sexta-feira, 1 de maio de 2009

Lembram da paz com o universo?

Durou menos de uma hora. Só o tempo de eu descer pra comprar papel higiênico na farmácia e uma frutinha pro café da manhã num mercadinho aqui perto.

- Quanto é a manga, moço? - eu, no caixa do mercadinho pro dono do estabelecimento.

- 4,50.

- Tá caro.

- A senhora é que não compra manga há muito tempo.

- É, tem muito tempo. Uma semana. (Três, na verdade, mas achei que "uma" era mais dramático)

- A senhora é que tá ganhando pouco. (Na boa, precisava?)

- Vem cá, não preciso ficar tomando patada logo de manhã - e fui pegando a manga pra devolver pra prateleira, puta da vida, com o monte de grosseria que o ser continuou destilando e que já nem me lembro mais.

E arrematei, já saindo:

- O senhor é que tá perdendo cliente pra deixar de ser grosso.

Já na calçada, escuto o palhaço gritar algo como "sou grosso, mesmo... vai pra casa, vai, tomar patada do marido" e dou a famosa paradinha Rozane-Monteiro. Viro no calcanhar, volto, sacolinha de papel higiênico na mão, vejo a cara do sócio da anta, que, a essa altura, tava com a típica cara de "isso vai dar merda", e mando na fuça do traste malcriado:

- Acho que o grosso do senhor é que é pequeno, tá?

Claro que me mandei o mais rápido que pude, antes que acabasse com uma manga na lata. Mas deu pra sentir que a frase final causou comoção, gargalhada geral, e quase fui aplaudida em cena aberta.

P.S.: A fruta do café da manhã acabou virando um abacaxi que comprei dum fofo na esquina da Rua do Catete com Machado de Assis, que até tava sem faca pra descascar o tal, mas encerrou nossa conversa com um doce "Deus abençoe a senhora" e um sincero "bom feriado" e zerou minha sanha contra seres humanos em geral.

Foi isso. Resumindo, foi isso. E não é nem meio-dia ainda. Oremos.

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