quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ih, lembrei: tem 10 anos que o homem morreu (desculpa a profusão de youtubes, mas este é inevitável)

Tudo bem que eu, mesma, já chamei A Voz de traste aqui (http://suaexcelenciaocanalha.blogspot.com/2008/01/ava-gardner-minha-pastora-nada-me.html). Mas, como também já foi corno de dar dó, partiu perdoado.

Aqui, "One for my baby (and one more for the road)", bom Francis Albert aluga o ouvido dum pobre dum barman com o chute que levou.

Tem uma introdução do próprio que é meio chatinha. Mas ele cantando, fingindo de bêbado miserável depois, não tem preço.

Diz o ítalo-mané, em algum momento:

I got a little story (Eu tenho uma história)
You oughta know (Que você precisa saber)
We're drinkin' my friend (Estamos bebendo, amigo)
To the end of a brief episode (Ao fim de um breve episódio)

Make it one for my baby (Bota uma pro meu amor)
And one more for the road (E mais uma de saideira)

22 comentários:

Bernardo disse...

vc já ouviu falar em memória seletiva de prazeres?

ROZANE MONTEIRO disse...

não, nunca ouvi falar de "memória seletiva de prazeres". grrrrrr

Bernardo disse...

Memória seletiva de prazeres é o que a gente sente quando algo é retirado de nós contra a nossa vontade.

Também conhecido como o pensamento fantasioso do "era tão bom..." ou devaneio da lua de mel.

É a capacidade de só lembrar dos bons momentos, apesar de tudo de ruim que houve.

Esse negócio existe mesmo e é o que acontece na abstinência de viciados de todo tipo.

O exemplo mais corriqueiro é o do alcoólatra que ainda bebe, apesar de ter perdido tudo. Quando o cara vai pro bar tomar uma, ele não se lembra de todo sofrimento que o vício lhe causou; pelo contrário, a mente dele só pensa no prazer que algum dia - lá no começo da relação com a bebida – existiu. Isso é memória seletiva de prazeres.

Pra vc não se irritar comigo, o exemplo será da minha biografia:

Há algum tempo atrás eu tava num relacionamento horrível, no qual a gente brigava 90% do tempo. Mas toda vez que acabava, vinha a memória seletiva de prazer e eu só lembrava lá do início, aqueles 2 primeiros meses no qual tudo parecia perfeito, aí eu sofria pra caramba e acabava voltando, pra acontecer tudo de novo.

Há uma tática pra fugir dos efeitos da memória seletiva de prazeres: quando a mente começarem a querer lembrar só dos momentos de prazer da relação acabada, deve-se adiantar o filme, ou seja, lembrar do lugar aonde aquele “amor” todo foi parar. Basta, portanto, trazer realidade pros devaneios. Eu testei e posso dizer que funciona.

ROZANE MONTEIRO disse...

ai, bernardo, tá bão, tá bão.

ROZANE MONTEIRO disse...

bernardo, afilhado querido da dindinha, não me irrito com pitacos na minha biografia. me irrito é com a quantidade de teorias que você saca da manga pra tentar explicar o inexplicável. mané.

Bernardo disse...

outra forma de evitar a memória seletiva de prazeres é arrumar outra relação e começar tudo de novo. Mas depois da lua de mel...

ROZANE MONTEIRO disse...

pensei em te mandar enfiar a lua de mel no cu, mas achei que ia pegar super-mal...

Bernardo disse...

a raiva é conseqüência da falta de aceitação da realidade.

e mais: a raiva é uma emoção que atinge mais quem a sente do que o suposto objeto causador.

ROZANE MONTEIRO disse...

OK, AGORA VAI: enfia a lua de mel e a teoria no cu. :)

Bernardo disse...

quando dizemos algo para alguém, dizemos antes a nós mesmos. Vc já reparou que o ouvido mais perto da sua boca é o seu?

ROZANE MONTEIRO disse...

bernardo, lê o e-mail que acabei de te mandar. é importante. quanto ao ouvido e a boca, cara, será que DÁ de ficar citando teoria pronta, porra? :)

Bernardo disse...

vem cá, vc acha que o fato de seu ouvido ser o mais próximo da sua boca é uma teoria?

ROZANE MONTEIRO disse...

não, afilhado querido da dindinha, o que eu acho é que essa bobagem soa como mantra de auto-ajuda! dã.

Bernardo disse...

pra mim soa como a imagem do espelho.

vá até o espelho mais próximo e olhe-se: se sua boca não estiver perto do seu ouvido, me liga que o negócio tá mais grave do que pensei.

Bernardo disse...

quanto ao mantra de auto-ajuda, devo confessar - até mesmo porque todo mundo já sabe, mesmo - que quase tudo é retirado da vasta biblioteca de auto-ajuda que possuo.

Sou, na verdade, um grande leitor dessas obras oportunistas.

Quem nunca comprou um livro de auto-ajuda, que atire o primeiro livro que encontrar de auto-ajuda em cima de mim.

Pra quem nunca leu nenhum livro de auto-ajuda eu recomendo um ótimo:

"Eu sou normal? Então, por que ainda não comprei um livro de auto-ajuda?" de Mary Rose Monteyr


Como é que vcs não lêem esse treco, se eles são os best-sellers.

Eu só compro um de cada; às vezes dois pra distribuir entre os sofredores de plantão.

Quem é que compra os os outros, hein?

ROZANE MONTEIRO disse...

o melhor de tudo é que meu livro vai é acabar virando auto-ajuda. patético.

Bernardo disse...

vai ser uma auto-ajuda autêntica, cara.

Chega de terapeutas de 1º mundo com suas teorias de laboratório baseadas em estatísticas frias, numéricas, distantes da real dor que sentimos!Chega!

Chega de clichês, estudos e testes psicológicos!

Chega de descrição da dor dos pacientes!

Basta! O autor psicólogo escreve o livro na primeira pessoa, mas os casos que analisa - os exemplos da obra - estão na terceira pessoa!

Nós somos os protagonistas sofredores, somos os exemplos anônimos, somos a matéria prima; e o pior é que pagamos por isso, e pagamos caro para sermos cobaias de consultório! Ainda mais se o Sr. Teoria já tiver um livro no mercado.

Os terapeutas são meros voyers academicamente construídos para assistirem de suas poltronas à nossa vida real - nossas desilusões, descobertas e desesperos -, muita vez para lançá-las num best-seller e ficarem mais ricos ainda!

Vc, não, Rozane!
Sua autenticidade vem daí. Vc é o conteúdo, vc é o exemplo e também a escritora; e que escritora!

Forjada nas redações dos grandes jornais do RJ, vc é um pouco das madrugadas boêmias, das discussões intermináveis, das páginas desta cidade: as favelas, os carnavais, a política, as tristezas e alegrias.
Por suas mãos vieram a nós grandes matérias. Hoje a notícia é a sua desilusão e a manchete, o seu desespero!

Vc é a união das más experiências e da vontade de escrever: és uma jornalista se esvaindo em palavras, narrando sua própria desilusão. Já não sei se vc é que usa as palavras ou se são elas que te usam.

Vc abriu sua vida e as pessoas se identificaram; sua história não nasceu como um livro de auto-ajuda, ela nasceu como uma catarse, um desabafo, uma necessidade de escrever sua dor!

Vc não teve a pretensão comercial de lançar um livro para ajudar ninguém; vc quis se libertar do seu sofrimento e como conseqüência - não planejada, sequer imaginada - suas lágrimas uniram-se às nossas, transformaram-se num lago onde todos nós podemos ver nossas imagens refletidas.


Seu livro nasceu da dor verdadeira, do travesseiro molhado, dos olhos inchados, da solidão real que todos sentimos, pelo menos uma vez na vida.

Seu livro vai ajudar outras pessoas - como o blog já vem ajudando -, mas ele não foi premeditado. A ajuda vem da sua coragem-necessidade de partilhar sua vida, seus sentimentos; vem da sua capacidade de rir de si, apesar e por causa de tudo.

Bernardo disse...

sem vanglória, vaidade ou pretensão.

Mas o último comentário ficou com tanta cara de prefácio, que eu até me assustei quando o li por inteiro.

Bernardo disse...

na verdade, pelo tamanho daria uma boa orelha de livro...

ROZANE MONTEIRO disse...

porra, bernardo, agora, tu é que me fez chorar (aliás, inda não respondi teu e-mail porque não tive culhão).

vem cá, faz uma coisa, tá bão demais esse texto aí. bota como comentário lá no último post, em cima.

Bernardo disse...

seu espanto é o meu.

ROZANE MONTEIRO disse...

tu escreve bem, ô, gênio!