domingo, 6 de julho de 2008

Né nada, não

Tô enrolando aqui pra escrever por pura incapacidade de verbalizar o que tô sentindo hoje. Esta coisa de acabar livro é de enlouquecer. A única metáfora que me ocorre agora é a do cara que tá carregando um piano nas costas e, finalmente, chega ao destino e bota o tal no chão. Outra que também me ocorre é a imagem de alguém espremendo um furúnculo. Ergh, nojento, eu sei, foi mal. Mas é muito parecido com o que sinto agora: o furúnculo fica lá, doendo, enchendo o raio do saco; você espreme, dói demais; mas, depois, o mal tá fora do seu corpo - cruzes, peguei pesado agora, foi mal.

Fato é que tinha planejado trabalhar no fim de semana e tô em absoluto estado de prostração, inerte, cansada, como se tivesse acabado de revisar a Bíblia; completamente incapaz de produzir qualquer texto de qualidade, o que, pra mim, é quase como adoecer.

Sabe quando a gente passa por algum stress, adrenalina lá em cima, e, imediatamente em seguida, dá uma prostração louca? Pois é. É assim que me sinto agora.

Tenho um bom amigo que sempre me disse "não pode se apaixonar pelo problema, senão, não resolve". Tenho agora a clara noção de que me apaixonei pelo "problema" do chute e, agora, que, ao que parece, saí do surto, ficou um vazio absurdo. Não tenho mais, rigorosamente, nenhum motivo pra sofrer no quesito afeto. Passou. A dor e a raiva foram embora no momento em que dei o ponto final ontem no livro.

Passou, galera, passou. Se esvaiu. Cantou pra subir. Virou mais uma das minhas histórias. Virou porra nenhuma. Foi.

Que triste que eu tô agora, meu Deus - o melhor e o pior é que nem consigo mais chorar, é só tristeza em estado puro, mesmo.

Que alívio que me toma o coração agora.

Minha cama é a única saída. Preciso de um lugar quentinho agora, só pra mim. Depois, eu volto. Inté.

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