sábado, 5 de setembro de 2009

De repente, o mundo é afro. Pronto, falei, tirei isso do meu coração cinza

A pessoa acorda no sabadão, toda tristinha ainda por conta dos dramas domésticos que todo mundo aqui já sabe e por conta da absoluta ausência de boca beijável nas cercanias do cafofo, dá uma ralada básica no início do dia e resolve que precisa descansar.

Aí, do alto de sua negritude, meio branca, meio preta, praticamente, um ser cinza, percebe que o raio da roda de capoeira que tem aqui na escola do lado tá aos berros por horas a fio num dia que era pra ser de descanso da vizinhança em geral - a manifestação cultural, muito legítima, ocorre todos os dias. Bota toda a roupa pra lavar, toma um banho, digna, e se manda pra rua porque é, simplesmente, impossível trabalhar com tanta zoeira, não há MP3 na orelha que dê jeito. Aí, senta num bar de comida alemã aqui pertinho, toda cheia de revista chique e livrinho, e a TV do lugar toca Carlinhos Brown.

Na boa, por quê?

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