Por que o fofo alemão resolve vir quando eu estou durésima, no fim do mês, com a casa num caos só porque fui demitida pela faxineira e ainda não achei uma nova pra uma limpeza de emergência?
Por que o mané me aparece quando não tem mais nem uma gota de paixão neste corpo que já verteu lágrimas de sangue pelo mesmo e quando não tô nem um pouco afim de deixar alguém sapatear neste coração desgraçado?
Por que não existe uma dieta que me faça emagrecer uns, sei lá, cinco quilos em uma semana?
Por que não nasci em Paris?
Saco. Mau humor puto. Correndo pro raio da reunião na Gávea, já mais atrasada do que mereço.
Fui.
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
Ih!
Só agora me dei conta de que dei perdido em vocês o dia inteiro. Foi mal. Reunião interminável durante a tarde, mais ralação básica aqui em casa agora. Caminha daqui a pouco pra acordar inteira pra outra reunião amanhã de manhã na Gávea.
Por que, meu Deus, por quê?
Tudo errado, tudo errado.
Por que, meu Deus, por quê?
Tudo errado, tudo errado.
Bom dia, meu povo
E fui. Desnecessário dizer que já acordei atrasada, né? E toma reunião na fuça.
Inté.
Inté.
domingo, 29 de março de 2009
Tá bão, fui ao Google
Shirley Temple foi estrela-mirim (tem hífen mesmo essa coisa? ando completamente confusa) na década de 30 e, adulta, acabou virando diplomata americana.
Ninguém é perfeito. Eu sei.
Ninguém é perfeito. Eu sei.
Projeto Zefa
Destituída por Lourdes do cargo de patroa, saio amanhã à cata de Zefa, amiga do meu porteiro, que indicou a fofa, pra fazer uma faxina de emergência aqui no cafofo antes de o hóspede alemão chegar, na terça-feira, 7 de abril, às 5 e 20 da manhã. Oremos.
sábado, 28 de março de 2009
Utilidade pública
Antes da aventura no barquinho do Seu Eike, até pensei que poderia ser boa opção pra levar meu hóspede germânico num passeio romântico, etc, etc, etc. Agora, não há a menor possibilidade de botar o fofo nessa roubada.
Portanto, imploro, desesperadamente, por sugestões de lugares legais pra levar o manezinho. Ando tão emparedada no Largo do Machado, que não me ocorre nenhuma ideia brilhante. Ajuda aê, galera.
Ah, importante ressaltar que meu colega alemão prefere os lugares frequentados pela galera local aos pontos turísticos tradicionais.
Portanto, imploro, desesperadamente, por sugestões de lugares legais pra levar o manezinho. Ando tão emparedada no Largo do Machado, que não me ocorre nenhuma ideia brilhante. Ajuda aê, galera.
Ah, importante ressaltar que meu colega alemão prefere os lugares frequentados pela galera local aos pontos turísticos tradicionais.
Shirley Temple do Mississippi no barquinho do Seu Eike
Foi assim:
Eu e minha amiga saímos lá pelas sete da noite do escritório. Ovacionadas pela turba amiga. Elogiadas pelo esmero no visual. No ar, um desejo sincero da coletividade de que tivéssemos uma noite bacana no barquinho do Seu Eike, tal de Pink Fleet.
Um exagerado reparou que eu tava com creminho chique pra cachinhos no cabelo e passou a me chamar de Shirley Temple. Emendei um "Shirley Temple do Mississippi, né?", convencida que estava de que não havia nenhuma sacanagem no comentário, mas apenas uma metáfora carinhosa mesmo, autoestima elevadíssima no corpinho moreno e suado a caminho do mar. Sei lá, achei superfofo ele olhar pra minha fuça e lembrar da sapateadora mirim louríssima da Hollywood dos anos 20 ou 30 ou 40... (preguiça enorme de ir no Google agora).
Também emendei o que, ao que parece, amaldiçoou a noite: "Cara, na boa, já pensou se a gente chega lá, e a noite pra convidados é um bingo pra Terceira Idade?" Não, não era. Era coisa muito pior.
Mas vamos ao relato mais ou menos frio dos fatos.
O barquinho, de longe, parece bacana. E é. O barco. E só o barco, que é, justiça seja feita, superbem decorado, um ambiente bem bacana, roteiro perfeito. Tudo pra dar certo. Mas só se o Seu Eike tivesse alguma intenção de se preocupar com a clientela, claro.
Enfim, assim que adentramos o gramado, decidimos ficar no segundo andar, do lado de fora, de fuça pro ventinho da Baía, fumando à vontade. Conversa vai, conversa vem, decidimos chutar o balde, pedir duas Cerpas e meter no cartão os R$ 65,00 (por cabeça) do buffet, que incluía, segundo o site do barquinho, um cardápio es-pe-ta-cu-lar. Nas fotos do site, é claro. Não, não incluía as Cerpas. Mas já sabíamos.
Garçom simpático traz a cerveja, eu vou, de infantaria, reconhecer o terreno no andar abaixo do convés, onde é o restaurante do barquinho. Pra pegar umas entradinhas, uns beliscos, esses, sim, incluídos no buffet. A amiga ficou pra gente não perder a mesa.
- Cê gosta de camarão, não gosta? - perguntei pra outra índia que me acompanhava no programa típico das populações nativas das Américas.
- Adoro.
Fui, certa de que voltaria com quitutes legais, refinadinhos. Antes, claro, parei um outro garçom pra me explicar como funcionava aquela parada de registrar o consumo nos cartões magnéticos que tinham dado pra gente, que sempre fui moça honesta.
- O buffet já tá registrado aí.
- Como assim? Quer dizer que, mesmo que a gente não coma nada, tem que pagar o buffet?
- Isso.
Achei esquisitíssimo, mas entubei. A gente já tinha decidido chutar o balde mesmo.
Até que fui olhar a mesa de buffet de perto. Sabe aquela massa que a gente faz com creme de leite, deixa esfriar, e o creme vai talhando? Sabe aquela massa com frutos do mar que parece que os principais personagens fugiram convés afora e se mandaram de volta pra casa? Sabe aquela salada de camarão, da qual só sobraram as alfaces e os complementos, só forrando o fundo da travessa? Sem falar que o tal do chef holandês, formado pela escola francesa Cordon Bleu, teve a capacidade de fazer uma salada de penne com atum que não há de ser melhor do que aquela que a gente faz quando tá com preguiça de cozinhar.
Fui desanimando, mas lembrei do garçom que tinha me dito que o buffet já tava nos cartõezinhos magnéticos da gente. Ato contínuo, parti pras entradinhas, que eram, afinal de contas, minha missão e estavam, ó, que legal, no meio da mesa, depois dos pratos principais, antes das sobremesas. Deve ser a escola francesa, sei lá.
Nas cestas de pães variados, só uns poucos croissants. Os outros já tinham acabado, e ninguém se coçava pra repor. Também catei uns tomatinhos recheados com um creme que não identifiquei e umas bolinhas de mussarela de búfala com tomate seco. E uns queijos. Ah, também catei umas pastinhas (berinjela, truta e frango com curry), o que, eu podia jurar, deveriam ser as melhores coisas dali, embora tivesse a certeza de que qualquer ser com mais de dois neurônios e certo jeito pra cozinha seria capaz de produzir as tais.
Voltei. Em menos de meia hora, o pouco pão acabou, e minha parceira do programão desceu pra pegar mais. Deu mais sorte, voltou com pãezinhos variados, daqueles que se compra fácil em qualquer padaria do Catete. Mas voltou passada com a mesa que viu, ainda mais arrasada (a mesa) pelo movimento de viajantes, pratos ainda mais desarrumados, quase vazios.
Contei a história do garçom, e achamos que seria melhor comer qualquer coisa do que sair dali sem comer nada. E toma pão no bucho, que aquela comida não valia nem a descida pro restaurante.
No microfone, uma mocinha contava em português e no que ela achava que era inglês a história de todos os pontos históricos e turísticos no entorno da Baía, no Rio e em Niterói. Na boa, na volta, depois de duas horas da ladainha, quando ela ainda contava a história da Praça XV, o barquinho do Seu Eike já quase atracando na Marina da Glória de novo, a vontade era a de enfiar a mão na fuça da mané-crente-que-é-bilíngue. Tá, vá lá: passar embaixo da Ponte Rio-Niterói e passar pertinho da Ilha Fiscal foi bem bacana.
A segunda dupla de cervejas levou meia hora (sem sacanagem) pra chegar do bar, que ficava a muito menos de 10 metros da nossa mesa - não, eu não sei calcular quanto seria em "pés". Já não era mais o garçom simpático que nos recebeu, mas o mané que me informou que o buffet era compulsório. Fato é que as duas cervejas só vieram quando chamei o garçom fofo, o primeiro, e ameacei, muito docemente, ir eu mesma lá no bar pegar.
Fato é que percebemos que o buffet não devia ser compulsório coisa nenhuma. Tinha um monte de gente só bebendo ou não consumindo rigorosamente nada. No grupo dos que não consumiam nada, os olhinhos brilhavam, casaizinhos apaixonados tiravam fotos um do outro, duas mocinhas quase elegantes pediam pra que tirassem fotos das duas juntas num sofá perto da gente - sinceramente, até agora, não sei como as duas não deram com a cabeça uma na outra quando, juntíssimas no sofá, deram aquela virada pra jogar o cabelo pro lado; deve ser a prática, sei lá, uma coisa nado sincronizado. Na verdade, as duas pediram pra que eu tirasse a foto, mas, de tanta raiva do Seu Eike, acabei fazendo uma foto de merda, e as fofas apelaram, depois, prum garçom, que, devo admitir, fez uma foto imensamente melhor do que a minha. Não, não me orgulho.
E toma Baía de Guanabara na fuça, eu e minha amiga, mortas de tédio, penduradas na gradinha que nos impedia de pular na água ou de empurrar o garçom anta, na falta de uma prancha pro mané ser humilhado publicamente, caminhando de olhos vendados até virar comida de tubarão. Ih, me empolguei, foi mal.
Continuando:
Quando, finalmente, o passeio chegou uma meia hora do fim, minha amiga encheu o saco e decidiu descer pra pagar tudo no cartão dela, pra gente acertar mês que vem. Seriam, pelas nossas contas, uns 160 reais. Isso, porque a gente não pagou o passeio, que veio parar nas nossas humildes mãos graças a um sorteio no escritório. Se tivessémos que pagar, seriam mais 160 paus. Claro que isso não seria uma possibilidade: só fomos, mesmo, porque o passeio era de graça. Informei o preço do passeio só a título de curiosidade.
- Se eu demorar a voltar, é porque tô quebrando tudo lá embaixo - me alertou a fofa, moça fina prestes a perder as estribeiras e partir pra dentro do primeiro que pisasse em seus calos chiques.
Aí, fiquei ali, sozinha, já bem legal de Baía de Guanabara, doida pra desabafar, e o garçom bacana encostou pra saber se a gente queria mais alguma coisa.
- Não, brigada, a gente desistiu. Minha amiga já foi até encerrar a conta.
- A senhora me desculpe, etc, etc, etc.
- Agora, vem cá, me explica uma coisa. É verdade que o buffet já vem incluído no cartão magnético?
- Hein? Claro que não. É opcional. Quem foi que falou isso pra senhora?
Até pensei em apontar a anta do garçom que falou essa loucura e armar o barraco de vez, mas acabei falando que a gente já tinha decidido comer e que nem tinha certeza de que tinha sido ele mesmo. Tinha, sim, mas fui acometida de uma profunda misericórdia. Coisa que foi, aliás, imediatamente, reconhecida pelos céus.
Quando descobri que, por conta da confusão da anta, o garçom legal acabou não registrando o buffet nos nossos cartões, começou a me ocorrer a possibilidade de ter ocorrido o que de fato ocorreu. O sorriso na lata da minha parceira de roubada na volta pra mesa e a nota que ela trazia nas mãos confirmaram:
- Cê não vai acreditar no que aconteceu lá no caixa.
- Vou, sim.
Resultado: nossos dois "jantares" de 65 paus cada, mais quatro Cerpas, saíram por exatos 30 reais e 80 centavos, pagos em dinheiro, que a gente não tava ali pra ser mais esculhambada. Como diria o Gene Kelly, no início de "Cantando na Chuva": "Dignity, always dignity". Acabamos só pagando as quatro cervejas, e minha metade será devidamente reposta à amiga no almoço que eu já prometi pagar num restaurantezinho bacana no Centro do Rio na segunda-feira. Tem mais: ainda por conta da imensa confusão que foi pedir as duas últimas cervejas, os caras acabaram registrando duas a mais, fato que foi enfaticamente rechaçado por minha companheira de roubada na hora de pagar a conta, do alto de sua indignação, segundo seu próprio relato. Não, ela não quebrou tudo. Foi só, assim, uma figura de linguagem.
Devo informar que, como não houve nenhum registro eletrônico do buffet que consumimos por conta da confusão do garçom anta, não tem jeito de cobrar dos funcionários o rombo de 130 reais que deixamos no patrimônio do megaempresário.
Também devo informar que, antes de o barquinho do Seu Eike atracar, já tinha uma multidão na fila da única saída, louca pra sair daquele lugar, e minha amiga reecontrou um casal com quem tinha conversado durante sua missão busca-pão no restaurante e que também babava de raiva. Manja fim de jogo no Maracanã, quando o time já se danou todo, e a galera vai saindo antes do apito final, bandeirinha enrolada, alma aos trapos? Pois é. A diferença é que o Maraca, que eu saiba, não flutua Baía de Guanabara afora, e a saída dos desgraçados não depende dum raio dum cais.
Ato contínuo, puxamos conversa com uma mulher pra saber se ela também tava puta. Não estava. Estava, aliás, suuuuuperfeliz porque tinha feito um jantar com amigos no restaurane do barquinho do Seu Eike e tinha dado tudo suuuuuuupercerto, com o maître amigo paparicando. Juro que me ocorreu dizer "também, sendo amiga do maître, é mole, né, ô, vaca". Mas, sei lá, achei que ia pegar mal. Eu tava fina demais, vestidinho de seda esvoaçante e cachinhos com creminho ao vento da Baía. Ia acabar saindo do personagem.
Quanto ao calote, cá pra nós, a gente penou horrores implorando pra ser atendida; sem coragem de cair de boca num buffet de terceira, alimentada por pão de quinta e pastinhas mixurucas; desconfiando de que Seu Eike deve ter algum motivo pouco nobre pra manter um empreendimento daquele às moscas, só perdendo dinheiro convidando a turba ignara pra passeio de graça, tadinho. Estamos, portanto, com a consciência em absoluto estado de tranquilidade, numa leveza de virgem que não fuma, nem bebe. E pronto.
P.S.: Boto aqui o link pra página do site do barquinho do Seu Eike que mostra o buffet só pra vocês terem ideia do peixe que eles vendem e que, definitivamente, não entregam. Que picaretagem, meu Deus!
http://www.pinkfleet.com.br/buffetlight.htm
Eu e minha amiga saímos lá pelas sete da noite do escritório. Ovacionadas pela turba amiga. Elogiadas pelo esmero no visual. No ar, um desejo sincero da coletividade de que tivéssemos uma noite bacana no barquinho do Seu Eike, tal de Pink Fleet.
Um exagerado reparou que eu tava com creminho chique pra cachinhos no cabelo e passou a me chamar de Shirley Temple. Emendei um "Shirley Temple do Mississippi, né?", convencida que estava de que não havia nenhuma sacanagem no comentário, mas apenas uma metáfora carinhosa mesmo, autoestima elevadíssima no corpinho moreno e suado a caminho do mar. Sei lá, achei superfofo ele olhar pra minha fuça e lembrar da sapateadora mirim louríssima da Hollywood dos anos 20 ou 30 ou 40... (preguiça enorme de ir no Google agora).
Também emendei o que, ao que parece, amaldiçoou a noite: "Cara, na boa, já pensou se a gente chega lá, e a noite pra convidados é um bingo pra Terceira Idade?" Não, não era. Era coisa muito pior.
Mas vamos ao relato mais ou menos frio dos fatos.
O barquinho, de longe, parece bacana. E é. O barco. E só o barco, que é, justiça seja feita, superbem decorado, um ambiente bem bacana, roteiro perfeito. Tudo pra dar certo. Mas só se o Seu Eike tivesse alguma intenção de se preocupar com a clientela, claro.
Enfim, assim que adentramos o gramado, decidimos ficar no segundo andar, do lado de fora, de fuça pro ventinho da Baía, fumando à vontade. Conversa vai, conversa vem, decidimos chutar o balde, pedir duas Cerpas e meter no cartão os R$ 65,00 (por cabeça) do buffet, que incluía, segundo o site do barquinho, um cardápio es-pe-ta-cu-lar. Nas fotos do site, é claro. Não, não incluía as Cerpas. Mas já sabíamos.
Garçom simpático traz a cerveja, eu vou, de infantaria, reconhecer o terreno no andar abaixo do convés, onde é o restaurante do barquinho. Pra pegar umas entradinhas, uns beliscos, esses, sim, incluídos no buffet. A amiga ficou pra gente não perder a mesa.
- Cê gosta de camarão, não gosta? - perguntei pra outra índia que me acompanhava no programa típico das populações nativas das Américas.
- Adoro.
Fui, certa de que voltaria com quitutes legais, refinadinhos. Antes, claro, parei um outro garçom pra me explicar como funcionava aquela parada de registrar o consumo nos cartões magnéticos que tinham dado pra gente, que sempre fui moça honesta.
- O buffet já tá registrado aí.
- Como assim? Quer dizer que, mesmo que a gente não coma nada, tem que pagar o buffet?
- Isso.
Achei esquisitíssimo, mas entubei. A gente já tinha decidido chutar o balde mesmo.
Até que fui olhar a mesa de buffet de perto. Sabe aquela massa que a gente faz com creme de leite, deixa esfriar, e o creme vai talhando? Sabe aquela massa com frutos do mar que parece que os principais personagens fugiram convés afora e se mandaram de volta pra casa? Sabe aquela salada de camarão, da qual só sobraram as alfaces e os complementos, só forrando o fundo da travessa? Sem falar que o tal do chef holandês, formado pela escola francesa Cordon Bleu, teve a capacidade de fazer uma salada de penne com atum que não há de ser melhor do que aquela que a gente faz quando tá com preguiça de cozinhar.
Fui desanimando, mas lembrei do garçom que tinha me dito que o buffet já tava nos cartõezinhos magnéticos da gente. Ato contínuo, parti pras entradinhas, que eram, afinal de contas, minha missão e estavam, ó, que legal, no meio da mesa, depois dos pratos principais, antes das sobremesas. Deve ser a escola francesa, sei lá.
Nas cestas de pães variados, só uns poucos croissants. Os outros já tinham acabado, e ninguém se coçava pra repor. Também catei uns tomatinhos recheados com um creme que não identifiquei e umas bolinhas de mussarela de búfala com tomate seco. E uns queijos. Ah, também catei umas pastinhas (berinjela, truta e frango com curry), o que, eu podia jurar, deveriam ser as melhores coisas dali, embora tivesse a certeza de que qualquer ser com mais de dois neurônios e certo jeito pra cozinha seria capaz de produzir as tais.
Voltei. Em menos de meia hora, o pouco pão acabou, e minha parceira do programão desceu pra pegar mais. Deu mais sorte, voltou com pãezinhos variados, daqueles que se compra fácil em qualquer padaria do Catete. Mas voltou passada com a mesa que viu, ainda mais arrasada (a mesa) pelo movimento de viajantes, pratos ainda mais desarrumados, quase vazios.
Contei a história do garçom, e achamos que seria melhor comer qualquer coisa do que sair dali sem comer nada. E toma pão no bucho, que aquela comida não valia nem a descida pro restaurante.
No microfone, uma mocinha contava em português e no que ela achava que era inglês a história de todos os pontos históricos e turísticos no entorno da Baía, no Rio e em Niterói. Na boa, na volta, depois de duas horas da ladainha, quando ela ainda contava a história da Praça XV, o barquinho do Seu Eike já quase atracando na Marina da Glória de novo, a vontade era a de enfiar a mão na fuça da mané-crente-que-é-bilíngue. Tá, vá lá: passar embaixo da Ponte Rio-Niterói e passar pertinho da Ilha Fiscal foi bem bacana.
A segunda dupla de cervejas levou meia hora (sem sacanagem) pra chegar do bar, que ficava a muito menos de 10 metros da nossa mesa - não, eu não sei calcular quanto seria em "pés". Já não era mais o garçom simpático que nos recebeu, mas o mané que me informou que o buffet era compulsório. Fato é que as duas cervejas só vieram quando chamei o garçom fofo, o primeiro, e ameacei, muito docemente, ir eu mesma lá no bar pegar.
Fato é que percebemos que o buffet não devia ser compulsório coisa nenhuma. Tinha um monte de gente só bebendo ou não consumindo rigorosamente nada. No grupo dos que não consumiam nada, os olhinhos brilhavam, casaizinhos apaixonados tiravam fotos um do outro, duas mocinhas quase elegantes pediam pra que tirassem fotos das duas juntas num sofá perto da gente - sinceramente, até agora, não sei como as duas não deram com a cabeça uma na outra quando, juntíssimas no sofá, deram aquela virada pra jogar o cabelo pro lado; deve ser a prática, sei lá, uma coisa nado sincronizado. Na verdade, as duas pediram pra que eu tirasse a foto, mas, de tanta raiva do Seu Eike, acabei fazendo uma foto de merda, e as fofas apelaram, depois, prum garçom, que, devo admitir, fez uma foto imensamente melhor do que a minha. Não, não me orgulho.
E toma Baía de Guanabara na fuça, eu e minha amiga, mortas de tédio, penduradas na gradinha que nos impedia de pular na água ou de empurrar o garçom anta, na falta de uma prancha pro mané ser humilhado publicamente, caminhando de olhos vendados até virar comida de tubarão. Ih, me empolguei, foi mal.
Continuando:
Quando, finalmente, o passeio chegou uma meia hora do fim, minha amiga encheu o saco e decidiu descer pra pagar tudo no cartão dela, pra gente acertar mês que vem. Seriam, pelas nossas contas, uns 160 reais. Isso, porque a gente não pagou o passeio, que veio parar nas nossas humildes mãos graças a um sorteio no escritório. Se tivessémos que pagar, seriam mais 160 paus. Claro que isso não seria uma possibilidade: só fomos, mesmo, porque o passeio era de graça. Informei o preço do passeio só a título de curiosidade.
- Se eu demorar a voltar, é porque tô quebrando tudo lá embaixo - me alertou a fofa, moça fina prestes a perder as estribeiras e partir pra dentro do primeiro que pisasse em seus calos chiques.
Aí, fiquei ali, sozinha, já bem legal de Baía de Guanabara, doida pra desabafar, e o garçom bacana encostou pra saber se a gente queria mais alguma coisa.
- Não, brigada, a gente desistiu. Minha amiga já foi até encerrar a conta.
- A senhora me desculpe, etc, etc, etc.
- Agora, vem cá, me explica uma coisa. É verdade que o buffet já vem incluído no cartão magnético?
- Hein? Claro que não. É opcional. Quem foi que falou isso pra senhora?
Até pensei em apontar a anta do garçom que falou essa loucura e armar o barraco de vez, mas acabei falando que a gente já tinha decidido comer e que nem tinha certeza de que tinha sido ele mesmo. Tinha, sim, mas fui acometida de uma profunda misericórdia. Coisa que foi, aliás, imediatamente, reconhecida pelos céus.
Quando descobri que, por conta da confusão da anta, o garçom legal acabou não registrando o buffet nos nossos cartões, começou a me ocorrer a possibilidade de ter ocorrido o que de fato ocorreu. O sorriso na lata da minha parceira de roubada na volta pra mesa e a nota que ela trazia nas mãos confirmaram:
- Cê não vai acreditar no que aconteceu lá no caixa.
- Vou, sim.
Resultado: nossos dois "jantares" de 65 paus cada, mais quatro Cerpas, saíram por exatos 30 reais e 80 centavos, pagos em dinheiro, que a gente não tava ali pra ser mais esculhambada. Como diria o Gene Kelly, no início de "Cantando na Chuva": "Dignity, always dignity". Acabamos só pagando as quatro cervejas, e minha metade será devidamente reposta à amiga no almoço que eu já prometi pagar num restaurantezinho bacana no Centro do Rio na segunda-feira. Tem mais: ainda por conta da imensa confusão que foi pedir as duas últimas cervejas, os caras acabaram registrando duas a mais, fato que foi enfaticamente rechaçado por minha companheira de roubada na hora de pagar a conta, do alto de sua indignação, segundo seu próprio relato. Não, ela não quebrou tudo. Foi só, assim, uma figura de linguagem.
Devo informar que, como não houve nenhum registro eletrônico do buffet que consumimos por conta da confusão do garçom anta, não tem jeito de cobrar dos funcionários o rombo de 130 reais que deixamos no patrimônio do megaempresário.
Também devo informar que, antes de o barquinho do Seu Eike atracar, já tinha uma multidão na fila da única saída, louca pra sair daquele lugar, e minha amiga reecontrou um casal com quem tinha conversado durante sua missão busca-pão no restaurante e que também babava de raiva. Manja fim de jogo no Maracanã, quando o time já se danou todo, e a galera vai saindo antes do apito final, bandeirinha enrolada, alma aos trapos? Pois é. A diferença é que o Maraca, que eu saiba, não flutua Baía de Guanabara afora, e a saída dos desgraçados não depende dum raio dum cais.
Ato contínuo, puxamos conversa com uma mulher pra saber se ela também tava puta. Não estava. Estava, aliás, suuuuuperfeliz porque tinha feito um jantar com amigos no restaurane do barquinho do Seu Eike e tinha dado tudo suuuuuuupercerto, com o maître amigo paparicando. Juro que me ocorreu dizer "também, sendo amiga do maître, é mole, né, ô, vaca". Mas, sei lá, achei que ia pegar mal. Eu tava fina demais, vestidinho de seda esvoaçante e cachinhos com creminho ao vento da Baía. Ia acabar saindo do personagem.
Quanto ao calote, cá pra nós, a gente penou horrores implorando pra ser atendida; sem coragem de cair de boca num buffet de terceira, alimentada por pão de quinta e pastinhas mixurucas; desconfiando de que Seu Eike deve ter algum motivo pouco nobre pra manter um empreendimento daquele às moscas, só perdendo dinheiro convidando a turba ignara pra passeio de graça, tadinho. Estamos, portanto, com a consciência em absoluto estado de tranquilidade, numa leveza de virgem que não fuma, nem bebe. E pronto.
P.S.: Boto aqui o link pra página do site do barquinho do Seu Eike que mostra o buffet só pra vocês terem ideia do peixe que eles vendem e que, definitivamente, não entregam. Que picaretagem, meu Deus!
http://www.pinkfleet.com.br/buffetlight.htm
sexta-feira, 27 de março de 2009
Pink Fleet, here I go
E vou me embora pra ralar o dia inteiro, toda fantasiada de convidada de navio chique do Eike. O passeio é às 18h. Fui.
Atrasadíssima aqui: levei uns 40 minutos pra passar o vestido fino. Inté.
Atrasadíssima aqui: levei uns 40 minutos pra passar o vestido fino. Inté.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Em compensação...
... acabo de receber um e-mail fofo do futuro hóspede alemão, que tá com a corda toda pra viagem, 17 anos depois da única vez em que veio pra cá.
Meeeeeeeeeeeeeeedaaaaaaaaaaa!!!!!!
Meeeeeeeeeeeeeeedaaaaaaaaaaa!!!!!!
Demissão no Largo
- Dona Rozana, quando é que eu posso passar aí pra deixar as chaves da senhora?
- Por que, Lourdes, você não quer mais trabalhar pra mim?
- É que a senhora não deu mais notícia...
- Eu te falei, Lourdes, que é porque eu tô dura este mês.
- ... e eu acabei arranjando um trabalho nas quinta-feira.
- Pode deixar as chaves na portaria, Lourdes. Boa noite. Tchau.
Sim, é o que vocês estão pensando: a Lourdes acaba de me destituir do cargo de patroa.
Sei nem o que dizer.
- Por que, Lourdes, você não quer mais trabalhar pra mim?
- É que a senhora não deu mais notícia...
- Eu te falei, Lourdes, que é porque eu tô dura este mês.
- ... e eu acabei arranjando um trabalho nas quinta-feira.
- Pode deixar as chaves na portaria, Lourdes. Boa noite. Tchau.
Sim, é o que vocês estão pensando: a Lourdes acaba de me destituir do cargo de patroa.
Sei nem o que dizer.
Fator Lourdes
Pagava qualquer dinheiro pra ver Lourdes e o fofo aqui no apê quando for dia de faxina, e eu estiver no escritório.
Ah, coitado.
Aliás, alô, Luciana: como é que fala "ah, coitado" em alemão?
Ah, coitado.
Aliás, alô, Luciana: como é que fala "ah, coitado" em alemão?
Aliás, minto
Quando fui a Berlim, acho que fiquei na casa dele uma semana também. Só que eu estava babando de paixão, era a minha primeira viagem pra fora, e tudo era novidade.
Agora, somos dois senhores cheios de manias; mais amigos do que qualquer outra coisa; eu, com essa minha vida maluca de trabalhar no escritório e em casa, tocando frila.
Isso vai dar merda.
Agora, somos dois senhores cheios de manias; mais amigos do que qualquer outra coisa; eu, com essa minha vida maluca de trabalhar no escritório e em casa, tocando frila.
Isso vai dar merda.
Tava aqui pensando
Eu vou passar uma semana inteira neste microcafofo, com um ser humano do qual não vou poder me livrar se der alguma merda. A gente nunca passou tanto tempo junto.
Que medo, meu Deus.
Que medo, meu Deus.
Utilidade pública
Alguém aí conhece uma dieta que faça algum efeito, qualquer efeito, em exatos 11 dias?
Reunião, reunião, reunião
Mais uma daqui a pouco. Bom dia, aê.
Ah, meu pobrema alemão, ao que parece, vai chegar, mesmo, no Rio na Páscoa. Tá todo, todo, dando o jeito dele lá de comprar a passagem pra voltar ao Brasil depois de 17 anos, período no qual, como já contei aqui, entrou e saiu da minha humilde biografia das formas mais estranhas.
E não, eu não emagreci os 250 quilos que pretendia emagrecer quando visse o fofo de novo - a última vez foi há uns três anos, quando parei em Frankfurt na volta de Teerã. Saco.
Fui.
Ah, meu pobrema alemão, ao que parece, vai chegar, mesmo, no Rio na Páscoa. Tá todo, todo, dando o jeito dele lá de comprar a passagem pra voltar ao Brasil depois de 17 anos, período no qual, como já contei aqui, entrou e saiu da minha humilde biografia das formas mais estranhas.
E não, eu não emagreci os 250 quilos que pretendia emagrecer quando visse o fofo de novo - a última vez foi há uns três anos, quando parei em Frankfurt na volta de Teerã. Saco.
Fui.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Tem durango a bordo
Claro que, dura como um coco, vou com uma amiga, que também não anda em paz com o orçamento, com um plano: tomar um café E uma água durante as duas horas de passeio.
Pãozinho com carne assada de algum boteco antes, pra dar uma forrada, claro. Ô, miséria, meu Deus.
Pãozinho com carne assada de algum boteco antes, pra dar uma forrada, claro. Ô, miséria, meu Deus.
Todo mundo aí tem programa pra sexta à noite?
Sim, porque eu tenho: um passeio no Pink Fleet, o navio bacana do Eike. De grátis.
Foi mal aê.
Foi mal aê.
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Acordadinha pra ver uma parada de trabalho na versão on line de um jornal. Vida dura, duríssima.
Cigarrinho no canto da boca, naquele amargo momento decidindo se vou ralando logo ou se dou "só mais uma dormidinha".
Cigarrinho no canto da boca, naquele amargo momento decidindo se vou ralando logo ou se dou "só mais uma dormidinha".
terça-feira, 24 de março de 2009
E esse mês que não acaba, meu Deus
Diazim enroladão. Cama já. É sério. Tô tão cansada que prefiro dormir logo pra acordar cedinho e ralar. Neurônio nenhum funciona mais. Passei só prum "oi" rápido.
Inté, meu povo.
Inté, meu povo.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Podia ser pior
Reunião na editora agora de manhã, prestação de contas das vendas do Sua Excelência..., planejamento de divulgação pro primeiro semestre, etc, etc, etc.
Eu, que nunca fui boa de conta e esperava voltar com um qualquer no bolso pra ajudar no orçamento de março, tô aqui agradecendo a Deus por não ter saído de lá toda endividada.
Ai.
Vou ralar.
Eu, que nunca fui boa de conta e esperava voltar com um qualquer no bolso pra ajudar no orçamento de março, tô aqui agradecendo a Deus por não ter saído de lá toda endividada.
Ai.
Vou ralar.
domingo, 22 de março de 2009
"E lá se vaaaai mais um diaaaaa..."
Encerrando o expediente no Largo. Reunião na editora às 9, ralação depois, reunião numa outra parada às 14h, dinheiro acabando.
Parafraseando os bons Chicó e João Grilo, do velho Suassuna, no Auto da Compadecida:
- Ô, vida desgraçada, ô, vida sem jeito.
Fui, que o cérebro começa a fritar.
Parafraseando os bons Chicó e João Grilo, do velho Suassuna, no Auto da Compadecida:
- Ô, vida desgraçada, ô, vida sem jeito.
Fui, que o cérebro começa a fritar.
Por que o susto num domingão à noite?
Porque, como a conta tá em débito automático, e como o consumo tem se mantido numa média, eu, às vezes, só abro pra conferir. Este mês, eu esqueci completamente de abrir a dita. Aí, fui contar os tostões na conta agora, e vi o débito previsto pra terça-feira.
Argh!
Argh!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh!!!!!
A conta de luz este mês veio quase 400 reais!!!!!!!!
Vou varejar esse ar condicionado janela afora.
Quero morrer. Buracão no orçamento.
Tudo culpa do fevereiro senegalês que passei em casa trabalhando e deprimindo, o bicho ligado o tempo todo.
Vou varejar esse ar condicionado janela afora.
Quero morrer. Buracão no orçamento.
Tudo culpa do fevereiro senegalês que passei em casa trabalhando e deprimindo, o bicho ligado o tempo todo.
sábado, 21 de março de 2009
Cês vão achar que é viadagem, mas é a mais pura expressão da verdade
Vida de escritor duro é assim: o ser, no caso eu, tem um raio dum livro pra acabar no fim de semana, resolve ter crise de criatividade, nada anda. Se eu vivesse de fazer sopa pra vizinhança, era fácil: feira + fogão = dinheiro. Resolvi viver de escrever, a inspiração foi pro pré-sal por algum motivo escuso do universo, tô aqui me danando toda. Saco.
Só Lenine salva:
Só Lenine salva:
Bom dia, planeta
Bom dia e fui. Sabadão tem que durar umas 74 horas. Zilhão de coisas pra fazer no fim de semana, lembrando que, agora, meus domingos são ocupados por certo doce ser e viraram, portanto, dias de meio expediente.
sexta-feira, 20 de março de 2009
Sim, eu ainda tenho um cérebro
Tá tudo gravado no pen drive. Tinha esquecido que atualizei os arquivos todos no pen drive hoje de manhã, antes de sair pro escritório, pra ir tocando o livro de lá. Claro que não tive tempo pra mexer no bichinho, mas valeu por ter atualizado tudo.
Fim de semana já começou bem.
Fim de semana já começou bem.
Um milhão de coroas tchecas pra quem adivinhar o que acaba de acontecer aqui no Largo
O computador principal da casa pifou, e tô agora, aqui, no laptop, com o pen drive, rezando pra que eu tenha salvado nele tudo o que eu já fiz do livro que preciso acabar neste fim de semana.
Na boa, precisava?
Na boa, precisava?
Tédio, muito tédio
Cansada pra caralho, acho que vou pra cama, pra acordar cedo amanhã e ralar. Cérebro fritando agora.
Alguém me interna, por favor
Sonhei que tava com um namorado novo, pagando paixão, tentando trocar os fios do bondinho do Pão de Açúcar. Só que o moço da bilheteria não queria deixar a gente entrar com os fios novos, que meu pai tinha me dado, e a gente ficava carregando de um lado pro outro.
Sei nem o que dizer.
Vou ralar.
Sei nem o que dizer.
Vou ralar.
quinta-feira, 19 de março de 2009
Esse negócio de realizar sonho de menina é estranho, muito estranho
Tava bem aqui, agora, taxeando pra começar a ralar, fazendo as contas do mês, cruzando o dinheiro que vai entrar e o que precisa sair e essas delícias do orçamento doméstico de mulheres solteiras em geral - adivinhem qual lado da conta ganhou de lavada?
Mas, enfim, aí, lembrei que tenho reunião na segunda-feira na editora pra acertar as contas, ver o que o Sua Excelência... vendeu, botar no bolso o que me cabe em dinheiro neste maravilhoso mundo do autor estreante, bolar novas estratégias de divulgação aqui no Rio e tal. Aliás, falei que o livro vai pra bienal da Bahia, em abril, e vai estar na do Rio, em setembro? Pois é. Fiquem todos informados.
Continuando:
Acabei rascunhando o que acho que vou receber, descontando todos os por-cento que o processo de lançamento de um livro leva de autor desconhecido - cês não têm noção. Ato contínuo, lembrei do livro institucional que tô arrematando no fim de semana, que também vai me render um dinheiro.
Sei, não, mas acho que tô vivendo de escrever.
E tudo tendo como estopim um chute que transformou meu coração em pastel de carne moída, como todo mundo aqui sabe.
Alguém me abraça!
Mas, enfim, aí, lembrei que tenho reunião na segunda-feira na editora pra acertar as contas, ver o que o Sua Excelência... vendeu, botar no bolso o que me cabe em dinheiro neste maravilhoso mundo do autor estreante, bolar novas estratégias de divulgação aqui no Rio e tal. Aliás, falei que o livro vai pra bienal da Bahia, em abril, e vai estar na do Rio, em setembro? Pois é. Fiquem todos informados.
Continuando:
Acabei rascunhando o que acho que vou receber, descontando todos os por-cento que o processo de lançamento de um livro leva de autor desconhecido - cês não têm noção. Ato contínuo, lembrei do livro institucional que tô arrematando no fim de semana, que também vai me render um dinheiro.
Sei, não, mas acho que tô vivendo de escrever.
E tudo tendo como estopim um chute que transformou meu coração em pastel de carne moída, como todo mundo aqui sabe.
Alguém me abraça!
Como é que faz...
... pra virar só escritora e viver de escrever num chalé na serra, com carro na garagem pra poder vir ao Rio quando quiser?
Sei lá, me ocorreu agora.
Tá bão, já passou. Vou ralar.
Sei lá, me ocorreu agora.
Tá bão, já passou. Vou ralar.
quarta-feira, 18 de março de 2009
Ah, sim
Odeio semana com mais de um defunto pelo mundo. Depois da morte do nosso Clodô, acaba de ser divulgada a da mulher do Liam Neeson (aquele do "Lista de Schindler"), Natasha Richardson, de 45 anos, que também era filha da Vanessa Redgrave, atriz britânica badalada.
Resumindo muito, foi esquiar no Canadá, tomou um tombo besta, deu com a cabeça em algum lugar, levantou rindo e conversando, morreu dois dias depois de hemorragia interna. Dois filhos, meninos, adolescentes.
Cara, na boa, morte besta me mata de irritação.
Pronto, desabafei. Gradicida.
Vou ralar.
Resumindo muito, foi esquiar no Canadá, tomou um tombo besta, deu com a cabeça em algum lugar, levantou rindo e conversando, morreu dois dias depois de hemorragia interna. Dois filhos, meninos, adolescentes.
Cara, na boa, morte besta me mata de irritação.
Pronto, desabafei. Gradicida.
Vou ralar.
Verdade absoluta: chuva mansa é amiga de quem vive de escrever
Tô aqui, janelão aberto, MP3 enfiado no ouvido, ralando meu coco, climazinho bacana no cafofo. Até tomei chuva no lombo do escritório pra casa, mas já secou, e tudo bem, trabalho rendendo horrores. Celular também já tocou mais de uma vez durante o dia, papo bacana com certo interlocutor.
Não, eu não sei se consigo ir à reunião na editora que tenho amanhã de manhã por conta de outros compromissos de trabalho e ainda não consegui dar a notícia pro meu doce editor, que, aliás, não atende ao raio do celular e vai babar amanhã quando eu disser que não vou aparecer. Também não sei a que horas vou conseguir ir dormir. Certa dureza até a virada do mês.
Fora isso, tudo na mais santa paz.
Vou ralar.
Não, eu não sei se consigo ir à reunião na editora que tenho amanhã de manhã por conta de outros compromissos de trabalho e ainda não consegui dar a notícia pro meu doce editor, que, aliás, não atende ao raio do celular e vai babar amanhã quando eu disser que não vou aparecer. Também não sei a que horas vou conseguir ir dormir. Certa dureza até a virada do mês.
Fora isso, tudo na mais santa paz.
Vou ralar.
terça-feira, 17 de março de 2009
Ele foi escrotinho, foi mala, foi mais exagerado do que o Cazuza, pintou e bordou com a deputada que ele ofendeu absurdamente na Câmara
Mas eu cresci acompanhando as maluquices da moça num tempo em que bichas louquérrimas não tinham tanto espaço por aí.
Bye, Clô!
Bye, Clô!
Atrasadinha, atrasadinha
Cara, na boa, por que que a gente tem que trabalhar todo dia?
Sei lá, acordei com essa indagação.
Fui. Vou ralar.
Sei lá, acordei com essa indagação.
Fui. Vou ralar.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Ai
Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee, finalmente, um ano depois do caos, me pego no momento espera, no momento não-me-ligou-pra-dar-boa-noite-por-quê? Bem me atraquei nuns livros na cama pra fazer hora e nada. Também fiquei quietinha, não liguei. Pra não pressionar, sabe? Ando cabreira. Também ando tranquila, no melhor estilo vamu-ver-no-que-é-que-dá.
Por que que eu conto essas coisas todas aqui? Porque o ser não é blogueiro. Não é mesmo. E também não conto aqui nada que comprometa, que, agora, como sabemos sou moça mais ou menos discreta. Ai, ai.
Fui. Agora, fui, mesmo, que preciso dormir.
Inté, meu povo.
Por que que eu conto essas coisas todas aqui? Porque o ser não é blogueiro. Não é mesmo. E também não conto aqui nada que comprometa, que, agora, como sabemos sou moça mais ou menos discreta. Ai, ai.
Fui. Agora, fui, mesmo, que preciso dormir.
Inté, meu povo.
Fim do expediente
Diazim chatim, chatim, prenúncio de uma semana absurdamente longa. Cama já.
P.S.: Confusão com o fofo já desfeita e devidamente esclarecida por esta autora, num surpreendente surto de franqueza.
P.S.1: Por ora.
P.S.: Confusão com o fofo já desfeita e devidamente esclarecida por esta autora, num surpreendente surto de franqueza.
P.S.1: Por ora.
Só tem uma única coisa pior do que sexta-feira 13: segunda-feira 16
Já aqui no escritório, e o mau humor não passa nem por um decreto.
Mau humor, mau humor, mau humor
Tudo errado, tudo errado, tudo errado. Inda fiz merda com o fofo, que agora tá puto comigo.
É assim, ó:
Não considerava a possibilidade de me enrolar com macho nem tão cedo. Aí, ontem, senti cheiro de rolo, mandei patada absurda na fuça do pobre e agora, claro, me arrependi horrores. Já até liguei pedindo desculpas, agora, de manhã, mas tenho a sensação de que não colou e a certeza de que ele deve estar me chamando de "canalha" por aí.
Puta que o pariu, que segunda-feira de merda, meu Deus.
Fui.
É assim, ó:
Não considerava a possibilidade de me enrolar com macho nem tão cedo. Aí, ontem, senti cheiro de rolo, mandei patada absurda na fuça do pobre e agora, claro, me arrependi horrores. Já até liguei pedindo desculpas, agora, de manhã, mas tenho a sensação de que não colou e a certeza de que ele deve estar me chamando de "canalha" por aí.
Puta que o pariu, que segunda-feira de merda, meu Deus.
Fui.
domingo, 15 de março de 2009
Ih, almoço com o fofo
Vem cá, é impressão minha ou isso começa a se repetir com certa frequencia?
Oremos.
Vou num pombo e volto no outro. Inté.
Oremos.
Vou num pombo e volto no outro. Inté.
Bom dia, mundo. Dia útil no Largo
Já ralando, fazendo as pazes com os jornais. Aliás, bora comprar O DIA hoje. Virou tablóide. Por conta da crise, claro. Mas tá bonitão. Tomara que dê certo: jornal em crise costuma significar jornalista desempregado.
Vou ralar, que a preguiça de ontem atrasou meus cronogramas todos aqui. Inté.
Vou ralar, que a preguiça de ontem atrasou meus cronogramas todos aqui. Inté.
sábado, 14 de março de 2009
Preguiça, muita preguiça
Cérebro no stand by, igual à TV, com aquela luz vermelhinha acesa, esperando pra ser ligada com o controle remoto. Paradinho, paradinho.
Acho que nem unha vou ter a capacidade de ir fazer hoje. A má notícia é que tenho reunião na segunda e tenho que dar meu jeito. Ô, vida besta, meu Deus.
Ih, acabo de me lembrar: a reunião é de tarde e tem um salão grudado no escritório. Lá se foi minha hora de almoço na segunda. Mas, pelo menos, tem jeito. Urrú!
Vou me espreguiçar mais um pouco pra começar a ralar.
Acho que nem unha vou ter a capacidade de ir fazer hoje. A má notícia é que tenho reunião na segunda e tenho que dar meu jeito. Ô, vida besta, meu Deus.
Ih, acabo de me lembrar: a reunião é de tarde e tem um salão grudado no escritório. Lá se foi minha hora de almoço na segunda. Mas, pelo menos, tem jeito. Urrú!
Vou me espreguiçar mais um pouco pra começar a ralar.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Quase afogada no Centro, mas ainda vivo
Alguém aí já teve o prazer de caminhar até o metrô da Uruguaiana, com tudo alagado, chuva no lombo, numa sexta-feira à noite, aquilo tudo lotado de gente tomando cerveja, pagode aos berros, raios e trovoadas pipocando? Pois é.
Mas já tô no meu cafofo.
Celular bem que tocou. Ueba! Mas nenhuma programação especial, só uma boa conversa, o que, na boa, ando precisando. E, cá pra nós, é bom não ir pra farra mesmo: preciso acordar inteira amanhã. Tô em plena reta final do livro institucional, que tem que estar pronto em uma semana. Sem falta. Ai.
Contei aqui que tive uma ideia brilhante que multiplicou quase por 10 o trabalho que vou ter com o livro? Pois é. Mas, enfim, vai ficar tããããããão liiiiiiindo.
Enfim, ó, fui.
Inté, meu povo.
Mas já tô no meu cafofo.
Celular bem que tocou. Ueba! Mas nenhuma programação especial, só uma boa conversa, o que, na boa, ando precisando. E, cá pra nós, é bom não ir pra farra mesmo: preciso acordar inteira amanhã. Tô em plena reta final do livro institucional, que tem que estar pronto em uma semana. Sem falta. Ai.
Contei aqui que tive uma ideia brilhante que multiplicou quase por 10 o trabalho que vou ter com o livro? Pois é. Mas, enfim, vai ficar tããããããão liiiiiiindo.
Enfim, ó, fui.
Inté, meu povo.
Quem mandou abrir o bocão?
Fui encher o saco do universo pedindo chuva, bem feito. Tô aqui no Centro, esperando ainda um material chegar. Mais uma meia hora, estaria livre. Aí, claro, o chuvão já alagou a rua, e não há qualquer possibilidade de sair. Dã.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Por falar na anta, não deu outra: Fernando Collor de Mello acaba de ser eleito o muso honorário do Sua Excelência, o Canalha
Mais da metade dos votantes (65%) achou que, sim, o palhaço ser eleito pra uma comissão do Senado que vai vigiar as obras do PAC é um pouco demais. Mesmo pros padrões do Congresso Nacional. Claro que a putada se articulou, o presidente fez que não viu, e sabe Deus o que mais vem por aí nas eleições presidenciais. Mas vai saber dar a volta por cima assim lá na puta que o pariu.
Pra piorar, este país parece que esqueceu a tunga da poupança. Vamu combinar que ele não foi parar no Senado sozinho, né? Desculpa, aí, a ladainha, mas não consigo me conformar com isso. Também não tenho muito assunto. O raio do celular não toca de jeito nenhum. Saco.
Pra piorar, este país parece que esqueceu a tunga da poupança. Vamu combinar que ele não foi parar no Senado sozinho, né? Desculpa, aí, a ladainha, mas não consigo me conformar com isso. Também não tenho muito assunto. O raio do celular não toca de jeito nenhum. Saco.
"Ai, meu Deus, como eu pude...
...ter nascido pacifista e ser contra enfiar um tiro na fuça da anta do Collor, que, agora, quer "ajudar" na crise? Acabei de ver no noticiário online.
Na boa, alguém chama a polícia! Essa pessoa tá perto demais do Tesouro Nacional, meu Deus do céu!
Na boa, alguém chama a polícia! Essa pessoa tá perto demais do Tesouro Nacional, meu Deus do céu!
"Ai, meu Deus, como eu pude?"
Meu povo, tem blogueira nova na área. É a dona do http://aimeudeuscomoeupude.spaceblog.com.br/.
Bora lá prestigiar as sensacionais histórias de gente que faz merda e, depois (só depois, claro), estapeia a própria testa e manda pro universo:
"Ai, meu Deus, como eu pude?"
Aproveitem e vejam se reconhecem a história de certa jornalista, escritora, modelo e atriz nos comentários do post de estreia do blog.
Vou ralar.
Bora lá prestigiar as sensacionais histórias de gente que faz merda e, depois (só depois, claro), estapeia a própria testa e manda pro universo:
"Ai, meu Deus, como eu pude?"
Aproveitem e vejam se reconhecem a história de certa jornalista, escritora, modelo e atriz nos comentários do post de estreia do blog.
Vou ralar.
quarta-feira, 11 de março de 2009
Dupla caipira na Gávea
Diazim en-lou-que-ce-dor!!!!
O melhor foi chegar à reunião da manhã e encontrar a outra menina do escritório e-xa-ta-men-te com a mesma roupa. Vestido preto básico. Inacreditável: até o decote e o corte, sem manga, era igual. Vá lá que o dela tinha um laço na cintura. Mas, ainda assim, foi muito, muito engraçado, as duas desfilando pela rua com pastinha, depois.
Parecia Donatela e Flora nos áureos tempos.
O melhor foi chegar à reunião da manhã e encontrar a outra menina do escritório e-xa-ta-men-te com a mesma roupa. Vestido preto básico. Inacreditável: até o decote e o corte, sem manga, era igual. Vá lá que o dela tinha um laço na cintura. Mas, ainda assim, foi muito, muito engraçado, as duas desfilando pela rua com pastinha, depois.
Parecia Donatela e Flora nos áureos tempos.
Bom dia
Bom dia e inté. No laço aqui. Claro que dei a velha "cochilada" do "só mais um pouquinho", depois que acordei antes das 7. Pra piorar, ainda tive um sonho maluco: na trama, eu tinha que acordar pra ir "pra Gávea", aí, ao mesmo tempo, ficava pensando que não precisava mais, aí, não acordava. Sabe aquela parada que a gente sonha que tá sonhando, aí, tenta acordar, no sonho, e vira um enlouquecimento só? Pois é. Froid ni mim, eu sei.
Fui. Inté.
Fui. Inté.
terça-feira, 10 de março de 2009
Sim, é o que parece
Tô aqui ralando ainda mais um pouco. Com reunião marcada às 10h, na Gávea, amanhã.
Não, o telefone não tocou. Me ignora solenemente o tal do aparelhinho. Mas, como não tô aqui pra ficar dependendo de ligação de outrem pra tocar a vida, tô nem aí.
Já vi esse filme, e eu morri no final. Igual a índio americano, que entra no roteiro pra se fuder. Desta vez, pra variar, eu só quero saber do que pode dar certo. Com duas das quatro patas no chão, porque, afinal de contas, Monteiros Erectus evoluiu. Tá, a Mirtes há de discordar do "evoluiu", eu sei, eu sei.
Qualquer coisa, parto em desabalada carreira.
Vou ralar.
Não, o telefone não tocou. Me ignora solenemente o tal do aparelhinho. Mas, como não tô aqui pra ficar dependendo de ligação de outrem pra tocar a vida, tô nem aí.
Já vi esse filme, e eu morri no final. Igual a índio americano, que entra no roteiro pra se fuder. Desta vez, pra variar, eu só quero saber do que pode dar certo. Com duas das quatro patas no chão, porque, afinal de contas, Monteiros Erectus evoluiu. Tá, a Mirtes há de discordar do "evoluiu", eu sei, eu sei.
Qualquer coisa, parto em desabalada carreira.
Vou ralar.
Até esqueci
A tal da chuva acabou caindo, mas vamu combinar que não deu nem pra saída. Tá, deu uma refrescada, devo admitir. Culpa do pé-frio do Gene Kelly.
Bom humor, QUE bom humor?
Sacanagem. Tô é enroladíssima de trabalho.
Na boa, por que que eu achei que podia lançar um livro, escrever outros dois e fazer frila pra sobreviver em menos de seis meses? Preciso acabar um pra começar o outro, só que, claro, às 10 da noite de hoje, fiz o favor de ter uma ideia brilhante pro primeiro que vai me fazer enlouquecer ainda mais.
Tô com vontade de, sei lá, ir pra janela e começar a gritar.
Ai.
Vou ralar.
Na boa, por que que eu achei que podia lançar um livro, escrever outros dois e fazer frila pra sobreviver em menos de seis meses? Preciso acabar um pra começar o outro, só que, claro, às 10 da noite de hoje, fiz o favor de ter uma ideia brilhante pro primeiro que vai me fazer enlouquecer ainda mais.
Tô com vontade de, sei lá, ir pra janela e começar a gritar.
Ai.
Vou ralar.
Bom dia, mundo
Bom dia e fui. Tudo atrasado aqui. Tenho que correr pro Centro. Há de ser outro dia comprido. Mesmo.
Ah, contei que ontem, depois que o ser me ligou pra dar bom dia, fui andando pela Uruguaiana, como se não houvesse amanhã, riso patético no rosto? Pois é. Aí, virei na rua do escritório, pensando na vida, quase cantarolando, passei direto do prédio.
Tá foda. Fui.
Ah, contei que ontem, depois que o ser me ligou pra dar bom dia, fui andando pela Uruguaiana, como se não houvesse amanhã, riso patético no rosto? Pois é. Aí, virei na rua do escritório, pensando na vida, quase cantarolando, passei direto do prédio.
Tá foda. Fui.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Ah, sim
Estranha dor no pulso esquerdo, cheirando a tendinite. Ai.
Agora, não, porra!
Simplesmente não posso ficar sem uma das patas agora. Autônoma parada = autônoma sem dinheiro.
Acende uma vela aí, galera.
Agora, não, porra!
Simplesmente não posso ficar sem uma das patas agora. Autônoma parada = autônoma sem dinheiro.
Acende uma vela aí, galera.
Dia comprido, comprido, galera
Reunião de quase três horas de tarde; computador sem conexão no meu novo cafofo, o que não me impediu de me atracar com um arquivo de 90 páginas em Word; jantarzinho rápido na Adega, sozinha, ainda há pouco; conversa mais de uma vez, por telefone, durante o dia, com o novo ser. E já taxeando pra cama porque, conforme esta jornalista já tinha anunciado, a semana vai ser fo-da de trabalho - a tal da reunião confirmou as previsões. A vida miserável inclui o fim de semana, que vai ser de ralação.
Meu Deus, vida de autônomo não contempla aquela instituição sagrada chamada folga.
Tô reclamando, não, juro. Tô igual a pinto no lixo, cérebro com a corda toda. É apenas uma constatação.
Na boa, fui: tô sem condições de manter o cérebro funcionando. Um pouquinho de música no quarto refrigerado já.
Inté, meu povo.
Meu Deus, vida de autônomo não contempla aquela instituição sagrada chamada folga.
Tô reclamando, não, juro. Tô igual a pinto no lixo, cérebro com a corda toda. É apenas uma constatação.
Na boa, fui: tô sem condições de manter o cérebro funcionando. Um pouquinho de música no quarto refrigerado já.
Inté, meu povo.
Bom dia, meu povo
Correndo aqui. Primeiro dia no escritório no Centro, claro que acordei atrasada. Na verdade, acordei às 6h30, mas fui dar "só mais uma dormidinha...". Dã. Mas também a reunião que vai rolar lá é só às 14h. Só que queria organizar umas coisas aqui antes de ir, fazer unha, botar mais livro lá na lojinha e tal. Mas dancei.
Aliás, a semana vai ser animada. Tenho que entregar o tal do livro institucional, tem reunião na editora pra cuidar do Sua Excelência... e outros projetos, e por aí vai. Oremos.
E tomara que tenha mais beijo na boca. Oremos, oremos.
Fui.
Aliás, a semana vai ser animada. Tenho que entregar o tal do livro institucional, tem reunião na editora pra cuidar do Sua Excelência... e outros projetos, e por aí vai. Oremos.
E tomara que tenha mais beijo na boca. Oremos, oremos.
Fui.
domingo, 8 de março de 2009
Verdade absoluta
Falecido Gene Kelly é pé-frio paca. Postei o sujeito aqui, sambando na chuva, não caiu nenhuma gota no Rio. Saco.
Novo mantra
Considerando o estado do coração em festa depois do almoço de hoje, com certo personagem que acaba de me cruzar a biografia, tenho repetido, em voz alta, aqui no cafofo:
Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar...
Desabafei. Gradicida.
Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar. Eu não vou me apaixonar...
Desabafei. Gradicida.
É best-seller, é best-seller, é best-seller!!!!
O estoque do Sua Excelência... está pra-ti-ca-men-te esgotado na livraria da galeria da Sendas aqui do Largo. Só sobrou um! Os outros cin-co já foram to-dos vendidos, tá?
Na boa, quais as chances, assim, de eu viver deste meu nobre ofício?
Na boa, quais as chances, assim, de eu viver deste meu nobre ofício?
De volta à labuta
Almoço bacana, companhia mais bacana ainda, beijo na boca, conversa divertida, beijo na boca, filosofice, beijo na boca... Ai, ai.
Vou ralar. Inté.
Vou ralar. Inté.
Tá ficando grave
Pensei no sujeito. O ser ligou. Socooooooooooooooorrrrrrrrrrroooooooooo!!!!
A má notícia é que hoje é dia de ralação aqui no Largo. Vou nem poder ficar de muita graça com o fofo, que me chamou pra almoçar aqui embaixo. Uoba.
Banho já. Fui.
A má notícia é que hoje é dia de ralação aqui no Largo. Vou nem poder ficar de muita graça com o fofo, que me chamou pra almoçar aqui embaixo. Uoba.
Banho já. Fui.
sábado, 7 de março de 2009
E o dia deu-se em nublado
Cadê a chuva, porra?
Tá, já olhei pela janela. Pelo visto, tá quase caindo. E eu bem já tirei a roupa que tava seca do varal.
E vou dar mais uma cochilada. Preguiça enorme. Acho que dá pra enrolar mais um pouquinho até começar a ralar. Acho até que vou na feira.
Fui.
Ih, ainda tenho que fazer a unha e dar um jeito no cabelo. Reunião na segunda. Ai.
Tá, já olhei pela janela. Pelo visto, tá quase caindo. E eu bem já tirei a roupa que tava seca do varal.
E vou dar mais uma cochilada. Preguiça enorme. Acho que dá pra enrolar mais um pouquinho até começar a ralar. Acho até que vou na feira.
Fui.
Ih, ainda tenho que fazer a unha e dar um jeito no cabelo. Reunião na segunda. Ai.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Expediente encerradíssimo aqui
Claro que eu sei que a chuva, se cair, periga molhar a roupa toda que tá no varal do lado de fora. Não, eu até hoje não providenciei um plasticão pra cobrir e sempre me dano quando chove e tem roupa no varal. Mas não tô afim de falar sobre isso. Tô nem aí. Sensação do dever cumprido nesta sexta-feira absurda, fui. Um pouco de música no quarto, que já tá fresquinho, e cama.
Que venha o sabadão de ralação. Ai.
Inté, meu povo.
P.S.: Por que me ocorreu, agora, que eu posso acabar recebendo alguma ligação bacana pra ir pra rua no fim de semana e vou acabar tendo que recusar? Pior, se rolar, vou ter que mandar pro novo fofo, consternada: "Pô, num vai dar, não... Por quê?... Porque tenho que acabar um livro... Tô em cima do laço... Pô, cara, num dá, mesmo... Também, quem mandou se meter com escritora que ainda não virou Paula Coelha?" Ênfase no "ainda", por favor.
Que venha o sabadão de ralação. Ai.
Inté, meu povo.
P.S.: Por que me ocorreu, agora, que eu posso acabar recebendo alguma ligação bacana pra ir pra rua no fim de semana e vou acabar tendo que recusar? Pior, se rolar, vou ter que mandar pro novo fofo, consternada: "Pô, num vai dar, não... Por quê?... Porque tenho que acabar um livro... Tô em cima do laço... Pô, cara, num dá, mesmo... Também, quem mandou se meter com escritora que ainda não virou Paula Coelha?" Ênfase no "ainda", por favor.
Tá no jornal: temperatura bateu o recorde do ano hoje
Teve relógio de rua marcando 41º. Graças a Deus. Já tava quase convencida de que eu é que passei o dia todo com fricote. Ah, sim, na mesma matéria, diz que o fim de semana vai ter pancadão de chuva, e que a temperatura vai cair um pouco. Um pouco. Mas já é lucro. A futura escritora de sucesso, aqui, emparedada num cafofo infernal do Largo do Machado, agradece, enternecida. Oremos.
Deus existe E deve ter sido escritor falido em alguma encarnação
Tava com um pepino e-nor-me aqui pra editar o tal do livro institucional que tenho que terminar ontem de manhã. A solução acaba de cair no colo.
URRRÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚ!!!!
Portanto, agora, ao que parece, só tenho que ralar. SEM mais nenhum pepino. Ou, pelo menos, com espaço de sobra pra algum pepino novo.
Tá bão, tá bão, eu sei que tô comemorando cedo demais. Mas não resisti. Acaba de me sair um peso imenso das costas. Vai dar até pra só acabar aqui de arrumar o cafofo, lavar a roupa toda e cair de boca em Sinatrão - não acredito que escrevi isso.
URRRÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚ!!!!
Portanto, agora, ao que parece, só tenho que ralar. SEM mais nenhum pepino. Ou, pelo menos, com espaço de sobra pra algum pepino novo.
Tá bão, tá bão, eu sei que tô comemorando cedo demais. Mas não resisti. Acaba de me sair um peso imenso das costas. Vai dar até pra só acabar aqui de arrumar o cafofo, lavar a roupa toda e cair de boca em Sinatrão - não acredito que escrevi isso.
"Night and Day" e a calcinha rosa suicida
Fui bancar a chique pendurando roupa no varal que fica do lado de fora da minha sala, toda me sacudindo ao som de Sinatrão no MP3 fashion, uma calcinha se jogou da janela. Lá no telhado da área de serviço dos fundos do prédio.
Até costumo acionar o porteiro pra resgatar roupa quando cai lá; eu e todo mundo que mora em apê de fundos. A questão é que a bicha já tá toda velhinha, a coitada, que não tenho coragem. Ainda há dignidade neste corpo.
Até costumo acionar o porteiro pra resgatar roupa quando cai lá; eu e todo mundo que mora em apê de fundos. A questão é que a bicha já tá toda velhinha, a coitada, que não tenho coragem. Ainda há dignidade neste corpo.
Tá bom, ninguém disse que ia ser fácil
Ah, sim, o trabalho aqui só piora. Cada vez mais difícil de escrever e editar. Tô muito na merda neste fim de semana, cara. Todo mundo aí, planejando praia, né? Ao menos, a galera que não tá de plantão.
Pois a futura escritora de renome aqui vai ficar enfiada dentro de casa, no cafofo solar, chafurdando, tentando achar uma solução pro meu próximo filhotinho, que, adivinhem, teve o deadline adiantado.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!!!
Pois a futura escritora de renome aqui vai ficar enfiada dentro de casa, no cafofo solar, chafurdando, tentando achar uma solução pro meu próximo filhotinho, que, adivinhem, teve o deadline adiantado.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!!!
A que ponto cheguei, meu Deus
Vou na Sendas comprar algo refrescante. Nem que seja gelo. Num guento mais. Pelo menos, lá, o ar condicionado é mais fresquinho.
Já volto.
Já volto.
TÁ CALOR DEMAAAAAAAAAAAAIS!!!!!!!
Impossível de concentrar, meu pai do céu. Tô quase mudando o computador agora pro quarto, pra aproveitar o ar condicionado, que não dá vazão pro apê inteiro, por mais minúsculo que o cafofo seja.
Tá demais da conta hoje.
Tá demais da conta hoje.
Assando no Largo
Cara, não tem nem meia hora que tomei uma bela chuveirada. Já tô suando tudo de novo. Tá foda hoje. Vontade de chutar o balde e ir tomar um chope na Adega. Só de raiva.
Tá bão, já passou o delírio. Vou ralar.
Tá bão, já passou o delírio. Vou ralar.
Deu vontade de ouvir. "Moon River", com La Hepburn cantando na janela, encantando o tal do escritor duro
Tudo bem que os papéis aí, estão invertidos, e o "escritor duro" aqui, no Largo, é uma mocinha. Mas, sei lá, lembrei: uma coisa gente se encontrando e se encantando atrapalhadamente, amores enrolados, paixões desencontradas, etc, etc, etc
Pronto, desabafei. Gradicida. Vou ralar.
Pronto, desabafei. Gradicida. Vou ralar.
Tava aqui pensando
Chuva de homem, ao que parece, virou obsessão de algumas leitoras daqui. Aí, comecei a ter estranhas fantasias. Por exemplo, comecei a ver a gente cercada de homens por todos os lados, tipo enchente de verão, ruas tomadas por ondas de machos. Depois, me ocorreu: com a minha sorte, era capaz de me cair uma bichinha na cabeça. Sei lá. Só fiquei pensando.
Tá, tá bão, vou ralar. Passei aqui só pra dar uma relaxada porque meu dia de trabalho não tá fazendo o menor sentido. Livro institucional de uma empresa no laço pra soltar, e acabo de perceber, estupefacta, que vou enlouquecer pra editar as imagens do tal. Ai.
Valhei-me, meu São Paulo Coelho!
Tá, tá bão, vou ralar. Passei aqui só pra dar uma relaxada porque meu dia de trabalho não tá fazendo o menor sentido. Livro institucional de uma empresa no laço pra soltar, e acabo de perceber, estupefacta, que vou enlouquecer pra editar as imagens do tal. Ai.
Valhei-me, meu São Paulo Coelho!
Até que tem boa notícia no Largo, já ia me esquecendo
Agora, é pra valer: na segunda-feira, passo a ficar baseada numa agência de publicidade no Centro, de um bom amigo. Sala bacana. Galera gentil. Ar condicionado que guenta o calor. Novos ares. Novo projeto. Nova base pros projetos já em andamento.
O melhor de tudo é que, se tudo der certo, passo a ter uma sala de jantar de novo aqui. Com o advento da minha nanoempresa instalada no cafofo, minha mesa de jantar é mesa de escritório há mais de ano. O plano é voltar o computador pro quarto e passar a ter uma área social neste lugar de novo. Oremos.
Vou ralar aqui, no meu último dia útil neste calor infernal, com umas vizinhas loucas, no andar de cima, que vivem de arrastar móvel, andar de salto dentro de casa e derrubar no chão estranhos objetos, produzindo um barulho infernal o dia inteiro.
O melhor de tudo é que, se tudo der certo, passo a ter uma sala de jantar de novo aqui. Com o advento da minha nanoempresa instalada no cafofo, minha mesa de jantar é mesa de escritório há mais de ano. O plano é voltar o computador pro quarto e passar a ter uma área social neste lugar de novo. Oremos.
Vou ralar aqui, no meu último dia útil neste calor infernal, com umas vizinhas loucas, no andar de cima, que vivem de arrastar móvel, andar de salto dentro de casa e derrubar no chão estranhos objetos, produzindo um barulho infernal o dia inteiro.
Dia longo no Largo
Noite insone com dor na coluna. Manhã chatinha, chatinha, com a mesma dor, mais cólica. Fim de semana de ralação pra cumprir um prazo.
Fora isso, tudo bem.
Ai.
Fora isso, tudo bem.
Ai.
quinta-feira, 5 de março de 2009
Encerrando o expediente, galera. Fiquem com Billie: "Pennies from Heaven"
Ah, sim. Antes que algum engraçadinho ameace aparecer com alguma tradução pornomané, vou logo esclarecendo: isso aí fala de "moedinhas caindo do céu".
Billie Holiday - Pennies from heaven
Billie Holiday - Pennies from heaven
Tá no ar a enquete do Collor
A pergunta:
O Collor, que acaba de ser escolhido pra presidir uma comissão do Senado, deve ser eleito muso do Sua Excelência, o Canalha?
Opções de resposta:
Sim: isso é um pouco demais, mesmo pros padrões do Congresso Nacional
Não: um país que elegeu a anta pro Senado merece. Deixa o pobre homem quieto
Tá aí no alto, do lado esquerdo. Vota aê, meu povo.
O Collor, que acaba de ser escolhido pra presidir uma comissão do Senado, deve ser eleito muso do Sua Excelência, o Canalha?
Opções de resposta:
Sim: isso é um pouco demais, mesmo pros padrões do Congresso Nacional
Não: um país que elegeu a anta pro Senado merece. Deixa o pobre homem quieto
Tá aí no alto, do lado esquerdo. Vota aê, meu povo.
Aliás, não: um pouco de democracia não faz mal a ninguém
Vou colocar em votação. Daqui a pouco, boto a enquete no ar. Peraí.
De novo: por que, meu Deus?
Já ia me esquecendo. Por que que a gente tem que viver numa nação que elege o Collor pra presidir a Comissão de Infraestrutura do Senado, que vai fiscalizar as obras do PAC?
Aliás, por que que a gente tem que viver numa nação que elege senador um sujeito com o histórico dessa pessoa?
Pra ilustrar este post político, tomem aí a foto do tal do protesto pelo impeachment da anta, em Berlim, que eu vi quando fui lá ver o alemão fofo, em 92.
Aliás, por que que a gente tem que viver numa nação que elege senador um sujeito com o histórico dessa pessoa?
Pra ilustrar este post político, tomem aí a foto do tal do protesto pelo impeachment da anta, em Berlim, que eu vi quando fui lá ver o alemão fofo, em 92.
Por que, meu Deus?
Eu, ao perceber chamadas no celular, feitas agora à tarde:
- Oi, cê me ligou?
Ele, sonolento:
- Não sei. Liguei? Não lembro.
N.R.: É claro que tinha ligado. Celulares, que eu saiba, não registram números dos quais não nos ligam. Dã.
- Oi, cê me ligou?
Ele, sonolento:
- Não sei. Liguei? Não lembro.
N.R.: É claro que tinha ligado. Celulares, que eu saiba, não registram números dos quais não nos ligam. Dã.
quarta-feira, 4 de março de 2009
E chega de falar de alemão, que já tô lembrando de um milhão e meio de coisas desses 17 anos. Lembrei, agora, por exemplo, que foi com Pink Floyd, aos berros no ouvido, que percorri, sozinha, de carro, o muro enorme de Auschwitz, procurando o portão de entrada, depois de quase bater na traseira de um carro polonês.
Caía uma chuva fina, e meu freio rateou quando o cara da frente parou num retorno. A sorte foi que eu ia devagar porque estava meio perdida, pra variar: quem me conhece sabe que minha coragem pra sair pelo mundo é do tamanho da minha completa desorientação com mapas em geral. Não bati, mas o carro derrapou feio e ficou quase atravessado na pista.
Vou ralar. Até porque, depois, o mané não consegue vir, e eu vou ficar aqui com cara de planta. Fui.
Caía uma chuva fina, e meu freio rateou quando o cara da frente parou num retorno. A sorte foi que eu ia devagar porque estava meio perdida, pra variar: quem me conhece sabe que minha coragem pra sair pelo mundo é do tamanho da minha completa desorientação com mapas em geral. Não bati, mas o carro derrapou feio e ficou quase atravessado na pista.
Vou ralar. Até porque, depois, o mané não consegue vir, e eu vou ficar aqui com cara de planta. Fui.
Claro que esta é, desde sempre, há 17 anos, a música-tema da Conexão Rio-Berlim
"I wish you were here" ("Queria que você estivesse aqui"), Pink Floyd. O trecho que sempre me doeu na alma é:
How I wish, how I wish you were here. (Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui.)
We're just two lost souls swimming in a fish bowl, year after year, (Nós somos só duas almas perdidas nadando num aquário, ano após ano,)
Running over the same old ground. (Se mexendo acima da mesma velha terra.)
What have you found? The same old fears. (O que achamos? Os mesmos velhos temores)
Wish you were here. (Queria que você estivesse aqui.)
How I wish, how I wish you were here. (Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui.)
We're just two lost souls swimming in a fish bowl, year after year, (Nós somos só duas almas perdidas nadando num aquário, ano após ano,)
Running over the same old ground. (Se mexendo acima da mesma velha terra.)
What have you found? The same old fears. (O que achamos? Os mesmos velhos temores)
Wish you were here. (Queria que você estivesse aqui.)
Só mais uma do alemão
Esqueci de contar um babado, e a história do livro acabou mal explicada. No ano em que morei em Praga, como não o via com frequência, comecei a escrever cartas pra ele. Jamais enviadas. Como nunca tivemos compromisso de verdade, não fazia sentido eu cobrar qualquer coisa. Mas precisava desabafar. Ao fim de um ano, eram quase umas 40 páginas.
Quando resolvi vir embora, passagem já comprada, disse pro fofo que iria depois do fim de semana, na segunda, acho. Mas tive que antecipar a passagem, não me lembro mais por que - acho que era uma parada de tarifa. E não avisei. Fiz pior. Mandei todas as cartas, por e-mail, pra ele, que quase infartou. E me mandei pro aeroporto, celular desligado. Sabia que, quando ele lesse, podia tentar me fazer ficar mais um pouco, pra despedida, e eu tinha certeza absoluta de que não iria aguentar.
De Paris, na conexão, liguei. Conversa de filme francês. Às lágrimas, descobri que ele já tinha lido tudo, tava passado e tinha planejado uma visita-surpresa pra mim, em Praga. Dã. Chorei o Atlântico inteiro.
No livro de Praga, a ideia é ele fazer o contraponto das cartas, e a gente editar tudo pra acompanhar minha narrativa. Vamos escrever em inglês. E eu vou ter trabalho dobrado, na hora de publicar aqui. Eu sei. Ai. Agora, cá pra nós, se der certo, a gente ainda publica essa coisa lá, só de raiva.
Quando resolvi vir embora, passagem já comprada, disse pro fofo que iria depois do fim de semana, na segunda, acho. Mas tive que antecipar a passagem, não me lembro mais por que - acho que era uma parada de tarifa. E não avisei. Fiz pior. Mandei todas as cartas, por e-mail, pra ele, que quase infartou. E me mandei pro aeroporto, celular desligado. Sabia que, quando ele lesse, podia tentar me fazer ficar mais um pouco, pra despedida, e eu tinha certeza absoluta de que não iria aguentar.
De Paris, na conexão, liguei. Conversa de filme francês. Às lágrimas, descobri que ele já tinha lido tudo, tava passado e tinha planejado uma visita-surpresa pra mim, em Praga. Dã. Chorei o Atlântico inteiro.
No livro de Praga, a ideia é ele fazer o contraponto das cartas, e a gente editar tudo pra acompanhar minha narrativa. Vamos escrever em inglês. E eu vou ter trabalho dobrado, na hora de publicar aqui. Eu sei. Ai. Agora, cá pra nós, se der certo, a gente ainda publica essa coisa lá, só de raiva.
terça-feira, 3 de março de 2009
Esse negócio de virar escritora tá me enlouquecendo. Andei remexendo nuns escritos antigos, alma esgarçada na tela, lembrei da Clarice, a Lispector:
"Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei. Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento."
Erramos
Andei elogiando o Sean Penn paca, por conta da atuação dele, como gay ativista (irreconhecível, absurdamente convincente), no "Milk". Mas, admito, esqueci completamente que o mané, o ator, enlouqueceu a Madonna com espancamento e que tais. Não que Madonna seja moça santa, mas ninguém merece apanhar de taco de baseball de macho bêbado, como, segundo o relato da fofa, rolou. Fica, portanto, aqui registrado que o Sean pode até ser ator demais, mas, a ser verdade o relato da louca madura, é cachorro de carteirinha. Pronto, desabafei. Gradicida.
P.S.: Vale o registro. Na entrega do Oscar, o pateta com a estatueta na mão, Madonna foi cumprimentar (dã). Tava com o Jesus, o manezinho brasileiro que ela tem carregado a tira-colo e que os americanos já apelidaram de "Baby Jesus" (literalmente, "menino Jesus"). Tomou pela fuça da anta premiada: "Outro filho? Já?"
P.S.: Vale o registro. Na entrega do Oscar, o pateta com a estatueta na mão, Madonna foi cumprimentar (dã). Tava com o Jesus, o manezinho brasileiro que ela tem carregado a tira-colo e que os americanos já apelidaram de "Baby Jesus" (literalmente, "menino Jesus"). Tomou pela fuça da anta premiada: "Outro filho? Já?"
Viadagem no Largo
Cara, sempre achei que esse papo de escritor que tem bloqueio criativo era viadagem de preguiçoso. Tô pagando a minha língua aqui. Preciso liberar um texto, prum livro institucional, que tá pronto, e fico lambendo a cria o tempo todo, achando que não tá, ainda, do jeito que eu quero. Vale prum conto que também precisa ser liberado, pra sair no blog do meu povo, lançado ontem. A cada hora, encontro uma bobagem. Mais um projeto de um outro livro, que precisa ser finalizado ontem de manhã pra dar tempo de pegar a Bienal do Rio, em setembro, e eu fico aqui, pensando no melhor formato.
Saco.
Saco.
Tá bão, eu conto
Vivo enchenco o raio do saco de vocês aqui, mencionando certo alemão. Só agora me dei conta de que nunca, na verdade, contei a história direito. Portanto, ladies and gentlemen, aqui vai a saga de 17 anos.
Conheci o fofo em 92, quando o mesmo veio cobrir a Rio Eco 92, aquele evento que reuniu um milhão de chefes de Estado aqui no Rio pra salvar o planeta. Foi também quando o Marcello Alencar inventou a Linha Vermelha pra poupar os visitantes da Brasil. Ah, coitado.
Na verdade, eu conheci meu colega alemão em Curitiba: o Lerner, na época, convidou toda a imprensa credenciada pra Rio Eco 92 pra conhecer a cidade, num evento preparatório pra grande conferência. Não me lembro mais, exatamente, do instante em que o conheci. Fato é que nos conhecemos e grudamos um no outro. Ele é engraçado demais, editor de meio ambiente do jornal dele, na época. Eu era a mais fluente em inglês do grupo. Viramos amigos de infância. Também beijamos na boca. E só. Não dei por puro charminho. Sabia que o reencontraria aqui no Rio, logo depois do evento em Curitiba. Aqui no Rio, dei, claro. E gamei, claro.
Gamei tanto que, pouco tempo depois, uns dois meses depois, me mandei pra Berlim, terra dele, o que foi a minha primeira viagem pra fora do Brasil. Mais ou menos esperta, decidi rodar a Europa de trem e, só no fim da viagem, aportar lá. Achava que, se algo desse errado, não ia me atrapalhar o resto da viagem.
Um milhão de marcos alemães pra quem adivinhar o que aconteceu. Claro que deu tudo errado. Fui pra lá, cheguei, foi tudo lindo. Até o último dia, quando soube que ele tava de viagem marcada com uma moça pra Polônia. A cena era eu, puta, surpresa, com ele pedindo mil desculpas, eu gritando todos os palavrões que sabia em inglês por não ter sido informada, numa madrugada chuvosa em Berlim, frio da porra, a moça no carro, acelerando, também puta da vida, percebendo o que se passava. Fui sofrer na Bélgica, e, de lá, voltei ao Brasil. Acabei recebendo um telegrama (não rolava e-mail na época) com um pedido de desculpas. Dã.
Vou tentar resumir o babado.
Os anos passaram. Ganhei uma bolsa nos Estados Unidos, o que foi parar no site da universidade que deu a tal da bolsa. Ele me achou no Google (pois é, ao que parece, ele me catava no Google). Fez contato. Voltamos a nos falar.
Fui para Praga. Aí, eu avisei que tava indo de mala e cuia. Nos reencontramos. E tivemos a mãe de todas as conversas num típico boteco tcheco. Inesquecível. Ele, no fim das contas, se casou com a moça da viagem pra Polônia. O casamento dele foi pro sal e virou um casa-separa-casa-separa sem dó. O bicho virou jornalista famosérrimo lá na terra dele, infeliz que só. Mas ainda engraçadíssimo, insanamente capaz de rir da própria miséria. Rozaníssimo. Temos quase a mesma idade.
Um ano em Praga, o bicho virou o personagem masculino da minha ópera bufa no Leste Europeu. Com direito a caminhada na chuva e a mico num café tcheco: ele teve a capacidade de dar uma banda e destruir uma persiana da janelinha do lugar enquanto a gente tomava café e fazer mais estrago ainda ao tentar consertar, indiferente aos apelos da garçonete apavorada: "It's all right, sir, it's all right", tentando se livrar de nós dois. Não, eu não sei como acabou: a certa altura, eu desisti dele, paguei o café e fui fumar do lado de fora, pra quase matá-lo de raiva, depois, por não conseguir parar de rir da cena patética.
Ah, lembrei. Quando cheguei em Berlim, lá atrás, estávamos na rua, e ele achou que seria superromântico me pegar no colo. Pegou, só que se desequilibrou (eu era magra, porra), caímos os dois, e eu acabei com um hematoma na coxa, o joelho ralado e a meia fina rasgada.
Também falei com meu fofo germânico, por telefone, quando fui a Auschwitz, passada com o que me causou a visita ao campo. Ele entubou, me deu colinho a distância e me fez lembrar da dor que sente por ter nascido num país que inventou a porra do nazismo. Morre de culpa. Fica puto. Baba de ódio do tal do Adolf. Primeiros lugares que eu visitei com ele em Berlim? O cemitério de judeus e a igreja que tomou bomba e perdeu uma torre na derrubada de Hitler - eles mantêm a torre semi-destruída até hoje, ou, pelo menos, até a época em que eu estive lá. "Por que cê me trouxe aqui, cara?". "Pra você saber que a gente não quer nunca mais esquecer o que aconteceu." Fiquei muda e gamei de vez.
Ainda na visita a Berlim, errei na pronúncia da estação de trem aonde chegaria. O bichinho foi pro outro lado da cidade. Já sabendo que tinha feito merda, liguei pra casa dele pra tentar contato. O amigo polonês, com quem ele dividia o apartamento, atendeu e fez a ponte quando ele próprio ligou pra saber se eu tinha dado notícia. Acabou me achando, com uma rosa vermelha na mão e sorriso de filme cult europeu.
Foi também em Berlim que conheci o tal do "gyro", aquele sanduíche com carne que chegou a bater aqui, apelidado de "churrasquinho grego" - aquele em que a carne fica num espeto vertical, enorme, elétrico, girando o tempo todo. Ele morava num bairro turco. Na Grécia, séculos depois, perguntei se aquela merda era grega ou turca. Resposta do meu interlocutor: "Eles dizem que é turco, a gente diz que é grego." Foi também em Berlim que vi a brasileirada, num bloco, pedindo o impeachment do Collor. Jamais me esqueço disso: o fofo trabalhando, eu vagando pela cidade, quando ouvi um batuque de samba.
Ah, pra finalizar, foi também lá que vi o Wim Wenders, filmando, numa grua, uns caras empoleirados no Portão de Brandemburgo, a continuação de "Asas do Desejo", o "Tão Longe, Tão Perto". Não acreditei. Mirei a câmera semi-profissional pro tal do Portão, vi que tinha uma galera de preto lá em cima. Lembrei imediatamente do "Asas do Desejo" e me virei. Dei de cara com o próprio e com a parafernália de filmagem. Nessa parte do filme, tem uma panorâmica. Nunca me achei, é fato. Mas só eu sei que devo estar lá. Claro que as fotos que tirei não existem porque minha máquina tava com o fotômetro bichado (não, não era digital). No mesmo dia, comprei um relógio de bolso russo pro meu pai, que os camelôs vendiam na faixa de asfalto nova que cobria o que um dia foi o muro.
Fui pro Irã. Voo Rio-Frankfurt-Rio - tive nada com isso, foi decisão do jornal. Claro que avisei e disse que precisava desesperadamente de uma cerveja, já que tinha passado duas semanas infernais, vigiada pela CIA do fofo do Ahmadinejad, na terra em que álcool é tratado como droga e é proibido. Fui pegá-lo na estação de trem, o manezinho tinha uma cerveja na mão pra me dar. Mas acabou não sendo o fim de semana dos sonhos. Sei lá por que. Acho que, no fundo, no fundo, eu não tava muito afim e só aproveitei a viagem. Trocamos e-mails pra tentar consertar a cagada. Consertamos. Nunca mais nos vimos, mas trocamos e-mails e nos falamos por telefone vez ou outra.
No lançamento do livro, ele vinha. Mas se enrolou. Celebridade, se meteu num evento que incluía entrevista coletiva dele com a imprensa da terra - pois é, ele dá entrevista coletiva e, de vez em quando, dá pinta, como entrevistado, na CNN. Noves fora, porra nenhuma, a gente deve escrever um livro juntos sobre a nossa própria saga. Ele tá animado. Devo misturar com o relato de um ano meu no Leste Europeu. Ou não. Não tô bem certa ainda. Acho que, talvez, sejam duas coisas diferentes. Praga, pra mim, é sagrado. Não sei se cabe um personagem masculino. Por outro lado, um personagem com as características dele só caberia, na minha história, no tempo que passei em Praga. Enfim, não importa. As crônicas de Praga são só pro ano que vem. Tem tempo pra decidir.
O nome não vou poder dar porque o gênio da comunicação germânica tem amigos portugueses, que eu sei que ele já acionou pra espionar o blog. Também continua dando Google em mim, que eu sei também. O que sinto por ele? Não faço a mais pálida ideia. É só um daqueles personagens que entram e saem da nossa biografia vez ou outra. O que me irrita é que a gente meio que lê pensamento um do outro. Um horror.
É isso. Resumindo, é isso.
Conheci o fofo em 92, quando o mesmo veio cobrir a Rio Eco 92, aquele evento que reuniu um milhão de chefes de Estado aqui no Rio pra salvar o planeta. Foi também quando o Marcello Alencar inventou a Linha Vermelha pra poupar os visitantes da Brasil. Ah, coitado.
Na verdade, eu conheci meu colega alemão em Curitiba: o Lerner, na época, convidou toda a imprensa credenciada pra Rio Eco 92 pra conhecer a cidade, num evento preparatório pra grande conferência. Não me lembro mais, exatamente, do instante em que o conheci. Fato é que nos conhecemos e grudamos um no outro. Ele é engraçado demais, editor de meio ambiente do jornal dele, na época. Eu era a mais fluente em inglês do grupo. Viramos amigos de infância. Também beijamos na boca. E só. Não dei por puro charminho. Sabia que o reencontraria aqui no Rio, logo depois do evento em Curitiba. Aqui no Rio, dei, claro. E gamei, claro.
Gamei tanto que, pouco tempo depois, uns dois meses depois, me mandei pra Berlim, terra dele, o que foi a minha primeira viagem pra fora do Brasil. Mais ou menos esperta, decidi rodar a Europa de trem e, só no fim da viagem, aportar lá. Achava que, se algo desse errado, não ia me atrapalhar o resto da viagem.
Um milhão de marcos alemães pra quem adivinhar o que aconteceu. Claro que deu tudo errado. Fui pra lá, cheguei, foi tudo lindo. Até o último dia, quando soube que ele tava de viagem marcada com uma moça pra Polônia. A cena era eu, puta, surpresa, com ele pedindo mil desculpas, eu gritando todos os palavrões que sabia em inglês por não ter sido informada, numa madrugada chuvosa em Berlim, frio da porra, a moça no carro, acelerando, também puta da vida, percebendo o que se passava. Fui sofrer na Bélgica, e, de lá, voltei ao Brasil. Acabei recebendo um telegrama (não rolava e-mail na época) com um pedido de desculpas. Dã.
Vou tentar resumir o babado.
Os anos passaram. Ganhei uma bolsa nos Estados Unidos, o que foi parar no site da universidade que deu a tal da bolsa. Ele me achou no Google (pois é, ao que parece, ele me catava no Google). Fez contato. Voltamos a nos falar.
Fui para Praga. Aí, eu avisei que tava indo de mala e cuia. Nos reencontramos. E tivemos a mãe de todas as conversas num típico boteco tcheco. Inesquecível. Ele, no fim das contas, se casou com a moça da viagem pra Polônia. O casamento dele foi pro sal e virou um casa-separa-casa-separa sem dó. O bicho virou jornalista famosérrimo lá na terra dele, infeliz que só. Mas ainda engraçadíssimo, insanamente capaz de rir da própria miséria. Rozaníssimo. Temos quase a mesma idade.
Um ano em Praga, o bicho virou o personagem masculino da minha ópera bufa no Leste Europeu. Com direito a caminhada na chuva e a mico num café tcheco: ele teve a capacidade de dar uma banda e destruir uma persiana da janelinha do lugar enquanto a gente tomava café e fazer mais estrago ainda ao tentar consertar, indiferente aos apelos da garçonete apavorada: "It's all right, sir, it's all right", tentando se livrar de nós dois. Não, eu não sei como acabou: a certa altura, eu desisti dele, paguei o café e fui fumar do lado de fora, pra quase matá-lo de raiva, depois, por não conseguir parar de rir da cena patética.
Ah, lembrei. Quando cheguei em Berlim, lá atrás, estávamos na rua, e ele achou que seria superromântico me pegar no colo. Pegou, só que se desequilibrou (eu era magra, porra), caímos os dois, e eu acabei com um hematoma na coxa, o joelho ralado e a meia fina rasgada.
Também falei com meu fofo germânico, por telefone, quando fui a Auschwitz, passada com o que me causou a visita ao campo. Ele entubou, me deu colinho a distância e me fez lembrar da dor que sente por ter nascido num país que inventou a porra do nazismo. Morre de culpa. Fica puto. Baba de ódio do tal do Adolf. Primeiros lugares que eu visitei com ele em Berlim? O cemitério de judeus e a igreja que tomou bomba e perdeu uma torre na derrubada de Hitler - eles mantêm a torre semi-destruída até hoje, ou, pelo menos, até a época em que eu estive lá. "Por que cê me trouxe aqui, cara?". "Pra você saber que a gente não quer nunca mais esquecer o que aconteceu." Fiquei muda e gamei de vez.
Ainda na visita a Berlim, errei na pronúncia da estação de trem aonde chegaria. O bichinho foi pro outro lado da cidade. Já sabendo que tinha feito merda, liguei pra casa dele pra tentar contato. O amigo polonês, com quem ele dividia o apartamento, atendeu e fez a ponte quando ele próprio ligou pra saber se eu tinha dado notícia. Acabou me achando, com uma rosa vermelha na mão e sorriso de filme cult europeu.
Foi também em Berlim que conheci o tal do "gyro", aquele sanduíche com carne que chegou a bater aqui, apelidado de "churrasquinho grego" - aquele em que a carne fica num espeto vertical, enorme, elétrico, girando o tempo todo. Ele morava num bairro turco. Na Grécia, séculos depois, perguntei se aquela merda era grega ou turca. Resposta do meu interlocutor: "Eles dizem que é turco, a gente diz que é grego." Foi também em Berlim que vi a brasileirada, num bloco, pedindo o impeachment do Collor. Jamais me esqueço disso: o fofo trabalhando, eu vagando pela cidade, quando ouvi um batuque de samba.
Ah, pra finalizar, foi também lá que vi o Wim Wenders, filmando, numa grua, uns caras empoleirados no Portão de Brandemburgo, a continuação de "Asas do Desejo", o "Tão Longe, Tão Perto". Não acreditei. Mirei a câmera semi-profissional pro tal do Portão, vi que tinha uma galera de preto lá em cima. Lembrei imediatamente do "Asas do Desejo" e me virei. Dei de cara com o próprio e com a parafernália de filmagem. Nessa parte do filme, tem uma panorâmica. Nunca me achei, é fato. Mas só eu sei que devo estar lá. Claro que as fotos que tirei não existem porque minha máquina tava com o fotômetro bichado (não, não era digital). No mesmo dia, comprei um relógio de bolso russo pro meu pai, que os camelôs vendiam na faixa de asfalto nova que cobria o que um dia foi o muro.
Fui pro Irã. Voo Rio-Frankfurt-Rio - tive nada com isso, foi decisão do jornal. Claro que avisei e disse que precisava desesperadamente de uma cerveja, já que tinha passado duas semanas infernais, vigiada pela CIA do fofo do Ahmadinejad, na terra em que álcool é tratado como droga e é proibido. Fui pegá-lo na estação de trem, o manezinho tinha uma cerveja na mão pra me dar. Mas acabou não sendo o fim de semana dos sonhos. Sei lá por que. Acho que, no fundo, no fundo, eu não tava muito afim e só aproveitei a viagem. Trocamos e-mails pra tentar consertar a cagada. Consertamos. Nunca mais nos vimos, mas trocamos e-mails e nos falamos por telefone vez ou outra.
No lançamento do livro, ele vinha. Mas se enrolou. Celebridade, se meteu num evento que incluía entrevista coletiva dele com a imprensa da terra - pois é, ele dá entrevista coletiva e, de vez em quando, dá pinta, como entrevistado, na CNN. Noves fora, porra nenhuma, a gente deve escrever um livro juntos sobre a nossa própria saga. Ele tá animado. Devo misturar com o relato de um ano meu no Leste Europeu. Ou não. Não tô bem certa ainda. Acho que, talvez, sejam duas coisas diferentes. Praga, pra mim, é sagrado. Não sei se cabe um personagem masculino. Por outro lado, um personagem com as características dele só caberia, na minha história, no tempo que passei em Praga. Enfim, não importa. As crônicas de Praga são só pro ano que vem. Tem tempo pra decidir.
O nome não vou poder dar porque o gênio da comunicação germânica tem amigos portugueses, que eu sei que ele já acionou pra espionar o blog. Também continua dando Google em mim, que eu sei também. O que sinto por ele? Não faço a mais pálida ideia. É só um daqueles personagens que entram e saem da nossa biografia vez ou outra. O que me irrita é que a gente meio que lê pensamento um do outro. Um horror.
É isso. Resumindo, é isso.
segunda-feira, 2 de março de 2009
Vamu invadir!!!!! Tem jornalista-escritor na área: isso pega!
Não, eu não sou a única que tem uma alma de escritora presa neste corpinho de jornalista. Uma galera boa do mercado acaba de lançar o blog http://segundaasexta.com.br/, de escritos e que tais. É comandado por uma gente legal, que permite a participação de convidados. Eu já tô na fila.
O chapéu branco, o sapo fofo, o alemão louco e o anjo da guarda sem noção
Na boa, pelo menos uma amiga minha hoje já mandou na minha fuça: "Cuidado com o que você pede nas suas orações, elas acabam atendidas".
Serei didática:
Todo mundo aqui sabe que, no fundo, no fundo, a dor de corno do chute do muso levou uns bons seis meses pra passar de vez. Portanto, só agora, posso, sem susto, dizer que a história com o ser já virou poeira.
Também sabemos que a verdade dos fatos é que a solidão em que me meti desde então foi uma soma de o mercado estar um horror e do meu próprio medo de me danar toda de novo.
A questão é que esse medo também já foi pro sal, e andei relaxando. Encurtando a história, passei ontem um espetacular domingo na Feira de São Cristóvão, mega-bem acompanhada, em clima de filme americano de Sessão da Tarde. Manjam aquelas bobagens em que o casalzinho fica andando no parque? Pois é, até um sapo inflável verde enorme, fofo, eu ganhei. Também ganhei um chapéu branco, de telinha, que, segundo o rapaz que me presenteou, caiu como uma luva nos meus cachinhos.
Ninguém tá namorando ninguém, nenhuma sombra de compromisso, nenhuma expectativa de (argh) futuro. Mas foi bom demais. E pronto.
Acordei, como diz minha mãe, "vendo passarinho verde". Aliás, sapo, sapo verde. O bicho tá bem aqui no meu quarto, soberano - não, não virou príncipe, dã!
Ato contínuo, abro os e-mails pra começar a trabalhar, dou de fuça com uma mensagem de um certo alemão que me frequenta a biografia há quase 20 anos, com direito a affair em Praga, quando morei lá.
Tá vindo pro Rio pra acampar no meu cafofo aqui por uma semana.
Agora, justo agora.
Cara, esse meu anjo da guarda só pode estar de sacanagem.
Serei didática:
Todo mundo aqui sabe que, no fundo, no fundo, a dor de corno do chute do muso levou uns bons seis meses pra passar de vez. Portanto, só agora, posso, sem susto, dizer que a história com o ser já virou poeira.
Também sabemos que a verdade dos fatos é que a solidão em que me meti desde então foi uma soma de o mercado estar um horror e do meu próprio medo de me danar toda de novo.
A questão é que esse medo também já foi pro sal, e andei relaxando. Encurtando a história, passei ontem um espetacular domingo na Feira de São Cristóvão, mega-bem acompanhada, em clima de filme americano de Sessão da Tarde. Manjam aquelas bobagens em que o casalzinho fica andando no parque? Pois é, até um sapo inflável verde enorme, fofo, eu ganhei. Também ganhei um chapéu branco, de telinha, que, segundo o rapaz que me presenteou, caiu como uma luva nos meus cachinhos.
Ninguém tá namorando ninguém, nenhuma sombra de compromisso, nenhuma expectativa de (argh) futuro. Mas foi bom demais. E pronto.
Acordei, como diz minha mãe, "vendo passarinho verde". Aliás, sapo, sapo verde. O bicho tá bem aqui no meu quarto, soberano - não, não virou príncipe, dã!
Ato contínuo, abro os e-mails pra começar a trabalhar, dou de fuça com uma mensagem de um certo alemão que me frequenta a biografia há quase 20 anos, com direito a affair em Praga, quando morei lá.
Tá vindo pro Rio pra acampar no meu cafofo aqui por uma semana.
Agora, justo agora.
Cara, esse meu anjo da guarda só pode estar de sacanagem.
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