sábado, 12 de julho de 2008

O Central Park é aqui

Eu juro, eu juro que acabei de fazer praticamente um pic nic no Largo do Machado. Depois de dias e dias trancada dentro de casa trabalhando, ralando meu coco, enlouquecendo com os pedreiros do andar de cima, resolvi que precisava de um ar. Peguei os jornais (Globo e Folha), me mandei pra padaria pra comprar pão (não, Pedro Bó, pra comprar um quilo de carne) e, no caminho, atravessando o Largo, tive a idéia brilhante.

Na volta, vim com um misto quente no pão francês, chocolate quente, um iogurte, tudo pra viagem, e encostei numa daquelas mesinhas em que os sexagenários e septuagenários da vez ficam jogando cartas. Encontrei uma vazia, o mais longe possível deles, que, como sabemos, tô bem legal de gente madura. Mas foi tiro no pé. Na minha frente, tinha um pobre, dormindo com a fuça na mesa, coberto por um cobertor. Deprimi e saí batida. Dei sorte, pertinho da turma do carteado, tinha outra mesa vazia. Não dei mole pra nenhum deles, eu juro. Mesmo que tentasse, estavam ditraidíssimos com as cartas, devo admitir.

Me empolerei lá, tomando meu café bacana, lendo jornal, feliz da vida. Até, claro, dar uma banda no copo de chocolate e virar o que restava dele na mesa toda. Sabe aquele último gole? Pois é. Mas, num surpreendente humor completamente low profile, peguei os classificados, limpei a mesa e continuei lá, linda e fofa, atracada ao iogurte.

Só encerrei o programa quando começou a pingar uma chuvinha sacana, que, aliás, já foi embora, nuvem palhaça. Aproveitei e já marquei unha pras cinco, e tô tão sem culpa que acho que vou dar uma cochilada até a praia ficar liberada de certa presença desagradável, pra poder pedalar e, depois, almoçar. Sabadão de folga. Cumpra-se. Só volto mais tarde pra cuidar do livro, ladainha de sempre.

A má notícia é que não consigo parar de pensar no que meu afilhado, Bernie Boy, falou sobre o fato de agora faltar carga dramática neste blog. Saco. Ajuda se eu falar que ainda penso no muso (*) e que ainda cultivo certa gana por tudo ter acabado de forma tão patética? É, acho que não. Fui.

(*) Mas é só uma vez por dia. Naquele periodozinho que vai entre eu abrir os olhos de manhã e fechar os mesmos pra dormir. Nada grave. Sem obsessão. Pura reflexão, sério, mesmo.

7 comentários:

Anônimo disse...

fica, anta, fica dando trela para o afilhado....
depois não reclama, tá bom?
mirtes

Anônimo disse...

Tô gostando de ver que você tá bem melhor !!! Curtindo a vida... é isso aí... tem que ver sempre o lado bom...
Cadê os amigos???
Bom fim de semana !!!

Anônimo disse...

nem, com ou sem carga dramática, tamos aqui lendo. vc vai transformando tudo em happening, hahahah. ó a rasgação, coisa feia. queria ser legal assim comigo, acho tudo que faço super sem graça,rs

ROZANE MONTEIRO disse...

pô, mirtes, conheço essa pessoa desde quando ele ainda era barriga da mãe. até porque ele é, praticamente, uma Rozaninha de calças, só que recobrou a razão a tempo. tá, é radical de esquerda, mas ninguém é perfeito.

ROZANE MONTEIRO disse...

luisa, a cura tá quase absoluta! quanto aos amigos, tô naquela fase de ter passado meses só por conta de namorado, amigos todos acostumados a minha ausência. aí, soma com o livro e um monte de trabalho, acabei me enfiando dentro do meu mundinho. mas deixa eu só despachar o livro que saio da toca. bom fim de semana pra tu também.

ROZANE MONTEIRO disse...

zamy, tu vai acabar me levando às lágrimas. fala de novo, fala de novo!!!!!!!!!

quanto à falta de graça, no meu planeta, isso é coisa que não existe, cara. duvido que não aconteçam coisas na sua vida que podem matar qualquer um de rir. é uma questão de como contar, cara.

pensa bem. repassa aí teus últimos dias, de novo, duvido que não tenha nada que tenha sido potencialmente engraçado. tenta fazer esse exercício. é divertido e, no meu caso específico, foi o que me mateve viva nessa confusão toda desde janeiro. eu juro. tirando grandes tragédias e morte de quem a gente ama, claro, acho que não tem mais nada que seja sem graça.

pensa bem, eu tomei DOIS chutes de um sujeito mais de 20 anos mais velho que eu, cheio de manias absurdas, megalômano e cheio de teses ridículas acerca da existência humana pra esconder a própria covardia. sofri igual a uma corna, ainda não deixei de amar o mané, claro, enquanto o mundo fica me dizendo que eu sou uma mulé legal, embora, vá lá, louca de grade. claro que é mais fácil eu acreditar que sou uma desgraçada miserável.

quer coisa mais patética? aliás, quer coisa mais louca do que tomar um chute e lançar um blog pra expor a dor de corno em praça pública? ah, sim, quer coisa mais insana do que esse mesmo blog virar livro e ser, potencialmente, uma puta alavanca na minha carreira na virada do ano? e por aí vai. bjs.

Unknown disse...

Rozane, leva a mal não, mas Bernardo é só um chato que devia fazer um blog prá ele.