sábado, 31 de maio de 2008

Momento Sigmundo

Meus queridos rapazes leitores do blog, me perdoem por esta metáfora sádica, mas picar aquela calabresa em pedacinhos e, depois, amassar a bichinha com o garfo pra ela ficar bem moída pro molho do macarrão que eu ia comer depois me deu certo prazer.

Foi mal. Precisava desabafar.

Valhei-me meu São Sigmundo.

O plantão do Sua Excelência... informa: jornalista perdoa manjericão

Eu nem sei quando comecei a cozinhar igual a gente grande. Minha mãe, cozinheira mineira de mão cheia, diz que eu ficava, ainda menina, do lado dela, no fogão, só olhando. Lembro vagamente, mas não lembro de ficar preocupada em aprender. Só lembro de ficar, como ela diz, só olhando, mesmo. A comida dela sempre foi cheirosa – o alho dourando, pra qualquer coisa, era meu preferido –, e eu achava legal ficar ali na cozinha dando pinta.

Algumas coisas que ela fazia eu achava esquisito. Uma delas: quando a vista começou a falhar, ela começou a vigiar o arroz de ouvido, literalmente, e acertava sempre a hora de apagar o fogo porque a panela parava de fazer o barulhinho da água ainda pipocando no fundo – essa, uma vez, ela me explicou porque eu não agüentei e tive que perguntar; não entendia de jeito nenhum. Também nunca compreendi como, diabos, ela conseguia acabar de cozinhar com a pia livre de louça suja. E nunca, nunca, mesmo, compreendi a mania dela de colecionar potinhos de plástico pra guardar sobra de comida.

Hoje, num surto de sanidade raro nesta casa nas últimas semanas, fiz as pazes com o manjericão. Tá, eu sei que parece viadagem, mas é um símbolo e pronto. Na verdade, por gostar muito de cozinhar, gosto também muito do cheiro das coisas e vou levando a vida a associar cheiros e sabores à alma (minha e alheia) e ao estrago feito na coitada (minha) vez ou outra. O primeiro jantar desta minha ópera bufa teve manjericão, deu no que deu, tomei raiva da folhinha. Simples assim.

Pois, fiquem sabendo que hoje não só fiz as pazes com a folhinha escrota, como fiz de novo meu macarrão bacana (o tal do primeiro jantar), com manjericão, calabresa, molho de tomate com tiras finas de cebola e pimentão e, só de raiva, dei uma inventada e acrescentei abobrinha. Tá, eu sei, eu sei que preciso começar a dieta seriamente ontem, mas eu precisava desse ritual de hoje. Relevem aí, porra. Conseguir fazer almoção de sábado pra comer sozinha, repetindo o prato maldito, sem babar de ódio e tristeza, é uma vitória e tanto, admitam.

Comi com a calma dos desgraçados, com a paz dos malucos, na minha minúscula cozinha americana, de guardanapinho de pano no colo, garfo e colher, prato no meu joguinho americano comprado no Irã (tá, já falei aqui que chamar aquele paninho de "americano" com o bicho sendo persa é uma sacanagem, mas não consigo encontrar outro nome). Com um vinhozinho bacana comprado numa promoção da Sendas. Folheando uma matéria levinha sobre os 100 anos da imigração japonesa no Brasil na Veja.

Ah, sim, antes de comer, a pia já estava livre de louça suja. E o que sobrou dos temperos não usados e do próprio macarrão pronto já está devidamente enfiado na geladeira em alguns dos meus milhares de potinhos de plástico que entulham o armário da cozinha. A calabresa fritando, eu vigiei de longe, ouvindo o barulhinho dela estalando na panela.

Tão sentindo o cheiro de manjericão daí?

Levanta-te e anda

Sabadão promete, e os sinais de cura só aumentam. Já li quase todos os jornais, já honrei dívidas, já trabalhei, já fui a Sendas e agora me preparo pra me fazer um belíssimo almoço, saracoteando aqui, ouvindo música. E o melhor: claro que fico ainda repassando a vida o tempo todo na cabeça, com certo grau de indignação, mas acordei tão sem raiva hoje, tão sem vontade de continuar praguejando, que acho que tô saindo do coma.

Só não adianto o cardápio do meu espetacular almoço, porque, tá, admito, ainda me resta no fundo do peito a dúvida sobre se terei coragem de repetir certa comidinha que andei evitando fazer aqui nos últimos tempos por motivos óbvios. Dou notícias.

E fiquem aí com o bom Bob Seger: "Still the same"

Tem uma hora que ele fala assim, ó:

"Everytime they were sure they had you caught (Sempre que eles tinham a certeza de que haviam te pegado)

You were quicker than they thought (Você foi mais rápido do que eles imaginaram)

You'd just turn your back and walk (Você simplesmente virava as costas e ia embora)

(...) And you're still the same" (E você ainda é o mesmo)


Ai, ai. Se pudesse, hoje eu me pegava.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fui

Diazinho produtivo, tô tããããããão orgulhosa. Trabalhei até agora, despachei os textos pro webdesigner que tá dando conta do meu site, que, ao que parece, agora desencanta; cuidei de outras coisitas que ando fazendo; e fiz as pazes com o rádio, que tá tocando aqui uma baladinha bacana. Claro que a Ana Carolina já deu as caras, sofrendo igual a uma louca, mas não postei porque cês iam achar que eu tava de sacanagem.

Caminha já. Com um pouco de Machado. Na verdade, vou é fazer as pazes também com Machado, que abandonei nos últimos dias por absoluta irritação com o raio do Brás Cubas ficar falando do amor da vida dele, etc, etc, etc.

Como já anunciado: fui.

"Dona Rozana, a senhora precisa ficar bem bonita, se arrumar e sair"

Um milhão de coroas tchecas pra quem adivinhar de quem é o conselho. Lourdes, claro, enquanto limpava a casa, e eu tinha surtos aqui hoje de manhã com o mané da Oi e o computador (que, aliás, voltou a funcionar, do nada).

Considerando que são oito da noite de uma sexta-feira chuvosa, e eu tô aqui, quietinha, ouvindo música e trabalhando, acho que faz sentido. Enfim. Caguei. Não saio de casa agora nem amarrada.

O que preciso, aí, sim, é desenvolver um programa de reaproximação dos amigos. Esse negócio de namorar muito tempo acaba com a vida social. Saco.

P.S.: Claro que, por silogismo, a partir da declaração de boa Lourdes, vê se faz sentido: alguém que "precisa" ficar bonita é porque, na opinião da minha guru, não tá bonita, certo? Ou não entendo mais nada de lógica?

"Moonlight Serenade"! E não tá nem doendo, tá até ajudando meu artigo em inglês. A cura se aproxima

A vida É boa, a gente é que é mala

Tudo bem, sucumbi. Rádio desligado. Hora do Brasil é um pouco demais. CD do Glenn Miller, baixinho, enquanto trabalho

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh: Ana Carolina começou. "É isso aííííííííííííí..."

"Largo do Machado? Não tem outra rua, não?"

Foi assim. Tinha uma linha na sala que eu ocupava no Centro. Saí de lá, vim pra casa, cancelei a bicha. Lindo. Só que tinha que falar com a Oi em 90 dias e esqueci completamente, claro. Virou um pesadelo, e hoje, depois de dias tentando falar com aquele povo, fui atendida por um rapaz atencioso.

Papo vai, papo vem, ele finalmente se convenceu de que eu queria cancelar o raio da linha - na boa, eu sei que é o trabalho deles, mas a insistência pra eu manter uma linha numa sala que não existe mais quase me enlouqueceu. Fui super-doce, elevei, assim, só um pouquinho o tom de voz, e mandei pela trigésima vez: "Eu-que-ro-can-ce-lar-a-li-nha-eu-não-que-ro-mais". Cheguei a pensar em falar que isso era igual a relação, quando um não quer, não rola mais; na cabeça ainda o eco do que já ouvi este ano mais vezes do que mereci de certo personagem da minha modesta biografia. Mas achei que ia ficar over.

Finalmente, convenci o fofo, que passou pra outra parte do processo: mudar o endereço, pra mandar a última conta pra cá pra casa.

- Senhoooora, é Largo do Machado, mesmo? Não tem outra rua, não? O sistema não está localizando.

- Querido, eu juro que o endereço é esse; se você quiser, eu mudo, mas vai levar, sei lá, um mês.

Silêncio. Suspiro, seguido de um súbito surto de esperteza do moço:

- Olha, pra não atrasar mais a senhora, vou mandar pro endereço antigo, tá? Aí, a senhora paga pela internet.

Pano rápido.

P.S.: Sem sacanagem, isso levou quase meia hora.

Palavrão no título pega mal, né?

O computador pifou (tô no notebook). Com todos os arquivos do meu site, que preciso atualizar hoje; com os arquivos de coisas da assessoria que tô fazendo; com a porra da minha vida inteira naquela merda.

Ah, sim, a Lourdes fez um café super-bacana, que deixou na cafeteira. Desligada.

Meu Deus, e não é nem meio-dia ainda.

Socorro!

Acaba de me cair outra ficha, enquanto tava aqui deixando as coisas prontas pra faxina no cafofo amanhã, desligando a geladeira e tal. A boa Lourdes, agora, é o único ser humano que freqüenta este lugar. Mesmo assim, só até as quatro da tarde, de 15 em 15 dias. Alguém me abraça!

"Twist and Shout"

Eu pensei em botar uma musiquinha tristinha dos manés, inspirada pelo meu rádio maldito e pelo meu mau humor eterno. Mas pensei bem e achei melhor catar uma mais alegrinha. E, cá pra nós, se traduzir, suuuuuper livremente, essa bobagem como "Rebolar e Gritar", vamu combinar, é o que tenho feito desde um certo Natal de 2007. "Rebolar" no sentido metafórico, enquanto dando-meu-jeito-de-ficar-viva. Meu Deus, viajei muito agora, foi mal.

P.S.: A imagem não é das melhores, mas é em Liverpool, em, talvez, 1827. Ix-pe-ta-cu-lar.

Se alguém vier com alguma análise contemporânea da alma feminina, vai levar a mão na fuça

Mas vou ter que falar da ficha que acaba de me cair. Depois de chafurdar na lama nos últimos meses, entre morrer de amor, de tristeza e de fúria, finalmente, botei a vida mais ou menos em ordem, enfiei o coração no bolso, e tenho estado atracada ao trabalho madrugadas afora. Assessoria daqui, assessoria dali, retomando na porrada um projeto que está empacado há um ano, longa história. Sério, o bichinho tá andando mais nos últimos dias do que desde que começou. Acho que é de tanta raiva de ter tomado volta da sócia e de ter me visto novamente nas mais absurdas solidão e dureza.

Aí, fiquei pensando: por que diabos meu cérebro e meu coração não podem funcionar ao mesmo tempo?

E na porra do rádio, mais uma dos programadores: Beatles, com "All you need is love". Por que, meu Deus, por quê?

Agora, antes de eu acabar este raio deste post, a louca da Calcanhoto: "Nada ficou no lugar..."

Na boa, qual é o problema dessa gente? Deve ter algum diretor de programação pensando: "Pô, ligado na rádio a essa hora só pode ser algum desgraçado (a) solitário (a), que acaba de se danar todo (a) por achar que tinha achado O amor da vida". Tô até vendo o puto, em reunião com os executivos da rádio, mostrando as estatísticas de solidão nas grandes cidades, pra convencê-los da melhor seleção de músicas pra madrugada. Argh.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ah, lembrei da reação do meu doce pai à confusão com a síndica

- Pai, aquela vaca daquela síndica falou que eu não posso votar lá no prédio porque nem sua filha eu sou e espalhou pro prédio todo que cê me adotou.

- Uai, minha filha, ela falou alguma mentira?

Pano rápido.

P.S.: Na boa, cês não têm noção do que é o humor mineiro.

Acaba de me ocorrer: será que isso já é obra da Torcida Jovem Pró-Rozane? Ui, tô adorando isso

Dona Rozana pra síndica

Intão. Aqui tinha uma síndica louca, velhinha déspota, que humilhava e oprimia os porteiros e pobres em geral – incluindo todos os moradores que não eram proprietários, incluindo eu mesma. Pois as sandices da fofa me encheram tanto o saco um dia que fui lá tomar satisfações e, de pirraça, perguntar quando tinha eleição pra síndico.

Resposta da trastezinha sênior: "Você não pode nem votar. Você nem filha do seu pai é". O apê é do meu pai, e a vaca sabia que eu fui adotada ainda menina. Depois, eu soube pelo meu pedreiro que ela tinha espalhado essa porra pelo prédio, adicionando uma nova categoria à própria lista de minorias desclassificadas. Foi lindo.

Preciso dizer que tive um surto de compêndio de psiquiatria e quase parti pra dentro da velha depois que ela fez a doce observação de cunho genético?

Fato é que, reza a lenda, ela baixou a bolinha, os porteiros quase me carregaram nos braços, e logo depois a mané entregou o cargo. Novo síndico, lua de mel no prédio, todos sorrindo e felizes (sem sacanagem, juro, os porteiros eram proibidos de ajudar morador, simples, assim). Claro que a lua de mel já acabou, e claro que o povo agora reclama do novo síndico, cuja face jamais vi.

Adivinhem quem os porteiros amigos (que também me chamam de Dona Rozana, qual foram a boa Lourdes, que limpa meu puleiro) tão pilhando agora pra concorrer ao cargo?

Não tem preço.

Dor de corno 0 X 10 Autoestima.

Tá bão, de novo, mais honesta: Dor de Corno 6 X 10 Autoestima.

Fui.

E vou andar na praia, que já trabalhei direitinho hoje e num tô me güentando mais neste puleiro, todo branquinho, todo reformadinho, todo chatinho

Tô puta e com preguiça. Só Sinatra salva. Por que Paris? Porque é longe do Largo do Machado

Aproveita e me pergunta por que cuidar de musicais é imensamente mais fácil do que dar conta da minha vida?

Porque tô infeliz, talvez?

Lindo. Alguém aí pode, por favor, me perguntar por que diabos tô acordada a essa hora, grande conhecedora de clássicos musicais?

Nem às paredes confesso.

E já que é pra fazer papel ridículo:

Ia botar My Fair Lady, só achei clip mané. Aí, pensei em algo pra dar bom dia, acabei no óbvio. É, sei lá, ando confusa. No mais: bom dia!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Críquete?

Tava aqui pensando. Por que, diabos, meu leitor achou que eu tenho algo a ver com o raio do críquete? Vai ter que explicar, caceta.

Não tem preço. Um leitor acaba de lançar a Torcida Jovem Pró-Rozane (a Rozanão). Ixpetacular. Tomem aí a íntegra:

Tive que tirar dos comentários pra botar aqui, como post. Não resisti. Autor: Felipe Fajardo, meu jovem leitor, com todo o respeito.

"TJPR

Torcida Jovem Pró-Rozane

É uma torcida organizada ligada ao Rozane Críquete Club, a torcida popularmente conhecida como Rozanão!

A TJPR (Torcida Jovem Pró-Rozane) surgiu da união de um grupo de jovens amigos, todos amargurados na época, que tinham entre si, algo mais em comum, a dor de corno e o abandono mútuo e um ideal, tornar mais efetivo o seu incentivo a esse grande clube, formando assim uma torcida que viria a ser a maior do Brasil... Hoje, a TJPR(Rozanão) ainda é composta basicamente de poetas, escritores ou desocupados, onde na torcida procuram... er... hum.... torcer (sim, eu repeti a palavra) para a nossa querida musa da lamúria... a Dama do Largo do Machado..."

domingo, 25 de maio de 2008

Comunicado

A preguiça já passou, mas tô tão mal humorada, por motivos impublicáveis (sério, num dá pra contar aqui, não), que resolvi poupar meu respeitável público da minha lamúria hoje.

Mór preguiça de postar, foi mal

A prova da existência de Deus

sábado, 24 de maio de 2008

Ah, esqueci, tem a maldição da privada

No primeiro chute, a tampa da minha privada fashion, que me custou os tubos na época da reforma no apê, foi pro sal.

Agora, a descarga pirou, fica vazando água enquanto enche a caixa, e eu fico aqui amargando uma culpa enorme pelo mal que devo estar fazendo ao planeta por desperdiçar o que, como sabemos, valerá mais que o petróleo daqui a uns 200 anos, quando eu, talvez, tenha conseguido amar sem me danar.

Na boa, há de ter alguma explicação freudiana pra isso: tomo chute no traseiro, a privada pira.

Novo hino do blog

Conspiração Motorola e a nova obsessão

O raio do telefone, claro, não toca. Nem a minha mãe. Nenhuma amiga, nenhum amigo. Nem o povo de trabalho. Nem a galera do Itaú pra me cobrar.

De vez em quando, desligo o celular só pra me convencer de que ele não toca porque tá desligado. Aí, uns 15 minutos depois, ligo de novo, só pra ver se vem aquela mensagenzinha da Oi, avisando que alguém ligou, com o envelopinho voando na tela do aparelho. Não, não tá funcionando. O bicho emudeceu de vez. Só pode ser culpa da Motorola.

Fora isso, dada a imensa solidão, cumpro aqui o doloroso dever de anunciar que este coração tem nova obsessão. Acompanhem meu raciocínio. Namorado, não tenho mais. Meus pais moram em Minas. A maior parte da parentada também. Os amigos, abandonei quase a totalidade dos mesmos por conta do namoro comprido dos últimos meses e, agora, pela necessidade de ficar chafurdando, sozinha, aqui, lambendo as feridas. Portanto, se ligar pra algum deles, claro que vou levar pela fuça: "É, agora, que tá sozinha, liga pra gente, né?". Colega de trabalho, não tenho mais nenhum, já que há meses resolvi tocar-meu-projeto-pessoal. Vizinho, não me relaciono com nenhum aqui neste pombal. Se eu parar de escrever no blog, cês vão achar ou que eu pirei de vez ou que enchi o saco de escrever ou que a dor de corno passou.

Cara, se eu morrer aqui de um piripaque qualquer, no meu cafofo no Largo do Machado, ninguém vai saber.

Já que é pra chutar o balde: Jorge Donn, coreografia de Béjart, Bolero de Ravel (no filme "Retratos da Vida", de Claude Lelouch)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Ih, achei minha alma de volta. E tô vendendo

Dado o meu jeitinho, digamos, coloquial de ser, duvido que alguém acredite no que estou prestes a revelar, mas não resisto: fui moça fina pra caralho uma vez na vida, pianista clássica, futuro promissor de concertista. Aí, caí no meu próprio conto do quero-ser-jornalista-ter-minha-carreira-e-salvar-o-mundo-etc-etc-etc, concluí o curso de piano depois de muito mais de 10 anos (comecei aos cinco), chutei o conservatório lá pelos meus quase 20 anos e deu no que deu.

Nada pra fazer no feriadão, uma boa amiga me sugeriu que ouvisse "1812", de companheiro Tchaikovsky. Obedeci imediatamente. Sucumbi covardemente. Tô quase às lágrimas, especialmente porque acabo de me lembrar que tava pensando em fazer curso de regência quando cismei que escrever era o meu destino. Dã. Sobraram os dedos ágeis no teclado, transferidos imediatamente pra máquina de escrever. Nenhuma piada sobre os tais dedos ágeis, porque acho super de mau gosto - tô, assim, doce, hoje.

P.S.: A mesma amiga adverte aos que têm pouca paciência pra avançar o clip até os 5:45 minutos, que é quando entram em cena o hino francês e uma barulheira de acordar defunto, sensacional.

P.S.1: Ana Carolina na rádio de sempre, meu cordial até-logo-fui.
P.S.2: Melhor dizendo: até a próxima lama, que há de vir, há de vir.

Aliás, ...

... tô até com medo de pensar na possibilidade de, talvez, quem sabe, namorar de novo num breve período de tempo. Se me vier com "eu te amo" muito rápido, acho que leva a mão na fuça.

Saco.

Antevejo uma longuíssima entressafra.

Bandeira pouca é bobagem

Ando tão relaxada, finalmente, que até a carreira tá caminhando de novo, voltando aos eixos. Sem distração pro cérebro, que, embora brilhante (foi mal, preciso dar uma bola pra auto-estima), padece de profunda subserviência ao cretino do meu coração, essa anta.

Folia no Largo III

Agora é lambada.

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!

Folia no Largo II

Não é no Largo. É na escola aqui do lado do prédio. Não acaba nunca, e agora virou baile de Carnaval. Considerando que meu apê é de fundos, e considerando que o ginásio deles dá pra área interna aqui, a vontade de ir lá enfiar a mão na fuça dum tá chegando a níveis quase incontroláveis. Saco.

Folia no Largo

Alguém pode, por caridade, me explicar por que que tem um sambão aos berros lá embaixo no Largo do Machado, que me obrigou a fechar todas as janelas pra não enlouquecer?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Não tenho nem título pra este post. Fui jantar na Parmê aqui do Largo do Machado e tinha uma mesa, sem sacanagem, com umas 15 senhoras de seus 60 e tantos anos, todas sem acompanhante, todas felizes da vida. A exceção era um casal de seus 30 e poucos anos e outra mulher, mesma faixa etária, com um guri. Pareciam guias de excursão pra aposentado, sei lá.

Fiquei escondida atrás da Folha de São Paulo, que levei pra me distrair (tá, preciso rever meus conceitos), mas não conseguia tirar o olho do mesão. Ato contínuo, lembrei de uma cena que vi outro dia na Praia do Flamengo e me impactou - acabei não contando aqui.

Em algum dia desses aí de lama, ressaca afetiva, me sentindo a mais gorda das manés, camisetão pra disfarçar as formas (ou a falta delas), tava caminhando na praia quando dei de cara com uma mulher de seus 80 e tantos anos, sentadinha num banco, de biquini, esquentando o corpo ao sol, com cara de quem pensava em nada, só curtia aquele carlorzinho bacana, igual a um pombo feliz. Uma paz assustadora (argh). Uma falta de preocupação com a forma que o corpo tomou a essa altura comovente. Uma cara de num-tô-nem-aí que quase me fez sentar do lado, desabafar e perguntar qual a fórmula.

Não consigo parar de pensar nessa velhinha. Que medo.

Sobrevivi: vida longa pra Piaf

Dei uma chorada básica, é fato. Mas até que doeu menos do que eu imaginei. Cura a caminho.

E alguém pode me dizer que diabos o povo do roteiro fez com o Yves Montand, que a Piaf, que eu saiba, pegou, sofreu igual a uma louca e inda ajudou na carreira do trastezinho charmosão? Não tem no filme. Francamente.

Meia hora de Piaf e tudo bem

Esses roteiristas são uns chatos. Tão mesclando imagens da infância de menina abandonada (heavy metalíssimas, aliás) da Piaf com a lama do fim da vida, querendo provar a tese de que ela carregou o carma pra todo o sempre, etc, etc, etc. Ficcionice pura, aposto.

Nenhuma lágrima ainda.

Passei aqui só porque preciso vigiar o noticiário. Fui.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

La vie en rouge

Chutei o balde. Peguei "Piaf" pra ver. Depois de resistir meses. Sei lá, acho que agora tô pronta pra edificante história de uma mulher que se acabou de tanta vida desregrada e de tanto se apaixonar demais.

Acho tão feio moça assim.

Voltei. Achei uma sacanagem me dar uma volta em véspera de feriado

A autora saiu pra comprar cigarro

Com a minha sorte em relações humanas em geral, é capaz de eu mesma me dizer que saí pra comprar cigarro e não voltar. Fui.

O que que a gente faz quando é atéia, resolve rezar, assim, mesmo, e o povo atende?

Então...

Tava eu aqui, cuidando da vida, coração quase em paz, me lembrei da minha pindaíba de sempre. Desesperador. Rodei, rodei, rodei, e tomei uma atitude política até entrar mais dinheiro: transferi a pilha de contas que jazia à minha frente, na mesa, pro gaveteiro, à direita, longe do meu campo de visão enquanto olho pro monitor.

Noves fora, nada, anteontem me agarrei com um tercinho que minha mãe me deu há séculos, que vive engruvinhado no fundo da bolsa a uma medalhinha dum homem que ainda não é santo, mas tá a caminho. Na boa, abri o verbo: "Pô, já entendi que dancei de vez nessa coisa aí de namorado este ano e que não vou arrumar outro nem tão cedo; também já entendi que eu sou absolutamente anta neste território. Mas cês podiam aliviar pelo menos na pindaíba, né?". Juro. Falei, mermo. Vá lá que pensei em aproveitar e pedir pra parar de sofrer igual a uma louca de dor de corno, mas resolvi focar.

Pois é. Ainda não comprei o Google. Mas eu juro que, de lá pra cá, o mundo resolveu me descobrir, estranhíssimo. Tô aqui agora, quarta-feirão, véspera de feriado, me organizando a partir de uns contatos que rolaram e por aí vai.

O problema é que o homem ainda não é santo, e, portanto, não tem igreja, nem paróquia, muito menos obra social. Tô aqui sem saber como, diabos (foi mal), eu retribuo.

O que eu sei é que eu não posso ficar no rotativo com o futuro santo. Tô falando sério. Ajuda aê.

"Fazemos sua dieta"

Era o que dizia o panfletinho que um sujeito distribuía aqui embaixo. Aí, fiquei pensando: cara, deve ser tudo de bão a gente pagar pro cara fazer nossa dieta, pra ele ficar sem comer pizza e macarrão, e a gente emagrecer no lugar dele. É o cúmulo da terceirização.

Tá, foi infame. Não, eu não sei do que se trata. O fofo achou que eu não precisava do panfleto, e eu fui embora bem feliz, super-digna, corpo moreno e suado a caminho do mar.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Decálogo da gata escaldada

1) Sexo com amor, só daqui a uns 10 anos.

2) Macarrãozinho com molho de calabresa e manjericão e vinhozinho pra impressionar em jantar romântico, daqui a uns 15.

3) Café da manhã acompanhada, daqui a uns 40, no asilo que eu vou mandar construir pra mim e pros amigos quando comprar o Google.

4) Colar na porta do quarto cartaz informativo, igual àqueles que vetam batucada em bar ou aos que mandam jogar o papel higiênico na lixeira: "Proibido referir-se a qualquer processo que se desenvolva neste local como 'relação'".

5) Passear no Largo do Machado de braço dado, agora, só se eu ajudar alguma velhinha a atravessar a rua ou, no futuro, com minha enfermeira particular, funcionária muito bem paga do asilo mencionado no item 3.

6) Pra que que eu fui chamar esta coisa de "decálogo"?

7) Ah, ler jornal junto a outro ser humano, só se eu me mudar pruma biblioteca.

8) Futebol na TV aos domingos, nem no meu asilo.

9) Filminho no São Luiz, só se "A Noviça Rebelde" estrear de novo, com a presença do elenco e réplicas dos anõezinhos da praça de Salzburgo.

10) Passear no Palácio do Catete, só se Getúlio reencarnar.

Trabalho encaminhado por hoje, vou mexer este corpinho. Praia do Flamengo, here I go! Sem fuça de tatu triste, que tô legal do personagem. Fui

Jesus Cristo: contra ou a favor?

Passei boa parte da minha carreira ouvindo uma velha piada de jornalista, que sacaneia a mania de falar que somos imparciais (ãrrã, ãrrã). O chefe olha pro repórter e pede uma matéria sobre Jesus Cristo. O cara pergunta: "Contra ou a favor?".

Nenhuma graça? Eu sei. Ocorre que eu, cansada de dar mole pra Freud nos meus sonhos, essa noite sonhei que um repórter da minha equipe tentava emplacar uma história com um cara que tava processando Jesus Cristo.

Meu Deus.

Pô, galera, vamu ajudar aí com história de derrota alheia. A minha tá passando. É uma questão de utilidade pública agora

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Agora, sim, de coração:

O plantão do Sua Excelência... informa: reatada a relação entre o superego e o id da autora, neste que passa a ser conhecido como o Dia do Agora, Deu

Quanto à turma do título aí de cima, nunca soube, tecnicamente, quem deve mandar em quem - o que é uma puta bandeira, eu sei. Ocorre que, por conta da reaproximação de meus caros superego e id, que andaram se estranhando nos últimos quatro (aliás, nove) meses, não vai dar pra revelar os detalhes dos acontecimentos recentíssimos que me levam a fazer o seguinte anúncio:

Fica estabelecido o dia 19 de maio do ano da graça de 2008 como o fim oficial da dor de corno desta autora, passando a data a ficar popularmente conhecida como o Dia do Agora, Deu.

Juro que não vai me rolar mais uma lágrima na fuça por conta do muso inspirador desta pequena obra de arte.

Quero ver o Cesar Maia mortinho se eu estiver mentindo.

Rapidinho. O contador aqui registra: 11.111 visitas ao blog. Que medo, coisa mais cabalística. Fui

Alguém aí tem noção da quantidade de escova de dente (do mesmo dono) que eu já joguei fora este ano? Acabo de despachar outra. Tá ficando ridículo

"Arruma outro, Rozane"

Minha amiga Mirtes, leitora desde sempre deste blog, acaba de me dar uma ordem, lá nos comentários: "Desencarna". Bateu na fuça. Inda tá doendo, eu aqui, cuidando da vida, nesta segunda modorrenta, pilha de jornais pra ler, remoendo, remoendo, remoendo. Tá coberta de razão minha amiga leitora. Tudo tem um limite. Meu problema é meu jeitão defensora dos fracos e oprimidos, no caso, eu mesma: não consigo me conformar ainda com o ar blasé do muso deste blog, olímpico, levando a vida como se não tivesse feito um estrago do tamanho de um bonde (vale aqui a soma do chute do Natal e o de há algumas semanas, depois de me convencer de que dava pra tentar de novo); levando a vida cascateando no ouvido dos outros, impune, provavelmente já virando a cabecinha pra alguma outra incauta, que há de cair no lero ficcionista do fofo: "Eu amo você... eu preciso de você..." Tudo bem, só eu, moça viajada, caí duas vezes.

Pausa: cês vão achar que eu tô de sacanagem, mas eu juro que a Ana Carolina acaba de começar a buzinar sua ladainha no meu ouvido.

Aí, tem sempre o gênio que vai sugerir: "Arruma outro, Rozane". Cês acham que eu já num tentei, né? Só não conto como acabou a noite porque, embora não pareça, ainda me resta um grama de dignidade. Fracasso absurdo. Lama absoluta. Derrota. Total incapacidade (espero que momentânea) de interagir com seres humanos portadores de pênis.

Segunda chamada

Meninos e meninas, tudo bem que ando sem moral, mas pre-ci-so marcar o Réveillon Fora de Época. Por uma questão de honra, que num tô me güentando mais. Tinha sugerido aproveitar o Dia dos Namorados pra marcar logo esse chopão, que nunca saiu. Que tal?

domingo, 18 de maio de 2008

É mais forte que eu: Vanusa num sensacional play-back. "Hoje eu vou mudaaaaaaar..."

O garçom amigo e o brejo de minh'alma

Nada pior do que aquele garçom amigo que te olha como quem pergunta "ué, sozinha de novo, no domingão?". Saco. Levou o que me restava de humor. E olha que hoje tava toda orgulhosa porque chutei o Tratado de Tordesilhas e fui caminhar na praia, andando, literalmente, pra possibilidade de encontrar com vocês-sabem-quem.

É fato que dei uma vigiada na hora e só saí quando achei que o risco seria mínimo, pra me poupar do que poderia ser um barracão em plena Praia do Flamengo, que inda tô que num me agüento de tanto sapo que andei engolindo nesta ópera bufa.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

É nóis: o blog acaba de bater 11 mil visitas. Valeu, meu povo!

AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH! Argh

Acabei de lembrar que tá chegando o Dia dos Namorados. Cai numa quinta-feira.

Que tal desenrolar aquele raio daquele Réveillon Fora de Época que nunca saiu e aproveitar a data maldita pra marcar um chopão?

É eu

Paz selada definitivamente com o fogão. Arroz branco e um sensacional picadinho de filé mignon.

Pra alimentar quem? Eu. Pra quem elogiar e revirar os olhinhos? Eu. Por que eu vou almoçar às 16h30? Porque eu quero.

Tá, quase queimei o arroz, distraída aqui no computador. Mas salvei a tempo.

Se não tivesse conseguido salvar o bicho, sabe quem ia reclamar do gosto de queimado? Ninguém.

Alguém conhece algum psicanalista que dê consulta grátis? Aliás, alguém conhece algum que me dê um dinheiro pra cuidar de mim, caso super-instigante?

O sonho foi assim:

Eu tava grávida, quase parindo, zanzando pela redação de um jornal, tomando bronca do chefe (um grande amigo) por eu não estar acompanhando de perto a edição de domingo. Tentei explicar que era porque tinha ido a Minas cuidar da minha mãe e porque tava grávida.

Também tomei bronca da equipe de repórteres porque vivia enchendo o saco com matéria sobre política americana (isso é resquício de verdade, meu povo do jornal onde fui editora de Internacional vivia me esculhambando por isso e me acusava de ser republicana, o que é uma sacanagem sem dó).

Em algum momento do sonho, comecei a querer parir e decidi mandar um e-mail pro pai da criança pra avisar que era dele (um milhão de coroas tchecas pra quem adivinhar quem era). No fim das contas, acho, acabei parindo eu mesma.

Não tenho nem palavras mais pra comentar essa maluquice.

Vou pro fogão, fazer picadinho com arroz. Andei de mal com a cozinha de novo, já que não tem mais ninguém pra alimentar aqui nesse puleiro, e começo a achar que essa viadagem tem que passar rápido.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Manual pra identificar canalhas enrustidos: tribuna popular

Galera, este post é o espaço exclusivo do blog pra quem quiser colaborar pra ampliação do Manual Básico pra Identificar Canalhas Enrustidos. Dicas e histórias são bem-vindas nos comentários e vão se somar aos causos que o povo já contou aqui. Valem experiências próprias, dos amigos, dos vizinhos, dos tios. Vale pra meninos e meninas. Ninguém precisa se identificar. Trata-se de uma questão de utilidade pública.

Mutirão pro livro

Meninas e meninos, tô trabalhando à vera no livro agora, revendo todos os meus posts desde o tal do fatídico Natal. O Manual pra Identificar Canalhas Enrustidos (ou não) vai estar incluído, revisto e ampliado. Portanto, agora, vou precisar de toda a ajuda do mundo. Já separei todos os comentários aqui com as histórias que cês andaram contando, mas seria bacana ter o maior número de histórias possível. Não precisam ser histórias detalhadas, não. Qualquer manifestação de canalhice, cachorrice e manezice de homens aparentemente de bem tá valendo. Vou dar meu jeito pra criar um espaço aqui só pra isso.

Ajuda, aê!!!!!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Tava aqui pensando

Tá me dando uma vontade incontrolável de sair por aí, arrumar um namorado-relâmpago, virar minha cabecinha, dizer o quanto tá tudo super-intenso e, nuns dois meses, pedir o pobre em casamento. Só pra ver se cola.

Tá, já passou. Vou cuidar da vida.

Não tem preço

Cara, daqui da nova instalação do computador, dá até pra ver TV, com domínio absoluto do controle remoto, sem lugar pra visitas. Bingo!

Solteira no Largo do Machado. Finalmente

O melhor da solteirice recente: não ter planos pras próximas, sei lá, oito horas; não ter jantarzinho pra fazer; ir limpando a casa, aos poucos, sem furor uterino, de tudo o que lembra certa história que acabou mal.

O pior da solteirice recente: não ter planos pras próximas, sei lá, oito horas; não ter jantarzinho pra fazer; ir limpando a casa, aos poucos, sem furor uterino, de tudo o que lembra certa história que acabou mal.

Tudo conectadinho. Cérebro ainda em excelente forma

Tá, tá, só o cérebro, eu sei, eu sei.

Ah, sim, o que fazer com a imensidão de fios que saltita aqui da mesa bacana da sala, não faço a mais pálida idéia. Também tô com uma preguiça enorme de ajeitar o quadro que ficava acima da cama, centralizadinho. Com a necessidade de enfiar a outra mesa no quarto, a cama chegou pro lado, o bicho desalinhou, e tô aqui me convencendo de que ficou uma assimetria assim, meio cool.

Alinhar o fio do telefone no rodapé, com aquelas presilhazinhas, pra ficar bonitinho, foi o máximo de perfeccionismo a que me permiti hoje. Tô legal.

Operação de altíssimo risco

Ó, vou sumir aqui porque vou desconectar todos os fios deste home-office-mané pra poder aliviar o caos na sala. Significa que vou deixar só uma mesinha pra meu computador e despachar o que era pra ser o espaço da nova sócia pro quarto. Do jeito que tá parece que alguém faltou ao trabalho. Tá me deprimindo. Aproveito e desfaço o arremedo de encosto pra dois em frente à TV, com colchonete e almofada, e enfio ali a minha cadeira de diretor (ex-ce-len-te metáfora, aliás), único lugar, que ainda mando neste puleiro.

Acendam uma vela aí. A chance de eu nunca mais conseguir conectar tudo de volta não é nada remota.

Ih, lembrei: tem 10 anos que o homem morreu (desculpa a profusão de youtubes, mas este é inevitável)

Tudo bem que eu, mesma, já chamei A Voz de traste aqui (http://suaexcelenciaocanalha.blogspot.com/2008/01/ava-gardner-minha-pastora-nada-me.html). Mas, como também já foi corno de dar dó, partiu perdoado.

Aqui, "One for my baby (and one more for the road)", bom Francis Albert aluga o ouvido dum pobre dum barman com o chute que levou.

Tem uma introdução do próprio que é meio chatinha. Mas ele cantando, fingindo de bêbado miserável depois, não tem preço.

Diz o ítalo-mané, em algum momento:

I got a little story (Eu tenho uma história)
You oughta know (Que você precisa saber)
We're drinkin' my friend (Estamos bebendo, amigo)
To the end of a brief episode (Ao fim de um breve episódio)

Make it one for my baby (Bota uma pro meu amor)
And one more for the road (E mais uma de saideira)

I'm back in town!

Arrumando o cafofo, organizando essa coisa pra virar, de vez, um escritório E casa de uma só pessoa, coisa que, aliás, eu deveria ter feito há meses.

Já que é pra seguir viagem sozinha, que seja com charme. Fui.

terça-feira, 13 de maio de 2008

A caminho da rodoviária mineira, só pra variar. De volta ao Rio de manhã. Fui

Eu sou normal!

Devo admitir que, entre uma desgraça romântica e outra este ano, tenho me dividido entre achar que sou mega-criativa por ter lançado este blog e ter a certeza absoluta de que não passo de uma surtada que devia era ter enfiado a fuça no travesseiro e chorado desde o Natal até ficar com dó de si. Em silêncio.

Prestes a me mandar pra tal da rodoviária mineira, onde tudo começou, me ocorreu isso de novo. No mesmo instante, meu pai ligou na Band, num programa que ele adora. Chama "É o Amor", que acaba de reprisar o depoimento de uma coitada que tomou um pé no traseiro do marido e foi lá implorar pro tal voltar. Não bastasse o mico inicial, inda passou pelo ridículo de tomar um "não" pela fuça do cara em rede nacional.

Hoje, a moça voltou ao programa pra falar como vai a vida, já refeita do que houvera, e foi obrigada pela fofa da apresentadora a receber no ar um doce marceneiro que se apaixonou por ela ao ver o programa anterior, fez poema e quer fazê-la feliz "eternamente".

Não, eu não sei como terminou porque tinha que correr aqui e desabafar.

Já me avisaram que o clip dos Titãs tava um horror. Ranquei (influência mineira) rapidamente. Foi mal. Já volto

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O pior cego é o que aperta torneira (a Associação pela Moral e pelos Bons Costumes na Rede informa: este post tem palavrão; a autora tá puta)

Tá tudo muito bem, tudo muito bom, eu aqui, disposta a me reinventar etc, etc, etc, bancando a autocrítica, suuuper-mais-ou-menos-blasé. Ãrrã, ãrrã, ãrrã. Palhaçada da boa. Cês deviam era me processar por propaganda enganosa. Tô blasé porra nenhuma; tô é triste pra caralho.

Muito legal desse caboclo loser que baixou em mim e não me larga neste delicioso ano da graça de 2008; muito legal de me pegar aqui, na pacata Visconde do Rio Branco, pensando, pô, naqueles momentos óóóóótimos que tive com o muso desta merda e quase me culpando pela cagada toda. E, imensamente pior: tirei o dia hoje pra ficar remoendo cada sinal que continuou a pipocar na minha fuça na segunda fase da ladainha e eu ignorei. De novo. Pronto, falei.

Ih, ia quase esquecendo do mote do título. Noves fora nada, meu amado pai, bom Nanão Monteiro, agora vive de me sacanear porque eu, segundo ele, aperto demais as torneiras, oferecendo perigo iminente às buchas mineiras das mesmas.

- Minha filha, é só fechar. Parou de pingar, tá bão – me explicou, didático.

Emendei um ar, aí, sim, blasé, tentado explicar que lá em casa eu preciso apertar muito as torneiras porque elas pingam sem parar, e não tem ninguém pra consertar. Ato contínuo, depois de ele ignorar minha explicação com um muxoxo mineiro (só quem conhece sabe a força do desprezo de um muxoxo mineiro), passei o resto do dia metaforizando o ódio que anda me envenenando o peito e relacionando o tal à força do aperto nas torneiras, e...

Tá bão, tá bão, já parei. Ninguém merece essa conversa.

Ah, contei aqui que outro dia sonhei que eu tava num prédio desabando? Intão, foi assim:

Eu tava no tal do prédio com um monte de gente, conhecida e estranha, e comecei a sentir uma poeirinha caindo. Percebi imediatamente que o bicho ia cair. Falei baixinho, pra quem estivesse prestando muita atenção: "O prédio vai cair". E me mandei, sem fazer a menor questão de avisar a ninguém mais. Andando horrores pra humanidade à minha volta. Aí, saí; o prédio caiu; eu segui viagem, com o povo quase todo soterrado. Não ando fofa?

Não, eu não lembro se o muso do blog e o gerente do Itaú ficaram nos escombros. Vou ver se sonho de novo. Por garantia. Vai que é premonição.

Celular cachorro e a foto histórica

Aí, o celular, que não toca há dias, finalmente, grita aqui na pacata Visconde do Rio Branco. Nos segundos entre me levantar da cama e me mandar pra cômoda velha de guerra - é a mesma da minha infância, assustador -, a cabeça vai se perguntando quem diabos tá me ligando no início da tarde desta segunda-feira gelada aqui em Minas.

Prefixo de São Paulo. "Ou é o Itaú, ou é a Visa, ou é a coitada da Mastercard, uma gente que não vai ver a cor do meu dinheiro nem tão cedo", pensei, mal-humorada. Errei feio. Era o moço da Oi. Oferecendo uma daquelas promoções que quase te convencem de que eles vão pagar pra você usar o plano tal. Sumariamente despachado - na boa, preciso despachar alguém pra recuperar minha já depauperada auto-estima.

Fora isso, já vi nos últimos três dias, além do Raul Gil, novela da Globo, o Faustão e o Fantástico. Tudo isso, encarada por um pôster absurdo da minha fuça, aos 9 anos, pendurado aqui no quarto que ocupo quando venho. Foto histórica, aliás. Acabo de lembrar que foi tirada no dia anterior ao sábado em que enfiei a lata no fundo da piscina do clube que freqüentava com a mãe do meu afilhado e quebrei um dente. Significa, portanto, que é o último registro do meu dente inteiro. Cadê eu, meu Deus?

domingo, 11 de maio de 2008

"Rosa-na-tu-ral, ro-sa-na-tu-ral"

- Hoje é Dia das Mães, mãe - disse de manhã, assim que acordei, à minha mãezinha, que anda desanimada com a vida, aos 85 anos, distraída do calendário, depois de uma noite que eu e meu pai passamos meio acordados, meio dormindo; eu, constatando o caos em que se encontra o lar dos Monteiro aqui, em Minas.

- Todo dia é Dia das Mães, minha filha; mãe não esquece de filho - respondeu, pra emendar numa carinha que me partiu o coração, dizendo que morre de saudades de mim todos os dias.

Fui salva pelo moço que passava lá embaixo gritando "ro-sa-na-tu-ral, ro-sa-na-tu-ral". Saí de cena rapidamete, desci, comprei duas e voltei pronta pra consertar a manezice de não ter consguido comprar o presente dela, tamanha a confusão em que eu mesma me meti nos últimos dias no Rio de Janeiro.

Agora, ela tá quietinha na sala vendo um jogo qualquer na televisão. Lembro imediatamente de um tempo, há muito mais de 20 anos, em que ela, flamenguista doente, acordava cedo no domingo, ia à missa, voltava, fazia o almoço, alimentava a dupla de Monteiros que sempre odiou futebol (eu e meu pai) e se mandava pro Maracanã sozinha, com o mesmo vestido da igreja.

Tô pagando qualquer dinheiro pra quem conseguir fazê-la se lembrar da alegria que trazia de volta pra casa - meu pai ligado, invariavelmente, no Silvio Santos - quando o raio do Mengão ganhava.

sábado, 10 de maio de 2008

DIRETO DE MINAS: Cadê a Ana Carolina?

Meu pai e minha mãe adoram o Raul Gil. Meu pai e minha mãe já estão velhinhos e precisam ouvir a TV numa altura de enlouquecer. Os dois estão agora emocionadíssimos com a homenagem que o apresentador está fazendo a uma cantora cristã chamada Ana Paula Brandão, brindada ainda há pouco com uma cantora-mirim de quatro anos interpretando um rap meio gospel, cujo refrão é assim, ó: "Quem é Jesus? Quem é Jesus? Quem é Jesus?"

Ok, ao meu castigo:

Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina, Nunca mais falo mal da Ana Carolina (...)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Feliz 2008, galera!

Vou nessa. Tô taxeando aqui pra partir pra Minas logo, voltar rápido e botar ordem nesta zona de vez. Até pensei em voltar agora à velha sessão esculhambação de sempre, só pra desabafar um pouquinho. Ainda tô muito fula com os acontecimentos dos últimos tempos, carregando este raio deste coração dolorido e a carteira sem os cartões de crédito roubados pela louca.

Mas a culpa pela minha própria cegueira e desatinos apaixonados cometidos aqui e ali tá me contendo. Já falei aqui e repito: a vontade de mudar o nome deste blog pra Sua Excelência, a Anta e passar a me enfiar a porrada pra ver se fico mais esperta tá chegando a níveis quase incontroláveis.

Vou é me calar com a boca de feijão, que é o melhor que eu faço.

Por ora.

Fui.

AAAAAAAAHHHH!!!! Ana Carolina de novo!!!!

Tá, fui injusta

Tem coisa pior, sim, que a Ana Carolina sofrendo: a Whitney Houston miando "I'll always love you". Por que não boto um CD? Porque tô com uma preguiça da moléstia e porque quase todos os meus preferidos têm pelo menos uma música que vai piorar a miséria desta alma. Por que não mudo de estação? Porque esse meu rádio é todo digital, todo dos caralho; se mudar, tenho a certeza absoluta de que nunca mais vou achar a Paradiso.

Consegui. Embarco no fim da tarde

Pindaíba preferencial

Claro que perdi o ônibus de 12h50 pra Minas. Culpa da lerdeza do atendimento no Bradesco. A única boa notícia é que tenho um cartão de débito de novo. "Cliente preferencial" diz o bicho, douradão.

Na boa, ou o gerente tava bêbado quando liberou ou "preferencial" deve querer dizer algo como "cliente a ser monitorado de perto pelo SPC e Serasa".

Vou lá na rodoviária ver se consigo passagem pro fim da tarde.

Autora abduzida

Meu afilhado querido da dindinha, que agora acha que tem cérebro, anda insinuando que esta autora não é sua doce madrinha, que, segundo ele, não acorda antes do meio-dia, pura falácia. Também desconfia de que algo aconteceu à mesma e pergunta o que terá sido.

Segue abaixo a nota oficial da nova direção deste blog:

"Confirmamos a abdução da autora original, junto com a também abdução do cantor e compositor brasileiro Chico Buarque e do ator americano George Clooney. Os três, já substituídos por clones em seu planeta de origem, agora estão sendo submetidos a testes monitorados acerca da reprodução humana, aplicados por habitantes da estrela Alfa Centauro."

Por que a Ana Carolina existe?

Meu Deus, não são nem 10 da manhã. Eu ligo o rádio, pimba, Ana Carolina, sofrendo igual a uma louca, pra variar. Por que, meu Deus, por quê?

Já achei

A porra da raiva tá residindo no fato de eu estar aqui, pleno maio, me danando toda ainda.

Boa metáfora pra este meu pequeno drama afetivo, mas a preguiça de traduzir tá incontrolável

Vou só resumir. Eles brincam com o fato de um falar com sotaque inglês; outro, com sotaque americano. Não se entendem; um é formal; outro é coloquial demais. Nada dá certo. E repetem: "Vamu acabar com isso". Não acabam, e, no fim, depois de ficarem romantiquinhos uma outra vez, se danam os dois.

Saco. Agora, eu cito Fred Astaire e divido a culpa pela cagada toda. Alguém me interna.

Cadê a porra da minha raiva?

Nada a ver com nada, é só que adoro isso:

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Ah, esqueci

Se eu amo ou não amo o muso deste blog? Nem às paredes, confesso. Não importa mais. Não pode importar mais.

Mudando de assunto. Tava eu agora almoçando aqui embaixo, na Adega, coração em relativa paz, atracada a um filezinho bacana de linguado, quando me sentou na mesa mais à frente uma mulher exuberante. Negra, toda, toda, cabelão afro, um vaso de flor num saco plástico. Ao mundo, aos berros, ela avisava, via conversa pelo celular com as amigas: "Tô aqui, no Largo do Machado, tomando um chopinho, esperando meu amigo chegar."

Ai, acho tão feio moça que fica falando da vida assim em público.

Foi assim, ó:

Fui eu na Policlínica de Botafogo pra primeira consulta que vai ajudar a descobrir por que diabos eu entupi no domingo, alergia a que que eu tenho, etc e tal. Aí, toda tatu triste, pra variar, ouvi o moço lá perguntar se eu queria um táxi. Orgulhosa, recusei: "Não, brigada, vou dar uma caminhada."

E saí. Só que fui por aquela agulha que vai sair na Praia de Botafogo, absolutamente inatravessável. Comecei a rodar e só conseguia era sair no mesmo lugar, até achar um doido dum outro pedestre que tava tentando atravessar pra praia. Tomei coragem, peguei carona no maluco e consegui cruzar a pista num intervalo do fluxo dos carros – não, Pedro Bó, a gente atravessou voando, dã.

Que graça tem essa história? Nenhuma. Só que, enquanto fiquei rodando igual a tatu tonto, foi me caindo tanta ficha na fuça, revendo os últimos quatro meses, percebendo o rolo em que me meti, mais esse sofrimento que não faz mais sentido nenhum, mais a quantidade de vezes que fui parar em emergência de hospital no último mês, mais o sol na lata, mais o perceber que tenho é que me mandar pra Minas por uns dias porque minha mãezinha não tá nada bem. Isso tudo, com o raio dessa música do Caetano na cabeça.

Não sei se meu anjo da guarda ainda tá no cargo, dado o caráter de periculosidade do emprego. Mas a impressão que eu tinha, enquanto andava igual a uma louca da Pasteur até o Largo do Machado, é que o coitado tava era me embolachando pra ver se eu acordava pra vida.

Fato é que vi a luz. Portanto, embarco amanhã pra Minas pra ficar uns dias com meu povo, e não faço nada além de carinhar minha mãe e cuidar do blog e do livro. E pronto. Na volta, vou dando meu jeito de tocar a vida, entre o Rio e Minas, já que as viagens terão que ficar mais freqüentes; fazer algum dinheiro; e me preparar pruma palestra que vou dar na Comunicação da UFF em junho, por conta do blog e do livro – aliás, é aberta ao público, depois confirmo dia e hora aqui.

E repito, mentalmente, aos berros, o título do post anterior: "O que eu herdei de minha gente eu nunca posso perder." Chega. Eu sei que já falei 30 vezes aqui, mas, na boa, este 2008 tem que começar pra mim antes que o primeiro semestre acabe.

Agora, vai.

P.S.: Ah, quando fui entrando no elevador, carregando todos os jornais do mundo, na volta da caminhada, bem teve um vizinho bonitão que ficou todo solidário quando eu enfiei o cotovelo na gradinha que tem ali e soltei um "ai" doído. Ajudou com a porta, comentou a primeira página da Folha, e ficou me olhando discretamente atéééé meu andar, eu toda distraída lendo as chamadas, com ar de nem-aí-pra-tu-ta-tu. I'm back in the game, folks!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

"O que eu herdei de minha gente eu nunca posso perder"

Claro que essa imensidão de adjetivos-esculhambação no feminino é um tiro no meu próprio pé e pode virar o hino da oposição. Caguei. Fica na conta da dicotomia pansexual (ou não) do baiano, que canta isso tudo rebolando, de mãozinha na cintura, fazendo quase um strip, gostosérrimo, meio tigreza, meio leãozinho, meio eu gritando pro muso do blog e pra mim mesma música e letra... ih, me empolguei, foi mal.

Desculpem, mas eu falei que num tô furiosa mais?

Acho que num tô latindo tudo de novo porque, no fundo, no fundo, como o neo-chute foi, se não da mesma forma, no mesmo estilo (de sopetão, na fuça), eu tô é fula porque não tenho é mais nenhum adjetivo novo pra acrescentar à interminável lista que já atribuí aqui ao artilheiro desde dezembro. Que raiva. Acho que vou começar a postar em inglês, pra dar, sei lá, uma roupagem nova a este dramalhão mexicano - não, eu não sei escrever em espanhol, que é o que caberia na metáfora, sorry.

Tá bom

Eu admito, tô é morta de vergonha de estar toda triste de novo vagando pelo Largo do Machado. E, agora, nem furiosa mais eu tô. Acho que me acostumei a andar com um prego enfiado no pé. Me tiraram o prego, não sei mais andar, inda tô com saudade do prego. Saco.

Acho que vou tirar esta coisa do ar e lançar um blog de receitas, das minhas viagens pelo mundo, sei lá. Aberta a sugestões. Num tô nada bem.

Surto literário

Cara, esse negócio de escrever livro é de enlouquecer. Onde foi que fui me meter, meu Deus? Já li e reli os posts antigos umas 30 vezes, aí, fico querendo reescrever; aí, fico pensando que corro o risco de perder o raio do caráter espontâneo do texto; aí, fico tendo idéias brilhantes pra bancar a criativa. Pra piorar, o raio do coração vem na boca porque essa dor não passa, e a raiva da minha própria estupidez me paralisa, fora o inconfessável, que já tô cansada de me enxovalhar em público.

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

Demoraram demais a responder

Já tô fechando o computador aqui pra me empinar pra alcançar a parte de cima do armário e resgatar o travesseiro azul. Caguei.

Tá frio aqui

Cês me dão permissão pra pegar o travesseiro azul de volta do armário, pra dormir atracada com o mesmo?

terça-feira, 6 de maio de 2008

Sal grosso em nóis



Enquanto era só a dona do blog baixando emergência, tava compreensível: alma aos pedaços, corpinho sedentário sofrendo, tava no jogo. Só que agora tem leitora do blog baixando emergência.

Só o sal grosso salva!

Por que...

... esse raio dessa música-tema do Closer não pára de tocar no meu ouvido aqui na rádio? E nem é a versão-mala da Ana Carolina com o Seu Jorge, não. É a original, que dói na alma, até porque veio antes da overdose da dupla brasileira. Saco.

Como diz uma boa amiga, o povo da programação das rádios lê os blogs todos da rede e faz uma espécie de revezamento pra decidir quem será o sacaneado do dia. Sabe que faz sentido.

Sua Excelência, a Autora Louca

São pouco mais de três da tarde aqui. Acabei de salvar direito e organizar todos os posts e imprimir pra dar formato de livro a este blog. Sensação estranha rever tudo o que se passou desde um certo Natal trágico. Chega a dar um bolo no estômago. Quatro meses! Meu Deus, tô há quatro meses chafurdando nessa lama, me danando toda de novo e dando nó em pingo d'água pra não me atracar aqui aos travesseiros que sobraram na cama e chorar até ficar com dó de mim.

Noves fora zero, o raio do Largo do Machado continua lá, com seus velhinhos, seus floristas malas e toda aquela gente ignorando o raio da minha dor de corno, agora revisitada e reeditada, mas que não me larga. Meu Deus!

A única diferença é que agora o ódio do muso tá passando ao largo. Nem joguei nada pela janela desta vez, nem tive nenhum surto de cólera. Na verdade, fiz uma espécie de mausoléu pro fofo com o que sobrou das lembranças num saco da Sendas, enfiado num compartimento da estante. Sei lá por que. Acho que, talvez, tenha a exata percepção de que virou passado, mesmo. Ih, ando tão freudiana. Culpa do meu afilhado, que agora deu de se enfiar aqui nos meus comentários e ficar fazendo análise dos meus sonhos. Saco.

Tá, admito, a raiva do muso foi substituída por uma imensa indignação comigo mesma por ter caído na mesma conversa de novo e estar amargando outro chute do mesmo ser, depois de eu ter me convencido que "nããããããão, agora vai ser tudo diferente", como se tivesse pousado uma pomba do Espírito Santo na cabeça dele e na minha, como se tivéssemos renascido outros personagens. Dã.

Já falei aqui, ainda mudo o nome deste blog pra Sua Excelência, a Anta, pra começar a enfiar a porrada em mim, mesma, pra deixar de ser mané.

Ai, que raiva.

Ainda quanto ao ódio que não tô manifestando pelo muso, essas confusões de hipertensão e de alergia maluca são ainda mais bandeiras: é óbvio que meu corpo tá gritando por mim.

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!!!! É muita ficha caindo ao mesmo tempo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

O travesseiro azul

Não acredito que tenho passado os últimos dias com um ridículo travesseiro de fronha azul que uso pra dormir agarrada nele, estendido verticalmente ao meu lado, na cama. Acabo de, depois de horas de reflexão sobre os últimos meses, me virar de costas pro bicho, só de raiva.

Já está definitivamente (ãrrã, ãrrã...) enfiado de volta no armário, de onde nunca deveria ter saído, aliás.

E fiquem aí com "What's Up?", dumas loucas chamadas Four Non Blondes. Ainda bate um coração rock'n roll neste corpinho

"25 years of my life and still I'm trying to get up that great big hill of hope for a destination. I realized quickly when I knew I should that the world was made up of this brotherhood of man, for whatever that means.

And so I cry sometimes when I'm lying in bed, just to get it all out what's in my head. And I, I'm feeling a little peculiar.

And so I wake in the morning and I step outside. And I take a deep breath. And I get real high. And I scream from the top of my lungs: what's goin' on? And I say hey-ey-ey... and I said hey, what's goin' on?...

And I try, oh, my God, do I try, I try all the time in this institution. And I pray, oh, my God, do I pray,I pray ev'ry single day for a revolution."

O Ministério da Saúde informa: crise alérgica é antídoto perfeito contra dor de amor. Na boa, tô tão chapada ainda, que num tô nem triste.

Continuo num astral "num foi, nada, não".

Tá, falei que ia sumir uns tempos, mas não resisto. Foi mal aê. Cês aceitam minha readmissão imediata aqui no blog? Brigada, meu público, brigada, pelo apoio neste momento difícil.

Ah, falei que nos últimos dois dias, dei uma desinchada (tirando a fuça, que ainda parece a de um sapo-boi, claro)? Resultado da garganta travada e da diarréia que agora me assola - ih, lembrei, desculpem a trashice, mas aquela história de a pizza me fazer mal já devia ser por conta do início do caos.

Agora, tô morta de fome aqui, às quatro e meia da tarde de segunda-feira, sem saber bem direito o que comer. Depois que voltei do hospital, tomei um café da manhã tardio aqui numa padaria e agora não sei pra onde ir.

E, na boa, meu personagem tatu-triste, andando cabisbaixo pelo Largo do Machado, acho que nem eu güento mais. E a porra do dia deu-se em chuvoso. Saco: chafurdar na cama acho que será a única solução, só mais um pouquinho.

Diria a boa Scarlett, do E O Vento Levou..., "depois, eu penso nisso". Fui.

Não acredito que achei isto no youtube! Não resisto! É mais forte que eu!

Peço arrego, ó, doce universo!

Galera, valeu, aí, a força, mas preciso de um tempo pra recarregar. Hoje, o universo chutou o balde pro meu lado e me tacou a última pá de cal na fuça neste adorável ano de 2008. Preciso parar, algo de muito errado tá acontecendo na minha biografia. Tô oficialmente, de folga, portanto, a partir deste post. Rapidinho, eu juro, uns dois dias, no máximo, se conseguir, claro, ficar longe daqui deste imenso desabafo virtual que inventei.

Tentarei ser breve. A dorzinha de garganta virou um edema de glote, que me paralisou a respiração na madrugada de ontem. Assim que me dei conta de que o mundo tava caindo, lá pelas três e meia da manhã, voei num táxi, já acostumada a crises de asma, e me enfiei na emergência do mesmo hospital onde a fofa da anta da residente ignorou meus relatos de possível alergia horas antes. Claro que a manezice da médica, confirmada pelo médico que me atendeu no susto, quase me leva pra morada do Senhor,uma vez que a anta nem percebeu que eu já tava um processo alérgico de tarde e me passou um remedinho besta.

Foi isso. Já é quase uma da tarde, tô sem um grão de comida no estômago, acabei de chegar em casa, com bracinho roxinho de hematominha do sorinho - os enfermeiros do hospital daqui também usam diminutivozinho. Ergh.

Minha deliciosa madrugada só teve contornos de alguma alegria graças à gatice do médico bacana que me atendeu a madrugada inteira, que ficou puxando papo agora de manhã, a despeito dos dois pobres pacientes que estrebuchavam na fila. E graças ao sensacional casal adúltero que foi pego no contrapé pelo mal súbito da moça. Os dois foram parar no box ao lado do meu, o homem enlouquecendo pra inventar história pra mulher e pro filho, já ligando de manhã pra saber dele. Não tem preço.

domingo, 4 de maio de 2008

Dor insuportável no raio da garganta, nem o purezinho com molhinho desceu. Só a cama salva. Fui

"Foi algum trauma que a senhora sofreu, Dona Maria?"

Sacudi a cabeça de um lado pro outro, com veemência, a mesma que usei pra abanar as duas mãos, sincronizadamente, pra indicar minha resposta negativa à pergunta da mocinha do Raio X do Hospital Rio Laraneiras, que me atendeu agora há pouco.

Ela atendia, na verdade, solicitação da médica que ma acompanhou nas mais de três horas que passei na emergência de lá, estrebuchando porque uma violenta infecção na garganta (de manhã, era só uma dorzinha de garganta) me deixou completamente sem voz e sem ar. Diz ela que é vírus, e me atochou de remédio e soro e os caralho até eu voltar a emitir algum som.

Jogo do Mengão? Acompanhei de longe, soro nos corno, pelos berros dos enfermeiros.

Ligar pra alguém? Fica difícil quando se está temporariamente muda - podia estar noiva do George Clooney, que não ia dar pra avisar ao fofo do ocorrido.

Jantar? Purê de batatas com molinho madeira de uma carne assada, que é a única coisa que me desce.

Começo a me organizar pra fazer alguma viagem cármica ao Tibet ou, sei lá, a Porto das Caixas, que é aonde meu orçamento me levaria neste presente momento.

O cigarro da Wilza Carla: valhei-me meu São Sigmundo

Cara, nesses últimos dias de toda essa minha ladainha, tenho tido uns sonhos que fariam o velho Sigmundo corar. O primeiro delírio se passava num apartamento qualquer, que era a minha casa no sonho. Por conta da ex-sócia que aprontou aquela cagada, botei o ser no sonho. Até aí, nada. Só que ela era encarnada pela Wilza Carla, que passou boa parte da trama me enfiando a porrada e queimando meu dedo com o cigarro. Acordei esbaforida, com a Wilza Carla em cima de mim me embolachando e me queimando. Por que a Wilza Carla se a ex-sócia é magérrima? Sei lá, acho que foi inveja de gorducha e me pareceu excelente vingança botar a mané gordíssima no sonho - tô aceitando explicações.

Noite passada, passei o sonho inteiro com o apartamento onde morava todo, absolutamente todo em obra - bandeira pouca é bobagem. Tudo do avesso, com pessoas estranhas zanzando, uma barulheira infernal. Em algum momento, comecei a gritar igual a uma louca "CHEEGAAAA" e fui expulsando um por um. Sobrou pra minha mãe, com quem eu gritava também. E até pro Cesar Maia, que, em algum momento, foi no meu apê jantar. (!!!???!!!)

Que medo que tá me dando de mim, meu Deus.

E tirei o clip da Bethânia porque aquela felicidade toda tava me irritando. Também num tô afim de olhar no olho de ninguém. E pronto.

Ah, o computador voltou a funcionar

Assim. Como se nada tivesse acontecido. Voltou. Nem explicou por que me ignorou ontem de noite. E eu deixei voltar. É..., onde é que eu já vi isso?

Explicando a pizza congelada da Sendas

Já levei mais de uma bronca aqui por conta do raio da pizza congelada, o que é igual a ter chutado o balde com relação à dieta. Tá bão, já me arrependi. Além do mais, já num falei que vomitei a bicha? Um pouco de misericórdia, pelamordedeus!

sábado, 3 de maio de 2008

Tão achando que eu tô de sacanagem, né?

O computador mór desta casa acaba de dar pau, acho que é vírus. Só me sobrou o bom e velho notebook. O outro reinicia e apaga. Preciso dizer que o piloto do livro tá nele? Não, né? Vou pra cama antes de enlouquecer pensando nisso, pra acordar amanhã, domingão, pronta pra salvar todos os posts do blog aqui, copiar no pen drive e coooooomeçar de noooooovo, como diria a boa Simone velha de guerra.

Também não consigo compreender porque, a cada vez que penso na minha vida e na tristeza de sempre, vomito as tripas, como acabei de fazer ao perceber que o computador que me custou um dinheiro parou de funcionar - e olha que gastei outro dinheiro, pouco, pra comprar a pizza congelada na Sendas umas horas antes. Tá foda: fofa e bulímica nem eu güento. Só Froid.

Uma vez, um amigo meu que tava passando por situação maluca também ficou sem computador e concluiu que, quando cê tá mal, parece que o mundo que te rodeia compreende e reage. Acho que meu computador, o outro, deprimiu. Saco.

Caralho, acabo de lembrar que vomitei junto os remédios pra pressão e a pílula. Na boa, só a cama salva. Fui.

Saco. Tô mulezinha demais neste sabadão à noite. Coisa mais insuportável. Deve ser saudade, mas não admito nem à paulada

Num foi nada, não

Num tô raivosa. Num tô puta. Num tô nada. Triste, talvez. Mas acho que o que tá me matando é este sentimento de "num tô nada, não". Acho que, na boa, num foi nada, não, este ano de 2008 até agora.

Tudo bem, tô em surto depois de desabafar. Mas, se o mané-loser do Barry Manilow pode recomeçar, eu também posso

"Ready to take a chance again" = "Pronto pra me arriscar de novo"

"Eu tô tristão, tô sofrendo pra caralho..." Galera contra o palavrão na rede, releva, aê. Ah, tem umas bobagens no fim, mas só tinha esta versão.

Ordem no barraco

Tá, bão, tá bão. Vamu botar ordem neste barraco. A verdade dos fatos é que eu e o muso do blog, a porra do amor da minha vida, tentamos uma outra vez. Tentamos, apesar do estrago natural feito pelo blog. Tentamos, apesar do meu jeitinho de reagir às turras quando me machucam e de amar demais, sem tino. Tentamos, apesar do medão do rapaz de se envolver à vera. Some-se esses três fatores a uma vaca leitora do blog que andou passando trotes pra todo mundo envolvido nesta trama, incluindo esta humilde jornalista; mais uns outros detalhezinhos que não vai dar pra contar aqui, tô dando um milhão de coroas tchecas pra quem adivinhar o que aconteceu: outro chute, dor em dobro, sentimento de derrota triplicado, auto-estima em Tóquio, coração estraçalhado de vez.

Claro que pensei 30 vezes antes de botar isso no blog, mas isto aqui ainda é o diário da minha vida besta, na qual ninguém manda, nem eu mesma, ao que parece. Foi mal, aê, precisava desabafar.

Ah, pega também a frustração por ter apostado tudo na cachorra da sócia como última tentativa de fazer meu projeto dos sonhos (o site de notícias em inglês sobre o Brasil, longa história) dar certo, mais ter sido roubada pela mesma dentro da minha casa, dá-se o caos.

Isso tudo aconteceu em uma semana.

Pronto, falei. Se tem boa notícia nesta confusão, é a de que vou me virar em livro à tapa, que, talvez, pode virar um sucesso editorial - se der, vira sitcom também, que, agora, tô puta. Tá, tá, eu sei que a autora do Harry Potter chegou a pensar em suicídio tamanha a pindaíba em que se encontrava quando teve a idéia de escrever o livro. J.K.Roling é minha pastora, nada me faltará.

Pretos e gordos no Olimpo. Infalível em casos de auto-estima baixa

É ridículo, é uma trama mega-adocicada, mesmo pros meus padrões de fã incondicional de musicais. Mas é absolutamente perdoável pelas espetaculares piadas politicamente incorretas ao longo do filme, sacaneando o racismo e a ditadura da estética americanos - a história se passa num tempo em que a integração racial era impensável lá e quando tavam tomando força os concursos de beleza de mocinhas, as avós da Pequena Miss Sunshine. De quebra, tem o John Travolta no papel de uma mãe gorda e o Christopher Walken de marido babão. Velho Travolta dá show dançando, "gostosérrima".

Ladies and gentlemen, please, welcome a cena final de Hairspray.

Sua Excelência, a Anta

Sei lá, tava pensando em mudar o nome do blog e falar mal de mim, mesma. Auto-estima zero e caindo.

Idéia fixa

O traveco que diz ter tomado calote do Ronaldo contou ao Extra que um "sexo oral" custa R$ 30. Aí, fiquei fazendo as contas: uns quatro por dia renderiam R$ 3.600 por mês. Considerando que não vou conseguir vender aquele livro autografado pelo Saramago nem tão cedo...

Tá, foi só uma idéia. De graça, já tá difícil. Foi mal.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

“Dona Rozana, quando é que eu vou perguntar pra senhora se tá tudo bem e a senhora vai responder que tá?”

Foi dito pela boa Lourdes, que faz faxina aqui em casa a cada 15 dias e fez a pergunta de sempre quando chegou aqui na quinta-feira. Eu, no computador, tirei os óculos fashion recém-comprados antes de responder com um seco "não". Ela achou que talvez pudesse ser mal de amor, pra variar. Contei a história da sócia, ela parou , imobilizada, bolsinha e guarda-chuva nas mãos, no meio da minha sala:

- Ah, Dona Rozana!

Ao contínuo, me deu bronca, mandando parar de confiar tanto nas pessoas, e passou o dia praguejando contra a maldade do mundo. Lindo. Só que serviu pra eu perceber que acabei me transformando naquela mala que, à pergunta "e aí, tudo bem?", tem sempre uma ladainha inacreditável pra contar, em lugar de responder com o sempre bom e eficaz "tudo bem".

Misturando com tudo que não contei aqui nesse meio tempo, mais um milhão de problemas de família, mais uma imensidão de ziquiziras que vou entubando sem expor no blog pra poupar gente inocente, mais o buraco negro que minha carreira virou nestes últimos seis meses, etc, etc, etc, sei não, mas acho que ando vivendo o pior período da minha vida.

Pior, acho desgraçadamente agora que tudo tá rolando por mea culpa, mea culpa, mea culpa – alguém aí tem um látego pra eu enfiar a porrada em mim mesma? Na verdade, o que acho é que todas as cagadas que me assolaram nestes últimos quatro meses aconteceram tão somente porque ignorei os sinais da minha própria intuição e fui me danando pelo caminho. Some isso ao estranho hábito que tenho de amar demais e de confiar em maluco, dã!

Aí, claro, vem a turma do "eu sabia que ia dar merda", "te avisei que ela [a sócia] era maluca". E, claro que, aí, me ocorre perguntar à galera, de novo, "tá, sabia, e não me explicou direito só de sacanagem, né?". Equivale, como já disse aqui, à mãe que deixa o filho bebê enfiar o dedo na tomada pra ele aprender que dá choque. Portanto, se o moleque morrer torrado, pelo menos reencarna mais esperto.

Que mania dessa gente, porra! (palavrão super-bem empregado, admitam)

Como diria meu anjo da guarda, "vai dar merdum". Mudança de planos

Tô aqui, prontinha pra sair pra rua, dois helicópteros pretos tão aqui infernizando a vida da vizinhança, sobrevoando o Bope. Boa coisa não pode ser e, na ausência do meu urubu amigo, que me vigiava do prédio vizinho, só posso ler isso como um sinal.

Não vou ver "Homem de Ferro" coisa nenhuma. Do jeito que eu tô, aquela gente vai começar a falar de como o mundo é mau, eu vou lembrar dos últimos acontecimentos, e vou acabar chorando igual a uma louca. Pois é, eu choro até em anúncio de plano de saúde, com aquela gente feliz da vida porque tá andando de UTI móvel.

Portanto, revendo a decisão política: vou é tomar caldo verde na Adega com Brás, o Cubas, que é o melhor que eu faço.

Fui.

Decisão política: vou ver "Homem de Ferro", pra ver se o cérebro pára de funcionar por umas duas horas. Fui

"Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar"

"Oh, sim, eu estou tão cansado, mas não pra dizer que eu não acredito mais em você. (...) Oh, sim, eu estou tão cansado, mas não pra dizer que eu tô indo embora. Talvez eu volte, um dia eu volto, mas eu quero esquecê-la, eu preciso, oh, minha grande (...) obsessão."

Precisava gritar isso pelo conjunto da obra que tem sido este raio deste ano. Num tô nada bem. Foi mal, aê.