Num espetacular momento Pollyanna, acabo de concluir que essa ópera bufa toda me fez desenvolver praticamente um olfato canino, que me permite identificar um canalha a distância e perceber que tem mulher muito mais anta que eu por aí. Na boa, até há alguns dias, chuva de fichas despencando na minha cabeça, tinha a convicção de que eu só não sou mais mané do que a próxima incauta que cair na conversa do meu traste. Mas certo casal paulista, que outro dia vigiei de longe - pois é, agora tô assim -, me confundiu.
Nada pra fazer, liguei a antena quando reparei que tratava-se de um homem de seus 60 anos e uma mulher de pouco mais de 40, que já moram juntos, ao que parece. Estavam estabelecendo "metas para o futuro", segundo o candidato a traste.
Às aspas, que são ouro puro:
- Eu abri mão de muita coisa, deixei você fazer as coisas - disse a pobre, em algum momento, pra acrescentar: Você não vai lembrar porque não foi você que foi ferido.
- Me crucificar é mole, quero ver é me dar dinheiro - retrucou a anta, que tomou na fuça:
- Quando você morrer, eu não fico com nada. Quando eu morrer, você fica com meus dois apartamentos.
Babei de ódio, mas, enquanto pensava se devia subir na cadeira, qual fora Vladimir Palmeira, e fazer discurso, acabei me distraindo, e os dois já estavam de beijinho, cabecinha viradinha, olhinho brilhando, em pleno futuro.
Por que, meu Deus, por quê?
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
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14 comentários:
Oi, Rozane! Seu blog fica cada vez melhor! Sou jornalista também é preciso urgente de um tel de contato. Pf, me envie um tel no meu mail mbuosi@sp.rederecord.com.br ou milena.buosi@uol.com.br. Obrigada! Ps.: não é trote!
te respondi aquele que tu mandou pro e-mail. tô aqui do lado do telefone trabalhando agora.
aliás, que tu mandou pro meu gmail. vou mandar pra esses aí.
Olfato pra cheirar traste. Esse item deveria ser de série para as mulheres, não? Pensa na utilidade!!!
Olfato pra detectar gays enrustidos também seria uma boa...tsc tsc.
Rozane, ainda cantando I Will Survive?
=*
ainda cantando e SOBREVIVENDO, o que é imensamente melhor.
Rô, já conversamos sobre isso, mas só gostaria de lembrar que nenhuma de nós é apenas uma incauta. Traste já fomos, somos ou seremos. Pelo menos uma vez na vida. Que tal contarmos nossa trastice? Seria um bom exercício. Tenho várias. Vou começar:
Uma vez fui para Búzios com um bonitinho que estava começando a namorar e fiquei numa casa cheia de gente. Na noite do ano novo, me perdi com uma garrafa de uísque na multidão e encontrei outro paquerinha. Dei um perdido no namo e saí beijando muito o outro pela Rua das Pedras. Voltei para a casa na maior desfaçatez e me senti mais traste ainda. Com um sorriso, o bonitinho me disse."Você perdeu sua carteira com todo o seu dinheiro. Eu achei na rua e guardei pra você, meu amor", desabei com a minha trastice.
muito bão. eu tô aqui tentando bolar um jeito de fazer colunas nessa merda. mas o layout é muito duro. vou dar meu jeito. essa idéia é sensacional!
Ah, mas prá ser canalha de verdade não pode haver arrependimentos!!! Tem q fazer igual ao traste deste blog e acusar a "outra" parte de ser mais canalha que a gente!!
Tem razão, Alice.
Traste que é traste não se comove, não enxerga nenhuma dor, além da dele, é totalmente autocentrado, dá pernada a três por quatro e nem se despeteia.
ána, tô tentando te ligar e não consigo. liga aí pro celular, rapidinho, preciso te perguntar uma parada.
Ro, tudo bem? Sou amiga da Cristine Gerk e adorei descobrir o seu blog (acompanho todo dia agora).
Gostei tanto que decidi desempoeirar o meu e começar um antigoprojeto: passar para o "papel" más lençóis que conheci. Todo mundo sempre disse que minhas histórias tinham de virar livro. Mas decidi fantasiar um pouco também: a personagem é criada (com muito de mim, é verdade), mas com vida própria. E ela, tadinha, além das minhas experiências vai passar pelas situações de amigas minhas tb. As armações, brigas, desculpas e canalhices são verdadeiras (risos), tá?
Abraços!
LUluca, vou adorar ver histórias da pobre! manda aê! bem-vinda. bjs
Rozane,
a tal paulista bem que podia se vingar: podia fazer um testamento deixando os apês para alguém que não o traste! Já imaginou se o cara fosse alégico a cães e ela deixasse pra meia dúzia de pulguentinhos lindos?! Melhor ainda se deixasse para a suipa!!
cara, na boa, jamais vou admitir em público, mas aquele paulista acho que barra o meu trastezinho.
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