quarta-feira, 2 de julho de 2008

Paradoxo mané

É assim, ó:

Quando eu tava bancando a princesa, achando bacana esperar o homem-da-minha-vida pra vir jantar, comer a minha comida, feita com todo o carinho (argh) do mundo, a vida tava que era um amor só. Minha carreira rolava barranco abaixo, auto-estima intelectual a nível zero, e caindo, mas o fofo achava lindo ter uma namorada "excelente dona de casa" e chegar contando, nossa, como tinha sido duro o dia dele no trabalho, sem nem perceber o quanto tripudiava no meu egozinho profissional, que agonizava.

Agora, com, praticamente, uma boa notícia profissional por dia, não tenho mais um raio dum macho pra vir jantar a comidinha legal que eu ainda sei fazer, mor-rer de orgulho da Rozaninha inteligente, como diria minha mãe, e ouvir as histórias do meu dia de operária da informação, já que, como sabemos, ando enlouquecendo, ralando como uma moura e rindo muito das trapalhadas todas de trabalho, que nem posso contar aqui. Sabemos nós, né? O muso é um ser superior e não deve nunca, nunca, mesmo, entrar neste meio de comunicação inferior, das massas, ler meus mal traçados posts.

Por que esta viadagem agora? Explico. Acordei atrasada, desci, peguei os jornais e fui tomar café lá embaixo enquanto passava os olhos nos tais. Aí, me vi de óculos, comendo, atracada a três nobres diários, sem nem pensar na vida, só procurando coisas que pudessem ter a ver com trabalho. Até que, claro, acabei pensando na vida e fiquei puta. É isso. Resumindo, é isso.

Fui.

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