- Hoje é Dia das Mães, mãe - disse de manhã, assim que acordei, à minha mãezinha, que anda desanimada com a vida, aos 85 anos, distraída do calendário, depois de uma noite que eu e meu pai passamos meio acordados, meio dormindo; eu, constatando o caos em que se encontra o lar dos Monteiro aqui, em Minas.
- Todo dia é Dia das Mães, minha filha; mãe não esquece de filho - respondeu, pra emendar numa carinha que me partiu o coração, dizendo que morre de saudades de mim todos os dias.
Fui salva pelo moço que passava lá embaixo gritando "ro-sa-na-tu-ral, ro-sa-na-tu-ral". Saí de cena rapidamete, desci, comprei duas e voltei pronta pra consertar a manezice de não ter consguido comprar o presente dela, tamanha a confusão em que eu mesma me meti nos últimos dias no Rio de Janeiro.
Agora, ela tá quietinha na sala vendo um jogo qualquer na televisão. Lembro imediatamente de um tempo, há muito mais de 20 anos, em que ela, flamenguista doente, acordava cedo no domingo, ia à missa, voltava, fazia o almoço, alimentava a dupla de Monteiros que sempre odiou futebol (eu e meu pai) e se mandava pro Maracanã sozinha, com o mesmo vestido da igreja.
Tô pagando qualquer dinheiro pra quem conseguir fazê-la se lembrar da alegria que trazia de volta pra casa - meu pai ligado, invariavelmente, no Silvio Santos - quando o raio do Mengão ganhava.
domingo, 11 de maio de 2008
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2 comentários:
Rô, sua mãe é sensacional. Beijos carinhosos nela por mim.
valeu, brô. e a vida? tu sumiu? volto ao rio na quarta ou quinta. vamu ver se a gente se vê. beijoca.
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