quarta-feira, 8 de abril de 2009

Paz no Largo, finalmente

Bonitão hospedado quase na esquina daqui de casa, troca de torpedos e ligações pelo celular o dia inteiro, planejando coisas pra cada dia dele aqui. O pateta vai embora na terça-feira de tarde, e não, não vou poder levá-lo no aeroporto, ó, que chato.

O mais absurdo de tudo: agora, a gente já relaxou, já consegue rir do caos e fica trocando piadas sobre a maluquice que foi a segunda-feira, nas primeiras horas dele aqui no Rio. A pessoa tem humor britânico em excelente forma, eu vou mandando na fuça o que me sobrou de rancor no melhor estilo mineiro-Nanão (meu quase doce pai).

Tem mais: continua culpadíssimo, processo que vai se abrandando com o passar das horas; e eu, com uma fleuma que não sei de onde andei tirando hoje, vou levando, rumo à reconstrução da paz. E certa de que não se pode encerrar uma história de tanto tempo por uma trapalhada, da boa, do manezinho.

Não, acabamos não nos pegando. Excrusive, cumpro o doloroso dever de informar que, na primeira tentativa, na Segunda-feira Sangrenta, no meu colchãozão Ortobom, ele interrompeu o processo perto do ápice pra falar merda no meu ouvido, origem da cagada, aliás. Ênfase no "perto do ápice". Meu "ápice", caralho.

Noves fora zero, saímos pra jantar e nos encachaçar agora há pouco e ficamos um olhando pra cara do outro, com aquele típico ar de "que merda, hein?" Tô quase perdoando, é fato. Mas, na boa, eu tinha que marcar território. O mané passou de todos os limites possíveis da tolerância feminina com macho sem noção na cama, achando que, pela intimidade que temos, podia, qual fora uma virgem, mandar um quase "pô, foi mal, aí, não posso continuar por causa disso, disso e disso". E toma drama existencial na minha fuça, e toma franqueza, e toma desabafo, e toma ofensa (daquela do tipo "não quis te ofender") na hora mais errada possível. Na boa, foi a hora mais errada possível. Mas também admito que foi muito mais antice, trapalhice, do que escrotidão, ao que parece. O azar dele é que não tô mais afim de ficar perdoando assim, imediatamente, quem me ofende. Em miúdos: minha capacidade de perdão anda até desenvolvida, mas será que dá pra me dar um tempo aí? Nenhuma intenção de oferecer a outra face e ficar na fila de canonização de santa brasileira.

Tá, eu sei que falo da minha vida molinho, molinho, pra qualquer poste. A questão é que, dessa vez, o texto da anta foi muito heavy metal demais. Não consigo contar assim, de uma forma explícita. Sem falar que tomei na fuça, também, informações que nunca pedi pra ter, etc, etc, etc. A gente nunca teve nada de sólido, porra. Sempre foi essa maluquice. O problema é que ele resolveu mudar as regras do jogo sem combinar com a russa aqui. E, não, não me orgulho, no auge da discussão da gente (sem patada, sem enlouquecimentos de ambas as partes), eu contei pra ele a história do Mané Garrincha. É assim: o técnico da seleção de então tinha um jogo importante contra os russos, reuniu a galera pra apresentar a tática "perfeita" para ganhar o jogo; falou, falou, falou; quando acabou, grande Mané Garrincha mandou algo como: "Seu fulano, tudo bem, mas o senhor já combinou com os russos?"

Viu? Blog também é cultura. Mas preguiça enorme de ir no Google pra lembrar quem era o técnico, foi mal. Quem souber bota nos comentários, por favor.

Fui. Preciso ter uma noite de sono calma neste cafofo, depois de duas noites sem dormir direito. Lugar liberado, sem hóspede em colchão inflável de casal atravancando a sala, eu, babando de raiva. Mas, vá lá, certa saudade histórica na alma. Certa convicção de que é possível amar alguém de uma forma estranha, de uma forma muito estranha. E mais não digo. Nem que me seja perguntado, como diriam os Boletins de Ocorrência das delegacias deste nosso Estado.

15 comentários:

mirtes disse...

tô dizendo.
vocês vão se acertar.
tudo bem que o cara tá bem cotado para ganhar o prêmio de "mané" do ano pelo momento que escolheu para falar besteira, mas mesmo assim ainda acho que o garrincha vai marcar uns golzinhos...

ROZANE MONTEIRO disse...

também tô achando, eu juro que também tô achando, alma já quase em paz. mas, caralho, mirtes, o cara pega uma porra dum avião pra me ver aqui, atravessa o Atlântico, gasta um dinheiro, fica semanas e semanas todo todo por e-mail, e, no fim das contas, acaba fazendo merda. na boa, muito mané demais, caralho. tô tentando sublimar a porra toda, juro que tô. mas ainda tô é muito puta. a cena original da cagada foi patética. tu não tem noção.

mas, admito, é a porra da intimidade que a gente desenvolveu nesses anos todos. uma coisa muito amigo demais, que se comem e se gostam de uma forma maluca. do tipo "posso falar qualquer coisa". não pode, porra, especialmente na hora em que foi. que raiva, meu Deus! mas tá passando. eu juro que tá passando. o problema maior é que tem que passar rápido, o mané vai embora na terça-feira. caos, caos, caos.

Anônimo disse...

Oi, serei realista na minha visao. Vc é que esta dando importancia para viagem em aviao, gasta dinheiro, trocas de email(pq isso para ele nao significa nada).Sugestao: esqueca estes detalhes e seja vc mesma. Nao sei bem o que aconteceu, mas agora eu acho, que deve ter ficado mais apaixonadao e envolvido por vc. Na alemanha os homens morrem de medo das mulheres, pq elas que mandam neles. As mulheres alema tem razao, pq ele nao agem, nao fazem nada. Depois que eles levam um puxao de orelha dela, eles ficam esperto e aprendem a dancar conforme a musica. Tchsuss, Luciana

Anônimo disse...

Oi, voltei, pq esqueci de falar. Os alemaes sao frio e sinceros. Entao, eles agem muto assim: chegam e fala toda a verdade e discutem e depois da roupa lava. Ponto, acabou a discursao ou debate. Eles nao ficam mais comentando sobre o assunto, é bem, bola para frente, e o que passou ja era. Rozane, agora é contigo, bola para frente. Ich wüsche dir Frohe Ostern!- (traducao:te desejo uma boa pascoa. Freundlichen Grüßen, Lucian a

lct disse...

Rozane, vc já revalidou o passaporte e desentocou aquela velha mala de guerra?? Num cometário lá pra trás, sonhei que gajo alemão tava te levando pra Berlim..lembra? Acho que vamos ter que aprender o idioma de Friedrich Fröbel pra continuar lendo o seu blog..rsrsrsrLCT

mirtes disse...

não conheço muito os alemães, mas concordo com a luciana, este povo europeu tem mania de falar tudo na lata, sem preparação ou aviso prévio.
tente pular esta parte e seja um pouco mais fria.
eu acho que o cara tá com medo de envolvimento emocional sim. aproveita faz um bom peixinho para amanhã, um bom vinho, e pronto...
beijim

bernardo parreiras disse...

Agora, vamos esclarecer o mal entendido: a Lei do Alemão Do Largo é para proteger o Alemão.

Tenho a impressão de que Rozane entendeu que a lei era para protegê-la, mas todos nós sabemos que quem tá correndo risco é o coitado do canalha germânico.

bernardo parreiras disse...

Na boa, acho que o "estrangeiro" (homem sem culpa, sem sentimentos, tal qual o de Camus), deve ter marcado com 7 brasileiras, uma para cada dia (ou noite) da semana que passaria aqui na terrinha.

Mas quando revelou isso a Rozane e pediu para usar o computador pra mandar e-mails às outras, a bichinha surtou...

mirtes disse...

bernardo
realmente você é o afilhado que toda madrinha deseja ter (rs)

lct disse...

Esse blog tá uma loucura só! Fui beber mais e só volto na segunda-feira..rsrsrrs Feliz Páscoa pra todo mundo!!! Como é que se diz isso em alemão??? Bjs LCT

ROZANE MONTEIRO disse...

luciana, tu matou na mosca. o gajo fez o número "vou ser franco e pronto", sem se tocar do momento erradaço, tomou uma na fuça e agora tá correndo atrás do prejuízo, sem, claro, se comprometer. tô aqui, babando ainda um pouco internamente, mas, ao que parece, no controle.

ROZANE MONTEIRO disse...

bernardo, como assim lei pra proteger o alemão, porra?

ROZANE MONTEIRO disse...

mirtes, sim, Bernardo é o afilhado que toda qaurentona solteira gostaria de ter, uma coisa quase Dream Godson.

ROZANE MONTEIRO disse...

LCT, quantas vezes vou ter que repetir aqui que o alemão não tem qualquer intenção de tirar da nossa biografia o fato de ter o Atlântico entre nós?

ROZANE MONTEIRO disse...

Bernardo, como assim "coitado do canalha germânico"? eu me dano toda, e ele é que é o coitado? francamente.