domingo, 6 de janeiro de 2008

Alguém me abraça!

Juro que tô me sentindo igual ao Renato Aragão, quando fala que as pessoas esperam que ele dê cambalhota na rua o tempo todo. Não sei se vou conseguir fazer graça nesse post. Ao relato, pois.

Acabei de descer pra comer uma bobagem no Devassa do Flamengo, levei bloquinho, anotei um monte de historietas que fui lembrando, feliz da vida com a repercussão do blog, orgulhosa por ter feito a maior limonada da minha biografia depois de levar tanto limão na fuça nessas últimas semanas.

Paguei a conta e, antes de levantar, ele, o muso inspirador dessa minha pequena obra de arte, me passa pelo Devassa, caminhando, lento, com a calma dos covardes. Simples assim. Não me viu, e eu quase infartei.

Levantei igual a uma bala, deixei o sujeito caminhando na frente, pra ver pra onde seguia. Claro que era pra cá pro Largo do Machado, o que é uma sacanagem, porra, cadê o raio do Tratado de Tordesilhas?

Fato é que tracei uma reta na outra calçada, disparei na frente, mas não resisti. Em frente à Sendas do Largo do Machado, pela entrada da Rua do Catete, passei pra calçada do cretino, com o intuito infantil de fazer com que ele me visse, literalmente, pelas costas, marchando qual fora soldado chinês, cachinhos ao vento - tá, eu sei que soldado chinês não tem cachinho, foi só uma metáfora visual.

Deve ter me visto. Não sei. Não importa. Ou importa. Aliás, claro que importa. Ainda importa. Desgraçadamente, ainda importa. Não, eu não sei que nome tem o que me ia no coração quando nos vi caminhando em calçadas paralelas, que não se cruzam, metaforazinha de merda. Não, eu não sei o que me vai no coração agora. Só sinto um profundo enjôo e uma tristeza cachorra.

5 comentários:

Zé Mané disse...

Pois Rozane,o melhor conselho que eu já escutei na minha vida foi uns 5 dias após o termino do relacionamento,estava em São Paulo triste,só e com uma vontade imensa de tomar uns 20 comprimidos de dormir e só acordar em 2065....enfim...

Eu liguei para uma amiga paulistana...na intensão de jogar conversa ....

A lela(sim acho que o nome dela merece ser citado)me disse que temos que viver nossa dor,temos que viver as nossas magoas e nossas derrotas...e devemos experimentar até gastar...assim se aprende a pisar com mais cuidado aonde pisa e o que fazer quando se é jogado pra fora da estrada...

Deus sabe o quanto quero ser valente,o quanto quero ser o bobo romantico e apaixonado!Mas é tudo complicado.

Dante è con te disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ROZANE MONTEIRO disse...

Eu sei, babe, eu sei. É só que tô no susto ainda. Tava indo bem, lambendo as feridas aqui, qual fora gato atropelado, e esse traste tem a petulância de vir pra cá pra perto da minha casa. Que raiva. Podia ter esperado mais uns dias, caralho.

Graça disse...

Eu sigo a filosofia do Monsueto e repito, como um mantra, um verso de uma de suas canções: "Pra que rimar amor e dor ?"

Se começa a doer mais do que dar prazer, não é amor...

Funciona que é uma beleza ! Tenta ! (Você conhece a música ? Mora na filosofia, o Caetano tem uma bela interpretação)

ROZANE MONTEIRO disse...

pô, tu matou na mosca. claro, se passou a doer, há de ter outro nome.