quarta-feira, 24 de março de 2010

O rouxinol do Galeto

Cansadinha de guerra, cheguei às tantas, morta de fome. Galeto na fuça, claro, aqui embaixo. Sentei, comi rapidinho e pedi pra empacotar a metade que sobrou pra garantir o almoço de amanhã.

Ato contínuo, enquanto o jovem garçom fofo providenciava a quentinha e a conta, percebi, estupefacta, que o cozinheiro cantava aos berros uma música qualquer, que reverbarava pelo Galeto de sempre, já vazio.

- Avisa aí ao rouxinol que eu tenho um estilingue na bolsa. Se ele não parar agora, vai levar com um pedra na fuça - disse eu, docemente, pro jovem garçom bacana.

- Pô, ia quebrar o galho da gente. Isso é todo dia - respondeu o pobre, me informando que a anta feliz atazana o ouvido de todo mundo assim que o restaurante fecha, e todo mundo, já morto de cansado, tem que limpar o lugar.

Cês acham que eu invento isso tudo, né? Eu sei, eu sei.

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