quarta-feira, 30 de abril de 2008

Sou blogueira, mas sou limpinha

Ó, eu sei que vou tomar é tiro de acadêmico, mas não resisto. Assim falou Brás Cubas/Machado de Assis, no "Ao Leitor" do Memórias Póstumas...:

"Obra de finado. Escrevi-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse conúbio."

Meu querido povo da Academia - uma gente que mora, de aluguel, no meu coração: isso já virou, sem caber recurso, slogan do blog e introdução do meu livro. E pronto.

P.S.: Tá, admito que levei 41 anos de existência sobre este planeta pra parar e ler, direito, o velho Joaquim Maria. Não me orgulho. E não quero falar sobre isso.

Machado na cama, Mengão no coração do caixa da Sendas

Cara, eu devo ser, mesmo, uma pessoa horrível. O Flamengo acaba de ganhar um jogão, e eu tava na cama lendo Machado de Assis. Só soube da vitória agora porque a galera do fundo de quintal aqui do prédio andou gritando demais, e eu, com meu apuradíssimo faro de jornalista, concluí mui sabiamente que não deveria ser pelo América do México. Fui no GloboOn e confirmei o que meu coração de repórter já sabia.

Ah, sim, desnecessário dizer que só descobri que o Flamengo tava jogando aqui na Sendas, no Largo do Machado de sempre, porque fui atendida pelo caixa-trainee na hora do primeiro gol rubronegro. O bichinho tava doente, queria comemorar, errou no registro da conta em pleno estágio pro cargo e tomou esporro da supervisora. O segurança, homem de mais sorte, que via o jogo numa TV sei lá onde, foi quem explicou, de longe, aos gritos, como tinha sido o gol. Isso tudo, eu esperando, com exatas três coisas compradas, até o jovem se entender com a registradora pra poder me mandar dali.

Ele, o caixa-trainee, dramático, com a supervisora no cangote:

- Pô, o Mengão jogando, e eu aqui, sem poder comemorar. Fico chateado.

Eu, docemente:

- Chateado você vai ficar se não me deixar ir embora logo.

Juro que falei com a maior calma do mundo, me-vi-rei-de-la-do-e-ten-tei-a-té-sor-rir, qual fora a Geni do Chico.

Desespero astral

Acabo de lembrar que meu inferno astral, tecnicamente (nasci em setembro), nem chegou. Alguém me abraça!

Missão Itaú não foi bacana

Gerentes do Itaú não são legais. Também não é nada legal a tal da "campanha de recuperação de atrasos" de dívidas enormes, que divide o que falta em 36 vezes, mais que duplicando o valor da bicha. Claro que já esperava isso, mas falo mal assim, mermo, que já tomei muita chuva no lombo hoje e já fiquei horas na fila do Bradesco pra tirar dinheiro porque, como sabemos, perdoem a ladainha de Rozane Monteiro, o raio do cartão de débito que foi abduzido da minha carteira só fica pronto na semana que vem graças a este monte de feriados que assola nosso calendário.

Pra melhorar, em algum momento dos quase 60 minutos que passei na fila, entrou um sujeito aos berros no telefone (parecia cliente), à cata de alguma mulher que tava ali fazendo alguma merda. Atrás, vieram funcionários e um segurança, de patinha no revólver no coldre, que saíram como uns loucos pela agência. Lá pelas tantas, a mocinha do colete vermelho foi de mulher em mulher na fila perguntado "a Sra. é a Zina (ou Dina, ou sei lá mais)?". Mandei um sonoro "não, e nem quero ser", e tive a certeza absoluta de que alguém, depois, gritou "Dona Maria Rozane". Tá bão, ando paranóica. Foi delírio.

Aaaaaaaaaaaaaaaahhh, pra ficar melhor, esqueci de contar, sobre a dívida do Itaú. Semana passada, recebi uma cartinha de um cartório de cobrança porque as antas do banco protestaram uma parcela de R$ 41,14 de há milênios que algum gênio da gerência lá esqueceu de incluir no total renegociado e de me avisar, claro. Dever um monte de mil reais pode, né? R$ 41,14 quase me mandam pra cadeia, logo eu, pobre vítima da criminalidade que se esconde nos porões da classe média desta cidade.

O pingo de dignidade que consegui manter foi falar que já tinha pago esta semana cada centavo dos R$ 41,14, que num tô aqui pra ser esculhambada.

Pindaíba blues II, Missão Itaú

Já que é pra sofrer, que sofra direito. Vou lá no Itaú, virar minha cabecinha pro gerente, pra negociar a mãe de todas as dívidas e ver quais as chances de alguma coisa dar certo nessa minha existência sofrida.

Tô aqui, toda bonitinha, túnica coreana, pulseira cult no braço direito, ar de escritora-dura-que-em-breve-vai-virar-sucesso-editorial, prontinha pra ir pra fila do Bradesco pegar dinheiro pro cigarro, porque, como sabemos, estou ainda sem o cartão de débito - ô, vida desgraçada; ô, vida sem jeito, como diria a turma do Suassuna.

Dou notícias depois da sessão de humilhação a que me submeterei.

Fui.

Pindaíba blues e o prêmio nobel longevo

Tem uma música do Chico ("Bancarrota Blues") que é assim:

"O que eu tenho
Eu devo a Deus
Meu chão, meu céu, meu mar
Os olhos do meu bem
E os filhos meus
Se alguém pensa que vai levar
Eu posso vender
Quanto vai pagar?"

Intão, tô exatamente naquele momento em que a gente vai olhando em volta do apê, lembrando das raridades que tem e que podem valer algum dinheiro. Lembrei só do velho "Jangada de Pedra", que tenho autografado, em meu nome, pelo fofo do José Saramago, o prêmio nobel mais longevo deste planeta.

Na boa, custava ele morrer tragicamente, provocar uma comoção mundial e aumentar a cotação do meu livro? Saco.

Ultrapassamos as 10.000 visitas desde janeiro, galera. Exatas 10.029. Urrú!

terça-feira, 29 de abril de 2008

Se eu sugerir Deus pra muso honorário do Sua Excelência... é pecado?

Se bem, que, do jeito que a coisa tá, arrumar briga com o Criador não me parece boa idéia. Tá, retiro a sugestão. Mas só se vocês me deixarem contar mais uma do espetacular ano de 2008 na minha modesta biografia.

Ah, esqueci, primeiro, foi mal, aí, pelo sumiço do blog. Tive uns 35 motivos, mas a vontade de falar sobre eles é nenhuma. Passemos, pois, ao relato dramático das últimas 24 horas.

Lembram que há duas semanas eu "perdi" meu cartão de débito? Dã.

Resumindo muito a história, eu tento emplacar um site de notícias em inglês há um ano e acabei me transformando num dos maiores fracassos do mercado. Não desisti de jeito nenhum, gastei rios de dinheiro e estou nessa pindaíba de dar dó. Aí, pô, apareceu uma candidata a sócia suuuuper-legal, com o perfil comercial que eu não tenho, com uma grana pra investir. Conversamos sobre a sociedade por uns bons oito meses.

Pois deu-se que a moça passou as últimas semanas aqui em casa, trabalhando, planejando coisas e tal. Viramos amigas. Tão amigas que a anta aqui passou a confiar o quanto podia e não podia no ser (não vou chamar de canalha, porque acho que não tem graça e pronto, ainda mando neste puleiro). Ah, sim, nos conhecemos por um amigo em comum, que falou justamente do site, e ela se interessou.

Corta pra abril, há duas semanas. Meu cartão de débito some. Por encanto. Eu não tinha usado o bichinho entre a última vez em que saquei dinheiro e o dia do sumiço. Achei esquisito e lembrei que a moça tinha sido a única a ficar sozinha com a bolsa. Mas também achei que estava em pecado e paranóica. Entubei.

Ontem, de noite, meus dois cartões de crédito desapareceram. Havíamos passado o dia juntas. Aqui em casa. Não teve jeito. O coração chegou a doer. Liguei pra bloquear os ditos. Descobri que já tinham tentado usá-los. Na papelaria daqui do prédio. Minutos depois de o gênio do crime sair daqui. O mesmo gênio do crime sabia da minha pindaíba e não se deu conta de que eu tinha falado 30 vezes que o cancelamento do cartão de débito "perdido" também travou meu internet banking, e as faturas dos dois cartões tavam atrasadas porque eu não tive paciência pra ir pra fila de banco gastar meu dinheiro, havia decidido esperar liberar a nova senha pra fazer pela internet. Significa portanto que a mané tentou fazer uma compra de 176,60 em cada um dos cartões, foi recusado, e ela deve ter pagado um mico de dar dó. Tadinha. Bem feito. Quem manda tentar roubar pobre?

Cancelados os cartões de crédito, liguei pra moça, com um sangue frio que não sei de onde tirei. Contei o ocorrido, no estilo desabafo-pra-amiga, ouvi um "pô, que Lei de Murphy", e avisei que estava indo à delegacia. Também avisei que, assim que o comércio abrisse hoje, iria à papelaria tentar a descrição de quem tentou usar os cartões. Em menos de meia-hora, o ser liga: "Não precisa ir à polícia, fui eu... É uma compulsão que eu tenho."

Pano rápido.

P.S.: Na boa, eu já ouvi hoje umas 47 vezes "Rozane, você precisa se benzer", "Cara, esse teu ano tá foda". Me poupem.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ou será imensamente mais divertido...

... quando, depois de eu penar alguns minutos traduzindo um raio duma frase em inglês, e, finalmente, começar a escrever a idéia, fresca na cabeça, o bicho apita e tenho que parar tudo?

Bom mesmo...

... é quando o bicho apita ao mesmo tempo em que o telefone toca. Melhor ainda quando toca logo depois de um engano, e o bina informa que é o mesmo maleta perguntando se "é da creche". AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!

O que pode piorar...

Chama MAPA, o que é igual a um sofisticadíssimo instrumento de tortura do século XXI, que, claro, os médicos dizem que é pra nosso bem.

Explico. Fico até amanhã, quase 24 horas no total, com uma geringonça no braço esquerdo que, a cada 10 minutos, durante o dia, me aperta a asa e mede a pressão - no sono, serão apertos a cada meia-hora. Ah, sim, apita antes de começar a tortura, pra me avisar pra parar o que estiver fazendo e relaxar; depois, apita de novo pra liberar o corpinho a qualquer movimento.

Apitou, peraí...

Pronto. Enfim, é assim. Em casa, é mole. Mas já passei, só hoje, umas duas ou três vezes, pela situação ridícula de ter que ficar parada, igual a uma planta, na rua, até o bicho apitar pela segunda vez. Claro que o moço da farmácia deve estar até agora perguntando por que diabos eu não me mexi por uns instantes logo depois de pagar por um remédio, congelada em frente ao caixa, sem liberar a vaga pro próximo cliente.

Este 2008 tá passando de todos os limites.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Eu só tenho dois braços, foi mal"

Aí, a mocinha destacada pra sangrar este corpinho pros exames que vão medir o estrago de anos de fofura, bacon e cachaça foi um docinho.

- Bota o bracinho aqui e fecha bem a mãozinha - por que diabos ela só falava no diminutivo pruma mulé de 41 anos, até agora, não sei; só sei que me irritou deveras.

Mas, mulher renovada que estou, disposta a olhar o mundo com outros olhos, não xinguei e nem fiz bico. Obedeci.

- Isso tudo é vasinho, a veinha é super-fina - disse a fofa, enquanto, agulha já enfiada no meu "bracinho" esquerdo, cavucava atrás da tal da veia.

Ainda a jovem:

- Engraçado, vem só um pouquinho (de sangue), mas não é o suficiente.

Perguntei se eu tinha morrido. Ela achou graça. Riu. Ato-contínuo, explicou que iria acabar ficando roxo, e que era melhor procurar no outro braço.

Assim foi feito. Apertou o pobre com aquela borrachinha, ficou apalpando, olhar frustradíssimo. Negativo quanto à presença de veia de novo.

Não resisti, num bom-humor óóóótimo, inacreditável pra quem tava sob tortura, 12 horas sem ingerir nada além de água e nicotina:

- Olha só, cê tá ficando sem opções. Eu só tenho dois braços, foi mal.

Conversa vai, conversa vem, acabei salva pela minha boa mão direita, esburacada sem dó, uma queimação sem fim.

- Na mãozinha, dói, mesmo - encerrou a lindinha.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ih, esqueci: só de pé no freio nos últimos dias, depois do susto-cardio-mané, perdi UM quilo inteiro!

Cesar Maia, o muso honorário do Sua Excelência...

Na pesquisa "O prefeito Cesar Maia [pela forma como está debochando da dengue] está credenciado a ser eleito o muso honorário do Sua Excelência, o Canalha?", deu "sim" na cabeça.

Dos 51 votantes, 88% (45) ficaram com o "sim, o jeitão tô-nem-aí em meio ao caos vale o título". O "não, os mosquitos deste ano foram importados pela oposição, e as mortes são todas psicológicas" foi a opção de 11% (6).

Não, eu não sei aonde foi parar o 1% que falta e não quero falar sobre isso.

Vou ler a Piauí

A vontade, no título, era a de perguntar se Deus tá bêbado. Mas achei que fosse parecer provocação com quem tem fé – fique claro que trata-se apenas de um desabafo de uma atéia confessa, mulher dotada de uma incredulidade atávica, que é, como sabemos, a pior forma de solidão.

Dito isso e lembrando que minha paciência com a raça humana anda a nível zero, e caindo, não paro de fuçar o jornal, furibunda com o Criador. Na boa, numa página, a polícia crava o que até eu já sabia: a louca da madrasta de São Paulo enforcou a menina Isabella, e o pai varou a bichinha pela janela. Ninguém explicou ainda como é que a surtada conseguiu espancar e apertar o pescoço da menina sem que o pai fizesse algo pra tentar impedir.

Na mesma cidade, um ex-cirurgião plástico anda dizendo, durante seu julgamento por homicídio, que ninguém sabe o que ele passou, tadinho, ao ser perseguido, diz ele, cinco anos por uma moça com quem tinha um romance – os dois eram casados, cada um, com seu respectivo cônjuge-corno. Lá pelas tantas, o advogado do fofo pediu autorização pra passar "Atração Fatal" – aquele da Glenn Close – no tribunal pra tentar defender o crime de seu cliente: matar e esquartejar a ex-namorada e guardar os saquinhos com a moça picada num carro.

Aqui, na Baixada, um doido pegou a espada que tinha em casa (!) e decepou o braço da ex-namorada que não queria voltar.

Na boa, tô legal. Vou ler a Piauí.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Bom dia, por quê?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Vem cá, será que DÁ pra votar na enquete pra eleger o prefeito o muso honorário do Sua Excelência, o Canalha?

Ímã de geladeira

Intão, receita do dotô prendurada na geladeira pra eu me lembrar dos horários todos dos remédios. Aí, empilhei as caixinhas todas na mesa. Deprimi e fiquei me sentindo como aquelas velhinhas que são personagens de matéria de jornal sobre aposentada do INSS que sempre se dana, sem dinheiro pra comprar os mesmos remédios, posando pra foto com aquela cara desolada diante de tanta caixa.

Tomei uma decisão política, tirei as cartelas das caixas e enfiei os tais comprimidos no armário chique da cozinha, só visíveis pra quem abre a portinhola acima dos compartimentos do microondas e do forno elétrico - o que significa eu mesma e a boa Lourdes, que vem de 15 em 15 dias. Caixas e bulas já estão devidamente enfiadas no armário do banheiro, longe das minhas vistas.

Não, na boa, se este ano não acabar logo, eu infarto - tá, eu sei, péssima piada, dadas as circunstâncias.

Abuso de poder

A verdade é que eu, reflexiva que ando depois do piripaque hipertenso, ia postar aqui aquela cena final do "All That Jazz", em que o personagem do recém-falecido Roy Scheider flerta com a morte e acaba partindo desta pra melhor de tanto fumar, beber e amar, coração aos pedaços de tanto tomar pé no traseiro e, claro, de tanto fumar, beber, etc, etc, etc.

Tava me achando suuuuuuper-criativa. Só que o raio do clip no YouTube tá dando pau (inclusive o que eu postei aqui no dia em que o cara, o ator, mesmo, morreu, em fevereiro), perdi a paciência e apelei pra boa e velha Maria Von Trapp, lembrando sempre que meu primeiro nome é Maria.

Ridículo? É, eu sei. Só que ainda mando neste barraco e pronto: deu vontade de ouvir Do-Re-Mi, que, afinal, de contas, foi a cretinice que só me fez bem e que, aos cinco anos, me fez querer aprender inglês. Ah, sim, também foi a bobagem que, ao longo da vida, despertou em mim desejos maternais (já capotados, aliás, aos 41) e me lembrou que não sou a única adotada do mundo.

Foi mal. Mas a vontade de sair cantando "Joe, a deer, a female deer..." pelo Largo do Machado tá atingindo níveis quase incontroláveis.

Alguém me abraça.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tá dando 99% de novo este raio de enquete. Me irritou muito. Só não irritou mais porque não posso me aborrecer por ordens médicas. Saco

A vó por uma greta e o gato morto que mia

Lá em Minas, quando alguém toma um susto da moléstia ou acha que viu a Danada de perto, falam assim:

- Vi minha vó por uma greta.

Pra seres humanos como eu, certos de que têm razão quando o mundo avisa que têm que tomar jeito, a mineirada tortura com o seguinte:

- Tô com vontade de dar com um gato morto nocê até o gato miar.

Bye, bye, life

De volta do cardiologista, que, além de todo o terrorismo típico da raça, inda me mediu a pança e alardeou no meu ouvido a medida, sem dó – mas ainda não tô pronta pra torná-la pública.

Portanto, este post é um ato de despedida formal aos companheiros abaixo listados:

- Minha manteiga Aviação com sal, que acabei de comprar no Horti-Fruti, super-cult.
- Meu salmão com manteiga com sal – a Itambé, mesmo, que a Aviação, mais cara, é só pra momentos especiais, como o pãozinho quentinho de manhã (até já tava comendo integral, portanto, um sofrimento a menos).
- Minha truta com manteiga com sal.
- Tudo que é peixe com meu espetacular molho de manteiga com sal, alcaparra e champignon
- Minha canja de galinha cult, com toda a pele do mundo nas coxinhas das mesmas.
- Meu pastelzinho de carne moída.
- Meu pastelzinho de mussarela.
- Meu macarrão com molho de calabresa e manjericão.
- Meu feijão “com as coisa”, como diz minha mãe, que é a versão mineira de feijoada.
- A lingüiça mineira que importo da pacata Visconde do Rio Branco.
- A lingüiça aperitivo do Galeto aqui do Largo do Machado.
- O eggcheesebacon do podrão também daqui.
- A pizza de calabresa do Domino’s.
- A pizza de calabresa do Mister Pizza.
- Minhas combinações do Spoleto.

Do cigarro e da vodka..., sei lá,..., é muito difícil pra mim (voz embargada)... (pausa)... (suspiro)... me despedir assim. Desculpem... São tantos anos juntos... (pausa final, oradora saindo de cena, olhos marejados, lábios travados, quase trêmulos)

Roubei lá do JB, do Paulo Caruso, brilhante: só pra motivar vocês a votar no muso honorário


Bastou eu falar grosso, que o bicho voltou a somar 100%. Acho bom!

Alguém pode me explicar por que a conta dos votos da enquete soma 99%? Tão me tascando 1% aqui neste blog: ninguém sai, ninguém entra, mão na cabeça!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Galera, vamo votar aí no muso honorário do Sua Excelência...

Eu só peço a Deus um pouco de malandragem

Que meu coração padece de certas patologias, todo mundo aqui já sabe. A novidade é que a ciência tá prestes a confirmar. Depois de um piripaque homérico hoje de manhã, baixei emergência da clínica onde a Cássia Eller morreu (pois é), com a pressão nos píncaros. Eletro deu normal, mas o jovem doutor de sotaque sulista, loiríssimo, fofo, me deu a bronca básica de médicos em geral e mandou, claro, baixar cardiologista "imediatamente".

Ah, sim, a "emergência" da tal clínica levou mais de uma hora pra me atender, imune ao fato de este corpinho estar derretendo na cadeirinha da recepção.

Sorte deles que não morri. Se desencarnasse, ia catar companheira Cássia nos quintos (que é pra onde, como sabemos, gente legal vai) e ia assombrar aquele antro o resto da eternidade.

Fui, que tô meio drogada ainda de tudo o que o doutor bacana me fez tomar pra baixar a bola desta alma.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Debochar da dengue também é canalhice

Que eu saiba, o prefeito Cesar Maia é excelente marido. Pai de família exemplar, avô legal, cara bacana, assim, enquanto homem. Mas o mané tá batendo um bolão tão bolão no quesito tô-nem-aí na epidemia de dengue aqui no Rio de Janeiro que, não fosse eu uma democrata, já o aclamaria imediatamente muso honorário do Sua Excelência, o Canalha.

Juro que já me arrisquei um milhão de vezes a perder uma meia dúzia de amigos de esquerda, uma gente que mora no meu coração, por sempre defender Cesar, o Epitácio. Tudo culpa dos dois primeiros anos de seu primeiro governo, que acompanhei como repórter, diariamente. Resultado: aprendi a respeitar o cara, ué, foi mal.

Mas, aí, veio 2008, o ano que, como sabemos, não acaba nunca; o tal do mosquito baixou de mala e cuia no Rio; e o mané deu de fazer graça com a tragédia alheia – alguém, aí, avisa a ele que apelar ao Senhor do Bonfim em meio ao caos na cidade que ele administra não pode, simples assim. Parece que o bichinho tá com alguma doença terminal e decidiu levar a vida como se não houvesse amanhã.

Só tá faltando ele falar que a epidemia é psicológica.

Noves fora, nada, o povo tá em pânico. Incluindo esta blogueira. Aos fatos:

Peguei dengue há uns seis anos. Tá, foi em Niterói. Ocorre que passei maus pedaços depois de a anta da plantonista diagnosticar errado, achando que era rubéola; a tal quase foi hemorrágica; e aprendi que a próxima poderá ser muito pior. Desnecessário dizer que, moça viajada que já foi ao Irã e correu de tiro em morro do Rio, onde moro agora, tenho horror ao raio do mosquito.

Corta pra Copacabana, semana passada, dentro dum táxi com minha sócia.

- Moço, tem um mosquito da dengue aqui no seu carro – eu gritei, quando dei de fuça com um ser todo riscadinho no vidro do carro.

Minha sócia deu um grito maior e começou a se sacudir.

Informado por nós, sempre aos berros, de que o perigo voara pra frente do carro, o nobre condutor sacou de uma toalhinha, e começou a agitar a mesma com a mão direita. A esquerda ficou no volante, até, claro, ele ter a brilhante idéia de abrir os vidros. Assim foi feito, segundos antes de o carro embicar prum lado qualquer e quase bater no do lado.

Tão achando que acabou, né? Tolinhos.

O mosquito, finalmente, foi ventado janela afora. Sossego e pau no Cesar até a Praia do Flamengo. Só que achamos outro. "Vem cá, isso é ninho?", perguntou minha sócia. O sujeito, abatidíssimo, concluiu que pode ter sido o culpado pela dengue que a mulher pegou há alguns dias, na Vila, e fomos todos nos coçando até o Largo do Machado.

Não, não tinha, que eu saiba, água parada no carro, e o bicho tava lá, vivão. E eu quero ver alguém conseguir convencer a galera da prevenção de que é possível mosquito suspeito estar andando de táxi pela cidade.

É isso. A votação pra eleger nosso prefeito muso honorário do Sua Excelência... tá na enquete lá em cima, à esquerda.

À pergunta "o prefeito Cesar Maia está credenciado a ser eleito o muso honorário do Sua Excelência, o Canalha?", as opções de resposta são:

- SIM. O jeitão tô-nem-aí em meio ao caos vale o título.

- NÃO. Os mosquitos deste ano foram importados pela oposição, e as mortes são todas psicológicas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

sábado, 5 de abril de 2008

(Botar palavrão no título fica feio, né?)

Vou só dar a notícia, que tô sem forças pra ficar de graça:

Descobri há algumas horas que perdi o cartão de débito da única conta que ainda tem dinheiro usável.

Numa sexta-feira à noite.

Vinte reais na carteira. 1,95 no porta-níquel - pois é, eu contei.

Cartões de crédito quase estourados.

Se alguém vier tentar me consolar, enfio a mão.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Esculachada no Largo

Não foram nem 20 minutos lá embaixo, e consegui deixar boa parte da dignidade numa farmácia daqui do Largo do Machado.

- Por favor, quanto custa este lápis de olho?
- Dezoito reais.
- É..., cê num tem outro modelo, não?
- Você quer outro modelo ou um parecido, com um preço melhor?

Na boa. Precisava?

Ah, sim, cinco reais foi quanto paguei no que a moça, dada a minha fuça de falida, me ofereceu.

Lindo, mas...

Será que dá pra alguém falar pro Obama parar de me mandar e-mail? Foi assim: entrei no site da campanha do cara; fui cadastrada, apesar de avisar aos manés que não moro lá; e nunca mais me livrei dos recadinhos dele.

Aí, todo dia, quando minha tela avisa que tem mensagem de "Obama", eu fico alguns segundos achando que vou dar o furo do século com uma entrevista bomba do manezinho, crente que o homem demitiu todos os assessores e tá em busca de uma brilhante jornalista brasileira pra derrotar a loura. Pronto, desabafei.

Tem 40 anos que o homem morreu, galera

Murphy Monteiro é meu nome

Ãrrã, ãrrã, cês, como eu, pensaram que um coração partido na virada do ano é o que de pior pode acontecer a uma alma que sofre, né? Xô falar: né, não. Mas, antes do relato, é absolutamente necessário refrescar vossa memória acerca de uma tal Lei de Murphy: o que tem a menor chance de dar errado dá errado. Simples assim.

No início do segundo semestre do ano passado, chutei o balde pra me dedicar, com o dinheiro que tinha guardado, ao lançamento de um espetacular site de notícias em inglês, puta idéia, suuuuuuuper potencial, considerando meus contatos na mídia mundo afora e meu cérebro brilhante. Assim foi feito. Nossa, todo mundo animadão, povo fãzaço da Rozane, que teve peito pra tocar um sonho. Adivinhem? Os moinhos eram maiores que a Dom Quixote do Largo do Machado, o mundo é cruel pra gênios sem tino comercial, deu absolutamente tudo errado, tô mais pra Sancho Pança agora – pé na realidade e gorducha – e, como já relatei aqui, já devo ter virado case de cliente endividado dos executivos do Itaú naquelas reuniões sobre os índices de inadimplência.

- Senhoooora, dona Maria Rozane (pois é, meu nome é Maria Rozane), gostaríamos de estar perguntando à senhora qual o motivo do atraso das parcelas da negociação da dívida.

- Querido, vamos economizar o meu e o seu tempo: o motivo é a absoluta falta de dinheiro.

- (...)

Silêncio, significando total surpresa ante à tamanha honestidade, talvez? Sei lá, acho que a pessoa esperava algo como “houve um imprevisto”, "meu banco não fez a transferência", "me distrai, esqueci".

- Intão... Gostaríamos de estar informando à senhora que os juros vão estar sendo cobrados, vá a seu gerente, etc, etc, etc.

Não, eles não sabem que olhar pra cara do gerente do Itaú da Debret é exercício de humilhação do qual não estou precisando agora.

- Tá, tá, eu sei, eu sei. Farei contato com o gerente...

Aí, como eles têm mania de ligar no fim de semana pro celular, tem sempre uma segunda-feira bacana, alvo da promessa de contato com o gerente, o que mais ou menos equivale ao início de regime de gordo.

Já contei aqui que troquei o filé de salmão com alcaparra por filé de merluza passado na farinha de trigo com ovo, né?

quarta-feira, 2 de abril de 2008

"Que vergonha, Waldemar. Que vergonha, Waldemar"

Nada a ver com o mote deste blog - ih, com o advento do livro, ando uma pessoa tão público-alvo agora. Mas não resisto. Lembrei da seguinte história agora.

Tenho uma amiga. Grande amiga. Amiga de adolescência. Mulé maneira, cujo nome não vou revelar aqui porque acho uma tremenda sacanagem. Fato é que a moça é médica e já andou chafurdando plantão de emergência em hospital grandão aqui no Rio.

Num dia qualquer de plantão, a moça lá, ganhando o pão que Hipócrates amassou, entra emergência adentro um pobre ser do sexo masculino, machucadão, aos berros:

- Que vergonha, Waldemar. Que vergonha, Waldemar.

Ao mesmo tempo, entra outro homem, negro forte, cabelos e pelos descoloridos, oxigenadíssimos, em estado pior, inconsciente. Nenhuma piada aqui, até porque eu não sei se sobreviveu. Fato é que o nome do cara era Waldemar.

Apura daqui, apura dali, povo querendo saber o que aconteceu, o roteiro dantesco veio à tona, provavelmente, graças aos companheiros PMs ou bombeiros que levaram os dois ao hospital: os dois faziam o amor perto demais da beira da linha do trem que, como cabe aos trens, passou voado e atropelou os dois.

Foi isso.

Planta fofa em Sampa, jamais!

Intão... Agora, não escapo. Tenho que me virar em livro até maio - martelo batido ontem. Também tenho que me virar em escritora suuuper-bem resolvida até agosto, mês da Bienal de São Paulo, onde o bichinho vai ser lançado – Editora Litteris é minha pastora, nada me faltará.

Por conta disso, tô aqui chafurdando o blog, ajeitando o texto, acrescentando mais um milhão de coisas, e fuçando minha própria vida pra fazer isso tudo fazer sentido. Desnecessário dizer que também tenho que me preparar pra fazer carinha de planta na Bienal, toda, toda, com aquele arzinho de intelectual chique, no stand da editora.

Ou seja: dieta já! Não posso entrar pra história da literatura brasileira com esse corpinho e não posso correr o risco de ir toda fofa pro Jô falar do sensacional fenômeno editorial Sua Excelência, O Canalha pra ouvir algo como “nós, os gordinhos...”