quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mais bandeira impossível

Botando as contas em dia, planejando dinheirinho que vai dar pra guardar, me preparando pro sabadão de muita, mas muita faxina, mesmo, neste cafofo.

Na boa, não quero debochar da turma que faz análise - eu, mesma, já fiz -, mas acho que o último fim de semana me economizou uns 37 anos de terapia.

Vou ralar, que ainda tenho um pepino pra resolver com a administradora do prédio antes de ir pro jornal. Tô quase com pena deles: eu costumo ser pior adversária quando tô feliz. Aun.

Inté.

Fala, meu povo

Sabe que esse negócio de voltar às raízes é bom demais? Desculpem a simplicidadezinha, mas é só o que eu tenho a dizer. Parece que reencarnei de novo (momento Chico Xavier), que acordei pra vida, que, sei lá mais o que.

Já volto. Minha mana acaba de me mandar e-mail comprido - ela acabou de chegar na Suíça. Preciso responder pra botar a conversa em dia. Literalmente. Fui.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tava aqui pensando

Não, eu ainda não consigo sentar aqui e postar algo que expresse o que eu tô, realmente, sentindo. São muitas emoções, já diria o Rei, muso eterno deste blog. Mas algumas coisas me ocorrem desde que aterrisei no domingo à noite:

- Ainda não compreendi este estado de paz de espírito em que me encontro. Não consigo nem mais ficar estressada pracaralho com o jornal, trotando de um lado pro outro quando tudo tá dando errado. Simplesmente tô dando meu jeito de resolver, pagando pra não me aborrecer. Não que não faça malcriação quando preciso resolver algo, não que me preocupe menos com o produto final. É simplesmente esquisito ver que minha alma não perde mais o chão quando algo parece não ter solução. Em uma palavra: paz, pessoa que nunca foi das minhas relações, vale aqui ressaltar.

- É uma bobagem cotidiana, eu sei, mas, simplesmente, não tenho mais aquela pressa insana pra resolver nada. Ontem, por exemplo, o moço do táxi não tinha troco e eu, em vez de sair sapateando pelo Largo à procura de outro, como sempre fiz, sentei no carro e esperei, pacientemente, até o cara trocar o dinheiro e me levar pro jornal.

- A louca da síndica (já estávamos em pleno armistício, devo admitir) me ligou hoje pra resolver uma parada do meu telefone que tá mudo há semanas, babado, foi, praticamente, fofa. Resolvemos, e ainda me despedi "Tá bom, Dona Fulana, obrigada, beijo".

- A única metáfora que me ocorre é a seguinte: me sinto como aquele ser que tá há uns, sei lá, 44 anos, tentando terminar um quebra-cabeças e, finalmente, encontra as últimas peças e tem a sua frente um lindo quadro completo. Aí, o ser respira fundo, olha pro mesmo quadro, acende um cigarro, olha pra cima pra soprar a primeira fumaça, toma um gole de água, arrasta a cadeira com o corpo pra trás, levanta e vai cuidar da vida. Afinal de contas, o mesmo ser não tem mais quebra-cabeças nenhum pra terminar.

E toma ficha na fuça.

Alguém me abraça!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ih, esqueci. Confirmado: eu fiquei, mesmo, pra titia

Tô tão pilhada ainda, que acabei esquecendo de uma parte importante do encontro. Conheci meu sobrinho. Assim. Sobrinho! Filha única que sempre fui, nunca pensei que algum dia na vida ouviria um ser fofo, de 12 anos, me chamar de "tia", sem ser gíria de mané. Quase enfartei. Trata-se do filho mais novo do meu irmão, que foi com a tropa me receber no aeroporto. Ai, sei lá, não sei nem o que dizer. Só queria contar.

Ah, e tenho outro, que é o filho mais velho do meu irmão. Alguém me abraça!

Senhoras e senhores, pela primeira vez reunida, La Famiglia, diretamente de Brasília



É isso, meu povo, esta autora informa que já está em seu cafofo no Largo do Machado, depois de um fim de semana com sua família biológica, depois de uns 257 anos separada, cada um em seu canto, cada um com sua biografia, cada um com uma saudade puta, atávica, um do outro, mesmo sem se conhecer ou sem se ver há décadas. Tem uma história pra cada um, mas vou poupá-los. Por ora. Longuíssima história que, dado o altíssimo nível de entorpecimento e de alegria em que me encontro, não vai dar pra contar aqui agora. Juro que conto assim que a ficharalhaça cair.

Por ora, tomem aí a foto de La Famiglia, a saber, da esquerda pra direita:

1) Carlos, 45 anos, o primogênito, meu irmão da família original, de Sergipe, coordenador do programa de combate à dengue de uma cidade do litoral paulista, que gosta tanto de sair em foto quanto esta autora. Mulherada, pode chamar de gato, que eu deixo - fala, coruja! Mas também pode tirar o raio do olho a-go-ra, que o gajo é muito bem casado há anos e pai de família.

2) Esta autora, 44 anos, que gosta tanto de sair em foto quanto o primogênito e que hoje é jornalista, profissão que exerce há mais de 20 anos; já rodou mundo mais do que planejou, menos do que sonhou. E que só tem a dizer o seguinte: abraçar cada um desses uns apertado foi experiência inédita em sua modesta biografia.

3) Dona Lourdes, (não vou revelar a idade, não; não consultei se podia e não tô aqui pra arrumar briga neste momento tão delicado de nós todos). Preciso dizer quem é? Só adianto que me chama de "minha filha" e que chama de "sua mãe" Dona Nilza, minha veia querida, que partiu ano passado; minha mãezinha pra todo o sempre, que me adotou quando eu tinha lá pelos meus três anos, por motivos que, atesto aqui, já compreendi, só agora, mesmo que eles me tenham sido explicados, graças a Deus, sem muitos rebuscamentos freudianos, mas sob uma ótica tão operacional quanto desprendida. Depois, eu conto. Agora, não vai dar, não. Ainda tá passando, quadrado, pela garganta.

4) Simone, 38 anos, filha do segundo casamento de Dona Lourdes, nascida no Rio, criada em Brasília, hoje cantora na Suíça, o ser mais zen da turma, bonita que só ela. Ah, sim, dada a sua capacidade de se meter em roubada e dado o jeitão viajadora, saltimbanca, de ser, já foi apelidada, naturalmente, de Cigana Nova. Adivinhem quem é a Cigana Veia?

E é isso. E quem quiser que conte outra.

Ah, quanto aos presentinhos que fiquei dias remoendo aqui pra decidir o que levaria, ficou assim:

Levei um exemplar do Sua Excelência... pra cada um, com dedicatórias exclusivas, claro. Por quê? Porque lembrei que, além de o livro ter sido uma catarse de vocês sabem o que, foi também um jeito que dei de botar no papel, literalmente, minha alma tal como ela é, com desabafos aqui e ali sobre minha vida desde a infância. Achei que seria um cartão de visitas eficaz e quase enlouqueci meu editor pra me entregar os livros na sexta-feira à tarde - ideias brilhantes, como sabemos, só aparecem na última hora. Ave Artur: não devia, mesmo, mas também te adoro! Claro que, depois que dei o livro pra cada um deles, lembrei de passagens das quais não me orgulho. Também lembrei de passagens que tinham a ver com a minha história desde sempre. Mas, aí, já era tarde e me calei com a boca de feijão. Quando passar o torpor pelo reencontro, sei que há de vir repercussão de cada uma dessas passagens de cada um do meu povo. Oremos!

Carlos, o primogênito, quando ganhou o livro, abriu numa página qualquer e leu, em voz alta, pra todo mundo ouvir: "Ih, 'O medo do Pênis'". E me olhou com uma cara de irmão mais velho com a qual não estou - filha única que sempre fui -, mesmo, acostumada. Silêncio sepulcral até que a mulherada em volta morreu de dar risada e mudou de assunto, rapidamente, numa prova matriarcal de solidariedade que quase me levou às lágrimas.

O outro presente foi o seguinte, tenho que explicar. Quando fui embora de Praga, comprei aquelas bonequinhas que ficam umas dentro das outras, que mantinha, separadinhas aqui, na minha estante da sala, parte da minha história, portanto. Fazendo a mala, resolvi: "Meu Deus, são quatro, a conta exata". Pois levei a família, que, na verdade, é uma tradição russa, decidida a dar uma pra cada um.

Assim que cheguei a Brasília, dei, claro, uma pra cada um, num ritual todo legal, emocionado, mesmo, eu juro, direitinho como estava no meu script. As mulheres de La Famiglia - matriarcal, como vocês já devem ter percebido - se emocionaram, funcionou. Mas meu irmão não viu o ritual e só chegou à mesa quando tinha sobrado pra ele uma bonequinha coloridinha qualquer. Não, eu não tenho palavras pra descrever o olhar que ele me deu, tomando um esporro de pé de orelha da nossa irmã; um chute na canela, uma cotovelada no fígado, talvez?; uma coisa "depois, eu te explico". Não tem preço.

Foi isso. Vou contando o resto aos poucos, tá? Tô muito no susto ainda.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tô indo

Ia bem deixar o laptop aqui. Mas aí me dei conta de que tenho a certeza absoluta de que, em algum momento da madrugada de hoje pra amanhã, passado o susto de encontrar todo mundo, hei de querer escrever pra me manter viva, velho hábito. Vai que tem um livro novo aí, né? Cumpra-se.

Vamos, portanto, eu, meu corpinho, a mochila velha de guerra e companheiro laptop, só pra variar.

Inté, meu povo. Mando notícias do Planalto Central. Fui.

Intão

Tô aqui a pouquíssimas horas de embarcar pra Brasília. Li o Sua Excelência... todo de novo agora, acreditam? Nem sei dar motivos pra isso agora. Só queria ler o babado todo pra chegar inteira à capital desta nação.

Vou dormir, agora, ou tentar.

Tenho a sensação, sem nenhuma bobajada filosófica, de que ninguém desta família vai dormir direito hoje. Eu, pelo menos, não vou. Pilhadésima agora.

Presentinhos todos decididos, sem nenhuma sofisticação, só levando na mochila pedacinhos de mim pra cada um dos três seres que vou encontrar amanhã, a saber: a mulher que nos teve todos, minha irmã e meu irmão. Tendo em mente o seguinte: será a primeira vez na vida que Dona Lourdes, em seus pouco mais de 60 anos, terá sob sua asa os três rebentos que teve na vida, eu, a mais desgarrada de todas, distante, mesmo, durante todos esses anos, incluída.

Que Dona Nilza, minha mãezinha querida, que fez de mim a mulher que eu sou hoje quando me adotou - eu, lá pelos meus três anos -, saiba o que está fazendo. Já falei aqui que há de ter dedo da fofa nessa confusão de minha família biológica estar me achando agora? Pois é.

Dou notícias, meu povo. Até pensei em não levar o laptop pra essa viagem. Mas sinto que vou precisar escrever em algum momento da madrugada de sábado pra domingo. Vou ter que levar essa maquininha. Eu sei, tanto, que vou precisar escrever depois do encontro com meu povo.

Oremos.

Indo pra cama total agora. Preciso acordar cedo, daqui a pouco, pra fazer unha e fazer mala, mochilão, na verdade. Embarco lá por volta da uma da tarde. Chego lá por volta das três da tarde. Fui.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Nível de ansiedade elevadíssimo

Parece que vou explodir se não pegar esse avião pra Brasília a-go-ra. Ai. Tá foda, meu povo. Tá foda.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Contei que baixei emergência ontem e ainda tô ao contrário por conta de uma crise de pressão alta?

Pois é. Mais bandeira impossível. Tô à beira de um ataque de nervos. Literalmente. Ai.

Eureka é o ...

Tive uma ideia tão brailhante, mas tão brilhante, que o produto que preciso comprar tá em falta no mercado e não vai dar tempo de procurar direito até sábado de manhã.

Eureka

Já sei o que dar pra Simone! Urrú! Como é que eu não pensei nisso antes? Só não conto agora porque a bichinha é interneteira e periga ela entrar aqui no blog até sábado. Depois eu conto. Também já resolvi o da Dona Lourdes, a matriarca. Só falta o do Carlinhos, o primogênito. Aberta a sugestões.

Vou correr na rua pra comprar parte do presente da caçula. Vai ser, praticamente, uma instalação cultural. Mais não posso dizer, senão estraga a surpresa. Yes. Inté.

Ó a minha caçula dando pinta cantando na rede

Momento corujice total: a bichinha canta paca. Destaque pra "Passarim", minha preferida do repertório disponível.

Ladies and gentlemen, please, welcome Lady Simone Santos, minha irmã mais nova (38 aninhos de pura travessura, há anos na Suíça, onde mora e canta pra viver, vive pra cantar, sei lá), que vou conhecer no sábado.

www.myspace.com/simsantos

Tô ouvindo a fofa enquanto posto aqui. Já com um nó na garganta. Ai.

Que que a gente dá de presente pra pessoas queridas que a gente não conhece?

Queria levar umas lembranças pra meu povo de Brasília, mas não consigo ter nenhuma ideia brilhante. Alguém ajuda, pelamordedeus!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Galera que fez comentário lá no La Pitanga, no início do blog: já respondi lá.

Mudando de assunto só um pouquinho: alguém aí já foi a Itacaré?

Depois que eu for a Brasília conhecer La Famiglia, vou tirar um folgão em fevereiro, duas semanas, e já decidi que vou botar a perna no mundo. São as folgas todas que não tirei desde a campanha, eleição e posse da presidentA. Dei um Google básico aqui e achei Itacaré, Sul da Bahia, uma pousada bem bacana, precinho ótimo. Pretendo passar uns cinco dias completamente largada, sozinha e disposta a desligar do mundo, a não ser, claro, que tenha algum motivo pra beijar em alguma boca local ou itinerante. Se rolar uma coisa de pele com os coqueiros, vou ficando até ter que voltar pro jornal.

Alguém já foi lá? Tava querendo alguma referência pessoal de quem conhece.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Comentário pra todo mundo

Meu povo, tô correndo aqui pra voar pro jornal, atrasada que estou, só pra variar.

Depois, vou no último post e comento pra todo mundo, eu juro. Adorei a força.

Por ora, só tenho a dizer que sim, tô apavorada com o encontro do dia 22, lá em Brasília. A cabeça a mil, o coração tenso, a alma enlouquecida. Quanto a meu pai, acreditem, ele tá dando a maior força. Na verdade, ele - e minha mãezinha - sempre me deram força pra procurar minha família biológica, e eu é que sempre fui a palhaça insegura que passou anos enrolando. Basicmente, é isso.

No mais, tô numa dieta maluca - já perdi três quilos esta semana -, que não tô aqui pra ser a desgarrada gorda da família biológica. Cumpra-se.

Vou ralar. Depois, conto mais.

P.S.: Ih, nem contei que, nesse meio tempo, arrumei outro palhaço canalha que despachei em tempo recorde, né? Depois, eu conto também. Me fui.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Vou só contar o que importa

Daqui a duas semanas, vou reencontrar, em Brasília, minha mãe biológica (depois de quase 40 anos), conhecer minha irmã biológica (que só vi quando era bebê) e reencontrar, depois de mais de 18 anos, meu irmão biológico. Longa história. Meeeeee-do!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ainda dá tempo de desejar Feliz Ano Novo?

Meu Deus, não venho aqui desde o ano passado

Como começar a pedir desculpas? Não tenho nem mais cara. Foi mal aí.