segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

O cachorro da Adega

Num espetacular momento Pollyanna, acabo de concluir que essa ópera bufa toda me fez desenvolver praticamente um olfato canino, que me permite identificar um canalha a distância e perceber que tem mulher muito mais anta que eu por aí. Na boa, até há alguns dias, chuva de fichas despencando na minha cabeça, tinha a convicção de que eu só não sou mais mané do que a próxima incauta que cair na conversa do meu traste. Mas certo casal paulista, que outro dia vigiei de longe - pois é, agora tô assim -, me confundiu.

Nada pra fazer, liguei a antena quando reparei que tratava-se de um homem de seus 60 anos e uma mulher de pouco mais de 40, que já moram juntos, ao que parece. Estavam estabelecendo "metas para o futuro", segundo o candidato a traste.

Às aspas, que são ouro puro:

- Eu abri mão de muita coisa, deixei você fazer as coisas - disse a pobre, em algum momento, pra acrescentar: Você não vai lembrar porque não foi você que foi ferido.

- Me crucificar é mole, quero ver é me dar dinheiro - retrucou a anta, que tomou na fuça:

- Quando você morrer, eu não fico com nada. Quando eu morrer, você fica com meus dois apartamentos.

Babei de ódio, mas, enquanto pensava se devia subir na cadeira, qual fora Vladimir Palmeira, e fazer discurso, acabei me distraindo, e os dois já estavam de beijinho, cabecinha viradinha, olhinho brilhando, em pleno futuro.

Por que, meu Deus, por quê?

14 comentários:

Unknown disse...

Oi, Rozane! Seu blog fica cada vez melhor! Sou jornalista também é preciso urgente de um tel de contato. Pf, me envie um tel no meu mail mbuosi@sp.rederecord.com.br ou milena.buosi@uol.com.br. Obrigada! Ps.: não é trote!

ROZANE MONTEIRO disse...

te respondi aquele que tu mandou pro e-mail. tô aqui do lado do telefone trabalhando agora.

ROZANE MONTEIRO disse...

aliás, que tu mandou pro meu gmail. vou mandar pra esses aí.

Luluzinha CS disse...

Olfato pra cheirar traste. Esse item deveria ser de série para as mulheres, não? Pensa na utilidade!!!
Olfato pra detectar gays enrustidos também seria uma boa...tsc tsc.
Rozane, ainda cantando I Will Survive?
=*

ROZANE MONTEIRO disse...

ainda cantando e SOBREVIVENDO, o que é imensamente melhor.

Ana Silvia Mineiro disse...

Rô, já conversamos sobre isso, mas só gostaria de lembrar que nenhuma de nós é apenas uma incauta. Traste já fomos, somos ou seremos. Pelo menos uma vez na vida. Que tal contarmos nossa trastice? Seria um bom exercício. Tenho várias. Vou começar:
Uma vez fui para Búzios com um bonitinho que estava começando a namorar e fiquei numa casa cheia de gente. Na noite do ano novo, me perdi com uma garrafa de uísque na multidão e encontrei outro paquerinha. Dei um perdido no namo e saí beijando muito o outro pela Rua das Pedras. Voltei para a casa na maior desfaçatez e me senti mais traste ainda. Com um sorriso, o bonitinho me disse."Você perdeu sua carteira com todo o seu dinheiro. Eu achei na rua e guardei pra você, meu amor", desabei com a minha trastice.

ROZANE MONTEIRO disse...

muito bão. eu tô aqui tentando bolar um jeito de fazer colunas nessa merda. mas o layout é muito duro. vou dar meu jeito. essa idéia é sensacional!

Unknown disse...

Ah, mas prá ser canalha de verdade não pode haver arrependimentos!!! Tem q fazer igual ao traste deste blog e acusar a "outra" parte de ser mais canalha que a gente!!

Ana Silvia Mineiro disse...

Tem razão, Alice.
Traste que é traste não se comove, não enxerga nenhuma dor, além da dele, é totalmente autocentrado, dá pernada a três por quatro e nem se despeteia.

ROZANE MONTEIRO disse...

ána, tô tentando te ligar e não consigo. liga aí pro celular, rapidinho, preciso te perguntar uma parada.

Luluca disse...

Ro, tudo bem? Sou amiga da Cristine Gerk e adorei descobrir o seu blog (acompanho todo dia agora).

Gostei tanto que decidi desempoeirar o meu e começar um antigoprojeto: passar para o "papel" más lençóis que conheci. Todo mundo sempre disse que minhas histórias tinham de virar livro. Mas decidi fantasiar um pouco também: a personagem é criada (com muito de mim, é verdade), mas com vida própria. E ela, tadinha, além das minhas experiências vai passar pelas situações de amigas minhas tb. As armações, brigas, desculpas e canalhices são verdadeiras (risos), tá?

Abraços!

ROZANE MONTEIRO disse...

LUluca, vou adorar ver histórias da pobre! manda aê! bem-vinda. bjs

Dante è con te disse...

Rozane,

a tal paulista bem que podia se vingar: podia fazer um testamento deixando os apês para alguém que não o traste! Já imaginou se o cara fosse alégico a cães e ela deixasse pra meia dúzia de pulguentinhos lindos?! Melhor ainda se deixasse para a suipa!!

ROZANE MONTEIRO disse...

cara, na boa, jamais vou admitir em público, mas aquele paulista acho que barra o meu trastezinho.