar quase sempre piora, começou a emagrecer mais do que merecia. Desmaiava. Baixou médico. Câncer de mama.

Mas achou que tinha um porto seguro. Ãrrã, ãrrã: "Após ler meu exame, ele não atendia mais o telefone e ainda me segredou algum tempo depois: 'Perdi o tesão por você. Além de chata, você tá muito magra'. Ele não tinha coragem pra ficar ao meu lado, e eu deveria ser compreensiva."

Passo seguinte: a cirurgia, processo que ele não acompanhou; nem visita fez.

"Um belo dia, tava saindo desolada pra fazer minha primeira sessão de quimioterapia, e o telefone tocou. Era o traste. Meu coração aos pulos: 'Vamos sair?', o que sempre queria dizer 'quero te comer'. Respondi que não poderia, já tinha horário marcado no Inca. O meu traste solidário me afirmou que não poderia ir comigo ao hospital (pro motel podia), mas que, assim que terminasse, que ligasse para ele. Fazia questão de ir me buscar."

"Ele me ama", pensou.

"Passei mal, e vomitei como uma vaca (nem sei se vaca vomita, mas era essa sensação). Eu era a única paciente sem acompanhante, mas me sentia importante já que meu 'amor' dali a pouco subiria aquelas escadas e me salvaria de tudo como um príncipe encantado. Mesmo sapo eu já tava aceitando. Não tava em condições de escolher muito."

"Quando a quimio acabou, telefonei pra ele meio grogue, com a roupa vomitada. Do outro lado, a resposta: 'Sabe o que é, meu bem, eu tive um problema muito sério'. Fiquei por segundos pensando: a mãe morreu, a filha sofreu um acidente, a Casa Branca foi atingida pelo Osama, sei lá. Do outro lado, com uma voz suave, ele disse: 'A minha cachorrinha tá com cistite, não posso deixá-la sozinha. Você entende, né? Pega um táxi, que depois eu pago.'"

"Peguei um táxi, e, na minha mente, que rodava mais que os casais no bolero em que Elis Regina toma uísque com guaraná, só pensava 'cistite da cachorra, cistite da cahorra...'. Ao mesmo tempo, refletia sobre as leis penais e os homicídios necessários. Chorava igual a uma louca e não sabia se era por ele, por mim, ou por pena do motorista de táxi que me acalmava, contando um milhão de casos de pessoas que não morreram de câncer."

"Duas semanas depois, ele me procurou, e, quando atirei a cachorra na cara dele, ele disse que, apesar de me amar, achava que eu não tinha coração, a bichinha tava sofrendo..."

"A pior parte? Às vezes, ainda penso nele. Ah, o táxi? Ele nunca pagou."

Pensei em alguma frase de efeito pra encerrar esse post. Mas não consigo. Simplesmente não consigo.

Lançada a candidatura da anta pro concurso Traste dos Trastes.

26 comentários:

Control+Alt+ Del disse...

Não precisa nem postar as outras, Rozane. Até fiquei com vergonha da minha candidatura. Essa aí ganha de todas, fácil fácil. Se não quiser acabar com a disputa logo no começo, diz que é Hors concours.

Beijo, Luciana Caneca.

Anônimo disse...

Gente
ganha disparado...
e a mulher me questão
deveria ser canonizada
só uma santa pra nao
enfiar uma bala na cabeça do
traste...

jisuis...

bjos
Thali

Irhia Amana Tanna disse...

Pois é... Lendo essas narrativas bizarras a gente se pergunta se uma criatura dessas é mesmo um ser humano.

Ana Silvia Mineiro disse...

Cara, esse é o traste dos trastes.

ROZANE MONTEIRO disse...

sugeriram alçar esse à categoria de hors concours. o que vocês acham? tô aqui revendo outras histórias pra colocar e ãcho que não há possibilidade de alguém barrar esse. aberta a sugestões.

Anônimo disse...

hour concour mesmo!!!!!!
esse enegúmero é o traste dos trastes, é um ser desumano!!!!
e que o deus do karma cuide bem dele....
mirtes guimarães

Anônimo disse...

Já ganhou. Essa história é muito deprê. Gisele

Unknown disse...

Desde que eu li essa história nos coments eu já tinha certeza que ela teria meu voto.Além de traste esse cara deveria ser preso!!!!!!!

Talita Braga disse...

tô sem palavras......
Cretino!!Cretino!!Cretino!!Cretino!!
Manda o endereço dele, q eu conheço um parrudo aí q vai ensinar ele a ser gente!!

ROZANE MONTEIRO disse...

então, resolvido, já virou hors concours. vou começar tudo de novo

Anônimo disse...

Oi pessoal obrigada aí pela força...
Sabe que o mais legal é que durante muito tempo o traste tentou me convencer q aquilo não foi nada e eu "fazia tempestade em copo d'água. Sabe q as vezes eu ficava confusa, na dúvida, com vergonha de contar aos meus amigos que eu gostava muito de alguém assim. Mas hoje realmente após ter minha história vencido por unanimidade eu compreendo que não era eu que "exigia demais", nem "que as pessoas têm limitações". O problema era ele mesmo, egoísta, desumano, sem caráter...
Obrigada a todos pelos comentários e Talita, vou pensar seriamente na sua proposta rsrsrs.
Beijoca
Pat

ROZANE MONTEIRO disse...

Pat, tu é muié pracaraio!!!!!!!!!

ROZANE MONTEIRO disse...

Na boa, a todas, eu também fiquei assim, assim, de postar qualquer outra história minha. Pô, Pat, na boa, dixculpa aí, mas tu superou a coisa toda. Preciso de um plano B.

Anônimo disse...

não foi à toa que a revista veio parar nas minhas mãos hoje cedo. Desde sexta-feira passada estou um caco. Pois bem, entrei no site e já me deparo com a história da Pat. Incacreditável!!! Pat, só não fique com raiva da cachorrinha porque certamente ela também é vítima do nazista. Ela serviu apenas como a melhor desculpa que ele pôde encontrar pra si mesmo. Ele sabe que é um bosta. Veja que ele tem uma cadela, curioso, não é por gostar de animais é só pra sustentar sua auto-indulgência e poder chamar a todas as outras "cadelas" de magras, cobradoras e neuróticas.Percebeu? bjos. Carmen

Anônimo disse...

Oi
Hoje entrei no blog pela primeira vez e me deparei com esse "vencedor". É de dar calafrio, ódio, nojo, minhas histórias viraram contos da carochinha perto do que a Pat passou. A vontade é de matar um cara que faz isso e pelo que entendi ele ainda tem uma filha. será que não tem medo q um dia façam o mesmo com afilha dele? Mas ele não deve tá nem aí pra ninguém.
Quanto a vc Pat acho normal que vc ainda pense nele. vc gostava o cara é que é um desgraçado. Mas concordo com a Rozane: se vc não é mulher pra caralho nem sei o que é uma mulher.
Vc me deu orgulho, foi em frente mesmo etndo seu caminho cortado por um demonio desse. Vc deve ser muito especial e vc não tem pai, irmão, primo mais velho para dar umas porradas?
Qto tempo vc aturou esse lixo
Beijos
Elaine

ROZANE MONTEIRO disse...

boa Elaine. bem -vinda. ando morta de preguiça, quietinha no meu canto, mas já volto pra contar mais história. tô só recarregando as baterias.

Anônimo disse...

Rozane quer dizer que vc é "carioca mal amada"?
Já pensou ser amada pelo traste, anta, Hors concours da Pat?
Melhor assistir sozinha dormindo com o inimigo com uma boa tigela de pipocas.
Eca de onde sai essa gente????
Elaine

Anônimo disse...

Oi pessoal!
O cara aí é um f.d.p. Concordo com vc Rozane carioca mal amada deve ser o apelido da mãe dele.
Mas não esquenta dve ser um traste também.
Carmen eu adorei vc chamando o traste de "nazista"rsrs. E eu não tenho raiva da cachorrinha dele. Tadinha ta despojada do direito constitucional de ir e vir. eu pude ir embora e a coitada vai morrer no tronco.

Elaine eu não tenho pai e para meu irmão e amigos eu morria de vergonha de contar certos "detalhes". Aliais NENHUM amigo meu gostava do meu traste e eu ficava com cara de imbecil sem imaginar porque. Achava tão lindinho aqueles "olhinhos infantis..." Fiquei com o traste quase oito anos.
Beijoca
Pat

ROZANE MONTEIRO disse...

cara, pat, agora, sério, tô sem coragem de postar as outras histórias concorrentes. tenho que dar um jeito. aliás, também não consigo arrumar um jeito aqui no layout desse blog de botar todas num lugar só pra tocar a votação sem enlouquecer ninguém. alguma sugestão, galera?

Anônimo disse...

Rozane, foi mal
Prometo não postar mais nenhuma façanha do meu cafajeste. Até porque, correria o risco dele ganhar novamente.

Beijoca
Pat

ROZANE MONTEIRO disse...

pat, POSTA, SIM, porra. é praticamente educativo. e, por que não dizer, elucidativo, quase uma campanha do Ministério da Saúde, que, como sabemos, sempre nos adverte sobre coisas que nos prejudicam a saúde. pó mandar mais história.

Anônimo disse...

Gente o que foi essa história e eu que pensei que sofria, esse cara não pode ser chamado de traste pq os trastes são melhores mas um cara desses faz com que agente peque feio e desejo o pior pra ele to indignada, indignada mesmo. que F.D.P. ainda bem que ela superou

Anônimo disse...

Que cara escroto meu!

Eliana Tavares disse...

Ei galera, não acho que esse traste mereça toda essa raiva, não acho que ele mereça nada!
Já pensou? Ser nada, não significar nada, não ter ninguém no mundo gastando um segundo de seus pensamentos com ele?
Proponho que de agora em diante nos ocupemos de Pat e esqueçamos definitivamente essa criatura que sequer deveria ter nascido
Abs
Eliana

Anônimo disse...

Pois é mas ele nasceu! Pena né? Já pensou quantos "humanos" estão andando por aí com "cara de gente" e sem nenhum sentimento de compaixão.
Realmente concordo q ele é um nada e sei q pena é um sentimento triste de sentir mas fiquei deprê e senti pena da Pat. na boa gente...tenta imaginar, chega dar calafrios.
Pat vc pra mim é DEMAIS!!!!!!!!!!!!
Bjs
Andreia

Anônimo disse...

lexfjosqGente para tudo!!!!!!!!!!!!!!
Essa história é real. Cara é surreal um verme desse . E eu me considerava sacana. Virei santo!

Renan