terça-feira, 15 de janeiro de 2008

“Mu-lé-bur-ra, mui-to-bur-ra, pra-lá-de-bur-ra”

Cansei das massas oprimidas. Fico aqui, me danando toda, queimando a fuça em praça pública, soube hoje que uma conhecida de uma amiga da amiga, que tinha se enchido da trastice do mané próprio, voltou pro cara. Vivo enchendo o saco do gerente da Sendas pra avisar que lacrar sacola dos clientes que entram é ilegal, segundo uma lei que acabou de ser sancionada pelo governador, e hoje vi uma mulé agradecendo ao guardinha por ter fechado seu saquinho plástico com a fitinha. Ô, gente ingrata.

E olha que já tava pensando em comprar um daqueles microfones que os pastores evangélicos usam aqui no Largo do Machado, pra contar minha história, alertar as futuras gerações. Quero ver alguém me jogar pedra se eu arrumar outro traste pra cuidar dessa dor de corno que não passa, virar a cabecinha e lançar o blog elesatequesaolegais.blogspot.com.

Muito a propósito, uma amiga me lembrou dum sujeito que se esgoelava cantando um único hit aqui na região – quando os músicos dos Andes davam folga, claro. O refrão: “Mu-lé-buuuuur-ra, mui-to-buuuuura, pra-lá-de-buuuur-ra” rendeu horrores ao mané. Hoje, diz a amiga – a mesma das esfihas e das coxas do post lá embaixo –, de tanto anunciar que era corno no Largo do Machado, o cara subiu na vida e conseguiu comprar um amplificador maior. Pois é.

Aliás, falando em novas gerações, nesses meus tempos de reflexão, tava eu com meu bloquinho num boteco mais ou menos bacana na esquina da Rua do Catete com a Dois de Dezembro, lambendo as feridas, um bebê do meu lado se esgoelava. Menino. Uma cara de trastezinho do futuro que chegou a me dar medo. Deve ter dado volta em alguma bebê na creche, e aquela tristeza toda só podia ser culpa.

Meu Deus, carimbei de vez meu passaporte pro inferno agora.

Foi mal, mau humor horrível aqui.

7 comentários:

Anônimo disse...

o segurança da sendas aqui perto desistiu. eu passava, ele vinha com a tal maquininha, eu olhava e dizia é ilegal, seguindo adiante. agora ele me dá boa tarde e só. cansou ou me achou uma louca...
agora se você voltar para o zé-mané ou arrumar outro do mesmo perfil, vai levar muita porrada. ok?

ROZANE MONTEIRO disse...

pô, cara, releva aê, releva. tem uma alma que chora nesse corpo de blogueira. :)

Anônimo disse...

rozane, adorei o blog. vamos continuar aquele papo iniciado no boteco da sorocaba.
te mando um email.
beijo, mariana

ROZANE MONTEIRO disse...

pô, mulé, tava te catando aqui. vamo, sim. dê notícias aí. tem um milhão de novidades, mas ainda não dá pra contar aqui. o melhor e-mail é o rozanemonteiro@hotmail.com. bjs

Anônimo disse...

Eu sou mestre em voltar para os trastes. Então, eu acho que isso valeria uma enquete aqui no suaexcelenciaocanalha. Porque eu passei num vestiba concorrido, eu já li os dois primeiros volumes de "Em busca do tempo perdido", Simone de Beauvoir é minha pastora(e algumas coisas vão me faltar) e eu até percebo que estou me metendo em umas furaaadas... Ou seja, burra burra para lá de burra eu até que não sou não. Mas por que a mulherada volta com os trastes? Bem da verdade, eu, pelo menos, não volto. Eles é que voltam comigo. Estou lá, meses depois me achando recuperada do falecido, já o vi com outras mulheres, já fiquei com outros melhores ou piores que ele na fuça do dito cujo, e estamos civilizadamente nos ignorando. Um primor. Daí, a criatura resolve me mandar um e-mail ou um SMS out of the blue. Comenta que me viu na rua e que eu estava bonita. Ou me convida para uma água de coco na praia, já que somos bem grandinhos e estamos vivendo nossas vidas e que mal há em assumir uma saudade? E eu vou. Óbvio. E o fim da história vocês já sabem. Depois disso acontecer mais que um par de vezes, eu passei a acreditar que todo canalha volta. Como qualquer bom apaixonado.

ROZANE MONTEIRO disse...

juliana, toma jeito> "eles é que volta comigo", ãrrã, ãrrã, ãrrã, estão todos sempre armados, né?

A Menina Clarice disse...

É. Eu sou a mulé bur-ra bur-ra do refrão! Eu também tive a minha vez de voltar com um traste. Passei quase um ano aturando um espécime e quando finalmente me livrei - sentindo meu coração livre, suspirei aliviada... e... bem... ele apareceu, manso como lagoa de Araruama em tardes dedicadas aos turistas de new Iguaçu... tão bonzinho, se desculpando por tudo, prometendo tudo... voltei! Me lasquei por mais quase um ano... Tomei na cabeça! A porrada poderia ter sido menor, mas eu acreditei!!!!!
É carência demais? Ou é coisa realmente de mulé bur-ra bur-ra bur-ra?
Bijin procê!!!