segunda-feira, 13 de abril de 2009

Antes que a Mirtes comece a babar, vai aqui a experiência do alemão no Maraca. Sob meu ponto de vista, é claro

Descontando toda a história triste, vai aqui o relato do que eu acho que meu manezinho germânico achou da experiência no Maraca, baseada em seu próprio depoimento.

Fato incontestável: ficou fascinado. Primeiro, porque, depois de a gente (eu e o povo do escritório onde tô baseada agora, no chope de quinta-feira) apavorar o bichinho tudo o que podia com relação à possibilidade de confusão, roubo de relógio e carteira, etc e tal, ele achou que estávamos exagerando quando viu um monte de pais com seus pimpolhos fantasiados de torcedores. Cismou que a gente é que era maluco, já que, no mundo desenvolvido, jogo de futebol não é programa-família.

Os dois já instalados, ele viu o campo e viu mais crianças por todo o lado, incluindo o malinha tricolor que, ao nosso lado, insistia em mandar, aos berros, flamenguista ir tomar no cu (sic).

Bola em jogo, babou e deu com a mão germânica na testa a cada gol perdido. E não foram poucos. Do Flamengo e do Fluminense. Nenhum problema, a gente acabou ficando no setor branco da arquibancada, que, só agora eu sei, é neutro e comporta até casais de times diferentes, cada um sacaneando o outro, etc, etc, etc. Devo admitir que a camiseta dele, com uma estampa vermelha sobre preto me deixou algo tensa quando a gente circulou em zona que não era rubronegra de coração.

Enfim, a gente até ia ficar perto da Raça, no setor verde, mas acabou no branco porque ele achou que era o melhor lugar pra ter uma visão bacana dos dois gols. Eu planejei de a gente ficar pertinho do Flamengo pra ele sentir a tal da vibração. Mas não deu nem pra argumentar. O mané tinha razão. Pra quem não tá vendo o jogo com paixão, o setor branco é mesmo O lugar. E mais: deu pra ver de longe o movimento das torcidas. Claro que ele acabou concluindo que a do Flamengo, aliás, DO MEU MENGÃO, era a maior. Maior do mundo, aliás. Sim, teve o momento eu traduzindo as faixas estendidas pelas turmas rubronegra e tricolor. Também teve o momento eu traduzindo os gritos de guerra. Aquelas coisas doces do tipo "bo-ta-pra-fu-der", "vai-to-mar-no-cu" e "Par-rei-ra-Par-rei-ra-Par-rei-ra-teu-ti-me-é-de-ter-cei-ra". "Juiz filho da puta" foi mais fácil, devo admitir.

Ah, sim, explicar o banho de pó de arroz que veio da torcida do Flu, a nossa esquerda, no começo do jogo, foi foda. Comecei falando o que era pó de arroz, assim, enquanto maquiagem das mulheres brasileiras de sei lá que século, etc e tal, mas, graças a Deus, ele perdeu o interesse rapidamente: o moleque tricolor desbocado roubou a cena. Eu não saberia mesmo conectar essa coisa ao timão (deles). O mesmo vale pra minha tentativa de explicar aquela coisa toda do urubu com o Flamengo. Mandei "é um pássaro que come carniça, que é o símbolo dos caras" e fui ajudada pelo telão, numa coincidência absurda, que mostrou uns urubus supersimpáticos. Ficou por isso mesmo. Eu também nunca soube por que que urubu virou símbolo do Flamengo.

Achou megaengraçado ver casais com mulé tricolor e cara flamenguista ou ao contrário. Me contou que o fenômeno de as adolescentes estarem cada vez mais envolvidas com futebol também tá acontecendo na Alemanha. E arrematou dizendo que, comparando com os jogos da Europa, com a galera deles, mais os Hooligans, nosso Fla-Flu era, praticamente, uma missa. Aproveitou pra sacanear esta pobre alma, que tava apavorada com a volta pra casa, achando que ia encarar tumulto-monstro, ser pisoteada por hordas de torcedores do time perdedor e que todos iam se matar no metrô. A verdade dos fatos é que, em menos de uma hora, estávamos os dois num boteco aqui da vizinhança discutindo nossa relação de 17 anos - detalhes quanto a essa minha última declaração, nos posts abaixo. Fui.

6 comentários:

mirtes disse...

confesso que ba-bei mas de admiração pelo texto!!!!
ma-ra-vi-lha, passou toda a emoção.
então como a tia foi legal, serei legal também:
o urubu foi criado por um jornalista muito porra-louca do jornal dos sports há trocentos anos atras.
beijim
mirtes

ROZANE MONTEIRO disse...

pô, valeu, aê, minha tia! faltou só o pó de arroz. :)

mirtes disse...

o mesmo maluco do jornal do sport que eu tento lembrar o nome e não consigo...
pô cadê os meninos deste blog?!!!!!!

ROZANE MONTEIRO disse...

pois é, agora, que eu quero falar de futebol, ninguém aparece. sacanagem.

Bernardo disse...

Rozane sempre foi botafoguense. Esse papo de flamengo é pra vender livro.

mirtes disse...

me lembrei da história do pó de arroz. o fluminense sempre foi time da, como diria o lula, "zelite" e portanto com meninos educados. tão educados que os outros os achavam viado. daí o pó-de-arroz...